Ah, quem dera poder sentir o vento
Sentir o céu, olhar para o firmamento
E agradecer a Deus à vida
Ah, quem me dera poder olhar a lua
E tendo a alma nua
Sentir de novo a alma revivida
Ah, quem me dera olhar o sol
E depois do arrebol
Agradecer a Deus as lágrimas
Quem me dera sentir a chuva
A gota caindo na rua
E ter minha face orvalhada
Quem me dera ter a felicidade
De ter de novo a mocidade
A me sorrir com seus encantos
Onde a velhice implora
Pelo ser que a ignora
Para vir secar seu pranto
Quem me dera poder de novo
Lutar contra a maldade
Tendo a felicidade
De ter pertencido a um povo
Não ter nascido abandonada
Pelas ruas não ser largada
Ou não ter sido indigente
Quem me dera não mais errar
Pois é duro ter que recomeçar
Aquilo que ficou interrompido
Poder desfrutar de alegrias
Poder rir à revelia
Poder não ter tanto sofrido
Meu Deus, quem me dera
Fazer parte de uma nova era
De pessoas que trabalham pro bem
Poder amar e guardar
Sorrir e amparar
E não querer mal a ninguém
Muito grata sou eu agora
Pois mesmo com a demora
Aprendi a não sofrer
Aprendi com a dor alheia
Daquele que não tem nem a ceia
Quem dirá o pão para comer
Tive que viver muitas dores
Tive que perder muitos amores
Para poder aqui estar
Foi chorando que aprendi
Que voltei novamente a sorrir
E aprendi realmente a orar
Obrigada por tudo enfim
Por tudo que fizeste por mim
Por ter me feito alma boa e amiga
Hoje eu sofro e confesso
Mas sou ser ainda em progresso
Sou a sua Margarida
Margarida
(Mensagem psicografada na Fraternidades Espírita Chico Xavier, na reunião mediúnica do dia 27/08/2010.)
sábado, 16 de outubro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
03/09/2010 - Estreia Nosso Lar - O Filme
Na próxima sexta-feira, dia 03 de setembro, acontecerá a estréia do filme Nosso Lar em todas as salas de cinema do país. Façamos parte dessa importante ocasião, na qual a Doutrina Espírita tem a maravilhosa oportunidade de ser divulgada. Estejamos presentes nos cinemas para prestigiarmos e apoiarmos essa iniciativa. Com certeza nos emocionaremos com tão belo filme, além de aprendermos um pouco mais sobre as belezas dessa nova realidade que o Espiritismo oferece ao mundo.
A famosa obra do espírito André Luiz, que por intermédio do médium Chico Xavier descreveu sua vida no plano espiritual, narra os pormenores de uma vida ainda desconhecida pela maioria dos seres humanos. O filme traz, de maneira formidável, uma riqueza de detalhes fiéis à obra literal, preenchendo a alma humana com a certeza da vida após à morte e, principalmente, com a certeza da existência do divino Pai, que provê o seu amor e suas maravilhas a todos os espíritos, filhos de sua vontade.
NOS ENONTRAMOS NOS CINEMAS!
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
GRUPO ESPÍRITA DE FLUIDOTERAPIA
MENSAGEM DEPRESSÃO
Dizes que sofres angústias
Até mesmo quando em casa,
Que a tua dor extravasa
Nas cinzas da depressão.
Que não suportas a vida,
Nem te desgarras do tédio,
O fantasma, em cujo assédio
Afirma que tudo é vão.
Perto da rua em que moras
Há uma viúva esquecida,
Guarda o avô quase sem vida
E três filhinhos no lar;
Doente, serve em hotel,
Trabalha na rouparia.
Busca o pão de cada dia,
Sem tempo para chorar.
Não longe triste mulher,
Num cubículo apertado,
Chora o esposo assassinado
Que era guarda de armazém...
Tem dois filhinhos de colo.
Por enquanto, ainda não sabe
O que deve fazer da existência.
Espera pela assistência
Dos que trabalham no bem.
Um paralítico cego,
Numa esteira de barbante,
Implora mais adiante
Quem lhe dê água a beber...
Ninguém atende... Ele grita,
Na penúria que o consome,
Tem sede e febre, tem fome,
Sobretudo quer morrer.
Depressão? Alma querida,
Se tens apenas tristeza,
Se te sentes indefesa,
Contra a mágoa e dissabor,
Sai de ti mesma e auxilia
Aos que mais sofrem na estrada.
A depressão é curada
Pelo trabalho do amor.
Maria Dolores
MENSAGEM DEPRESSÃO
Dizes que sofres angústias
Até mesmo quando em casa,
Que a tua dor extravasa
Nas cinzas da depressão.
Que não suportas a vida,
Nem te desgarras do tédio,
O fantasma, em cujo assédio
Afirma que tudo é vão.
Perto da rua em que moras
Há uma viúva esquecida,
Guarda o avô quase sem vida
E três filhinhos no lar;
Doente, serve em hotel,
Trabalha na rouparia.
Busca o pão de cada dia,
Sem tempo para chorar.
Não longe triste mulher,
Num cubículo apertado,
Chora o esposo assassinado
Que era guarda de armazém...
Tem dois filhinhos de colo.
Por enquanto, ainda não sabe
O que deve fazer da existência.
Espera pela assistência
Dos que trabalham no bem.
Um paralítico cego,
Numa esteira de barbante,
Implora mais adiante
Quem lhe dê água a beber...
Ninguém atende... Ele grita,
Na penúria que o consome,
Tem sede e febre, tem fome,
Sobretudo quer morrer.
Depressão? Alma querida,
Se tens apenas tristeza,
Se te sentes indefesa,
Contra a mágoa e dissabor,
Sai de ti mesma e auxilia
Aos que mais sofrem na estrada.
A depressão é curada
Pelo trabalho do amor.
Maria Dolores
domingo, 4 de julho de 2010
Descrição de Jesus pelo senador Públio Lentulus
Carta atribuída a Pvblivs Lentvlvs, senador romano. Eis as versões conhecidas:
1ª Versão
Existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente, de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado profeta da verdade e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do Céu e da Terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus; ressuscita os mortos, cura os enfermos; em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto. Há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou a temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura, distendidos até às orelhas e das orelhas até às espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes. Tem no meio da sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos Nazarenos; o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio; seu olhar é muito especioso e grave; tem os olhos graciosos e claros; o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade. Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele alguém se aproxima, verifica que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza; não se tendo jamais visto, por estas partes, uma donzela tão bela...
De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o tem como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de tua Majestade.
Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde.
2ª versão:
Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo nos nossos tempos um homem, que vive atualmente, de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade; e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do céu e da terra, e de todas coisas que nela se acham ou, que nela tenham estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas deste Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, numa palavra, - é um homem de justa estatura e muito belo no aspecto e, há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a temê-lo ou amá-lo. Tem os olhos da cor da amêndoa bem madura, são distendidos até a orelha e, da orelha até os ombros, são da cor da terra, porém, mais reluzentes. Tem no meio da sua fronte uma linha separando o cabelo, na forma de uso entre os Nazarenos. O seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, [...] [muito parecido com sua mãe, que é de peregrina beleza, uma das belas mulheres da Palestina]
A barba é espessa, semelhante ao cabelo, não muito longa, mas, separada pelo meio; seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, [o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol...] [porém ninguém pode olhar fixamente o seu semblante porque, quando resplende, apavora, quando ameniza, chora; faz-se amar e é alegre com gravidade].
Dizem que nunca ninguém o viu rir [em público], mas, antes, chorar. [...] Na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele nos aproximamos, verificamos que é muito modesto na presença e na pessoa. Se a majestade tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível. [...] [tenho sido grandemente molestado por estes judeus] Caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, mas, em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas regiões. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram jamais tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como divino, mas, outros me querelam, afirmando que é contra a lei da tua majestade [...] Dizem que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário: aqueles que o conhecem e que com ele têm praticado afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém, à tua obediência estou prontíssimo, aquilo que tua majestade ordenar será cumprido. Salve. Da tua majestade, fidelíssimo e obrigadíssimo. Publius Lentulus, presidente da Judéia. Indicção sétima, lua segunda.
3ª versão:
Lentulus, presidente de Jerusalém, ao Senado e ao povo romano, cumprimentos.
Apareceu em nossa época, e ainda vive, um homem de grande poder, chamado Jesus Cristo. Os povos chamam-no profeta da verdade; seus alunos, filho de Deus. Levanta os mortos, e cura enfermidades. É um homem de estatura mediana (procerus, mediocris et spectabilis de statura); tem um aspecto venerável, e quem o olha, tem medo ou amor. Seu cabelo é da cor da amêndoa madura, reto às orelhas, mas abaixo das orelhas ondulados e cacheados, com um reflexo brilhante, caindo sobre seus ombros. É partido em dois no alto da cabeça, no uso dos nazarenos. Sua testa é lisa, rosto sem rugas, alongado. Seus nariz e boca sem falha. Barba abundante, da cor do cabelo, não longa, mas dividida no queixo. Seu aspecto é simples e digno, seus olhos refulgem. É terrível em suas reprimendas, doce e amigável em suas admoestações, gracioso sem perda da gravidade. É conhecido por nunca sorrir, mas chora freqüentemente. Corpo bem proporcionado, mãos e braços bonitos. Sua conversação é sábia, infreqüente [fala pouco], e modesta. É o mais bonito entre os filhos dos homens.
4ª versão:
Ultimamente apareceu na Judéia um homem de estranho poder, cujo verdadeiro nome é Jesus [Cristo], mas, a quem o povo chama "O Grande Profeta" e seus discípulos, "O Filho de Deus". Diariamente contam-se dele grandes prodígios: ressuscita os mortos, cura todas as enfermidades e traz assombrada toda Jerusalém com sua extraordinária doutrina. É um homem alto e de majestosa aparência [...]; cabelo da cor do vinho, desce ondulado sobre os ombros; dividido ao meio, ao estilo nazareno. [...] Barba abundante, da mesma cor do cabelo; [...] as mãos, finas e compridas; olhos claros, [plácidos e brilhantes]. É grave, comedido e sóbrio em seus discursos. Repreendendo e condenando, é terrível; instruindo e exortando, sua palavra é doce a acariciadora. Ninguém o viu rir, mas, muitos o viram chorar. Caminha com os pés descalços e a cabeça descoberta. Vendo-o à distância, há quem o despreze, porém, em sua presença não há quem não estremeça com profundo respeito. Quantos se acerquem dele, afirmam haver recebido enormes benefícios, mas há quem o acuse de ser um perigo para a tua majestade, porque afirma publicamente que os reis e escravos são iguais perante Deus.
1ª Versão
Existe nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente, de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado profeta da verdade e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do Céu e da Terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus; ressuscita os mortos, cura os enfermos; em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto. Há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou a temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura, distendidos até às orelhas e das orelhas até às espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes. Tem no meio da sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos Nazarenos; o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio; seu olhar é muito especioso e grave; tem os olhos graciosos e claros; o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade. Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele alguém se aproxima, verifica que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza; não se tendo jamais visto, por estas partes, uma donzela tão bela...
De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o tem como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de tua Majestade.
Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde.
2ª versão:
Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo nos nossos tempos um homem, que vive atualmente, de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade; e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do céu e da terra, e de todas coisas que nela se acham ou, que nela tenham estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas deste Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, numa palavra, - é um homem de justa estatura e muito belo no aspecto e, há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a temê-lo ou amá-lo. Tem os olhos da cor da amêndoa bem madura, são distendidos até a orelha e, da orelha até os ombros, são da cor da terra, porém, mais reluzentes. Tem no meio da sua fronte uma linha separando o cabelo, na forma de uso entre os Nazarenos. O seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, [...] [muito parecido com sua mãe, que é de peregrina beleza, uma das belas mulheres da Palestina]
A barba é espessa, semelhante ao cabelo, não muito longa, mas, separada pelo meio; seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, [o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol...] [porém ninguém pode olhar fixamente o seu semblante porque, quando resplende, apavora, quando ameniza, chora; faz-se amar e é alegre com gravidade].
Dizem que nunca ninguém o viu rir [em público], mas, antes, chorar. [...] Na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele nos aproximamos, verificamos que é muito modesto na presença e na pessoa. Se a majestade tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível. [...] [tenho sido grandemente molestado por estes judeus] Caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, mas, em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas regiões. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram jamais tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como divino, mas, outros me querelam, afirmando que é contra a lei da tua majestade [...] Dizem que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário: aqueles que o conhecem e que com ele têm praticado afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém, à tua obediência estou prontíssimo, aquilo que tua majestade ordenar será cumprido. Salve. Da tua majestade, fidelíssimo e obrigadíssimo. Publius Lentulus, presidente da Judéia. Indicção sétima, lua segunda.
3ª versão:
Lentulus, presidente de Jerusalém, ao Senado e ao povo romano, cumprimentos.
Apareceu em nossa época, e ainda vive, um homem de grande poder, chamado Jesus Cristo. Os povos chamam-no profeta da verdade; seus alunos, filho de Deus. Levanta os mortos, e cura enfermidades. É um homem de estatura mediana (procerus, mediocris et spectabilis de statura); tem um aspecto venerável, e quem o olha, tem medo ou amor. Seu cabelo é da cor da amêndoa madura, reto às orelhas, mas abaixo das orelhas ondulados e cacheados, com um reflexo brilhante, caindo sobre seus ombros. É partido em dois no alto da cabeça, no uso dos nazarenos. Sua testa é lisa, rosto sem rugas, alongado. Seus nariz e boca sem falha. Barba abundante, da cor do cabelo, não longa, mas dividida no queixo. Seu aspecto é simples e digno, seus olhos refulgem. É terrível em suas reprimendas, doce e amigável em suas admoestações, gracioso sem perda da gravidade. É conhecido por nunca sorrir, mas chora freqüentemente. Corpo bem proporcionado, mãos e braços bonitos. Sua conversação é sábia, infreqüente [fala pouco], e modesta. É o mais bonito entre os filhos dos homens.
4ª versão:
Ultimamente apareceu na Judéia um homem de estranho poder, cujo verdadeiro nome é Jesus [Cristo], mas, a quem o povo chama "O Grande Profeta" e seus discípulos, "O Filho de Deus". Diariamente contam-se dele grandes prodígios: ressuscita os mortos, cura todas as enfermidades e traz assombrada toda Jerusalém com sua extraordinária doutrina. É um homem alto e de majestosa aparência [...]; cabelo da cor do vinho, desce ondulado sobre os ombros; dividido ao meio, ao estilo nazareno. [...] Barba abundante, da mesma cor do cabelo; [...] as mãos, finas e compridas; olhos claros, [plácidos e brilhantes]. É grave, comedido e sóbrio em seus discursos. Repreendendo e condenando, é terrível; instruindo e exortando, sua palavra é doce a acariciadora. Ninguém o viu rir, mas, muitos o viram chorar. Caminha com os pés descalços e a cabeça descoberta. Vendo-o à distância, há quem o despreze, porém, em sua presença não há quem não estremeça com profundo respeito. Quantos se acerquem dele, afirmam haver recebido enormes benefícios, mas há quem o acuse de ser um perigo para a tua majestade, porque afirma publicamente que os reis e escravos são iguais perante Deus.
sábado, 19 de junho de 2010
As Irmãs Fox
No mês de março de 1848, aconteceram, no pequeno povoado de Hydesville, nos Estados Unidos da América do Norte, os primeiros fenômenos espíritas dos tempos modernos, o que representou o prelúdio do advento da Doutrina Espírita, consumado com a Codificação Kardequiana.
Hydesville é um pequeno povoado típico do Estado de New York e, quando da ocorrência desses fenômenos, contava com um pequeno número de casas de madeira, do tipo mais simples. Numa dessas cabanas, habitava a família de John D. Fox, composta dos pais e vários filhos, dentre outros Margareth, de quatorze anos, Kate de onze anos, além de Leah, que residia noutra cidade.
A família Fox havia passado a morar nessa casa no dia 11 de dezembro de 1847. Algum tempo após essa mudança, seus ocupantes passaram a ouvir arranhões, ruídos insólitos e pancadas, vibradas no forro da sala, no assoalho, nas paredes e nos móveis, os quais passaram a constituir verdadeira preocupação para aquela humilde família.
Todos ficaram abalados com os acontecimentos. Numa semana a senhora Fox ficou grisalha. E, como tudo sugeria que os fenômenos estivessem ligados às duas meninas, Margareth e Kate, estas foram afastadas de casa. Mas, em casa do seu irmão, David Fox, para sonde foi Margareth, e na casa de sua Irmã Leah, cujo nome de casada era Sra. Fish, em Rochester, onde Kate ficou hospedada, os mesmos ruídos se fizeram ouvir. Esforços inauditos foram dispendidos para que o público ignorasse essas manifestações; logo, porém, elas se tornaram conhecidas. Leah, a irmã mais velha, teve que interromper as aulas de música, pois, passando também a ser intermediária dos fenômenos, embora em menor escala, foi levada a não continuar com as lições.
Os fenômenos se produziam com tal intensidade que, da casa das irmãs Fox, passaram a ser ouvidos na residência do Rev. A.H. Jervis, ministro metodista residente em Rochester. Logo, após, eles também se fizeram sentir na residência do Diácono Hale, de Greece, cidade vizinha de Rochester.
Na noite de 31 de março de 1848, descobriu-se um meio de entrar em contato com a entidade espiritual que produzia os fenômenos. A filha menor do casal, Kate, disse, batendo palmas: Sr. Pé Rachado, faça o que eu faço. De forma imediata, repetiram-se as palmadas. Quando ela parou, o som também parou em seguida. Em face daquela resposta, Margareth, então, disse, brincando: "Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro, e bateu palmas." O que ela havia solicitado foi repetido com incrível exatidão. Kate, adiantando-se, disse, na sua simplicidade infantil: "Oh! mamãe! eu já sei o que é. Amanhã é primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira."
A senhora Fox lembrou-se, então, de fazer uma tentativa concludente: solicitou à entidade que desse as idades de todos os seus filhos, o que foi feito com notável precisão.
Havia-se estabelecido, desta forma, um sistema de comunicação com o mundo espiritual. Criou-se um alfabeto convencional, por meio de pancadas e, por intermédio desse sistema bastante rudimentar, descobriu-se que o Espírito comunicante era um antigo vendedor ambulante de nome Charles Rosna, que, daquele modo, procurava revelar a sua presença e entrar em contato com as pessoas da casa. O indivíduo portador desse nome fora, anos antes, assassinado na casa de Hydesville, na qual, sem o saber, viera posteriormente residir a família Fox. O assassinado revelou que havia sido morto com uma faca de açougueiro, cinco anos antes; que o corpo tinha sido levado para a adega; que só na noite seguinte é que havia sido sepultado; tinha passado pela despensa, descido a escada, e enterrado a três metros aproximadamente do solo. Adiantou, também, que o móvel do crime fora o dinheiro que possuía, cerca de quinhentos dólares.
Na noite de 1.° de abril, começaram a escavar o solo na adega, atingindo um lençol de água. Procedendo-se a nova pesquisa no verão do mesmo ano, foram descobertos uma tábua, carvão e cal, cabelos e ossos humanos, entretanto, somente no dia 22 de novembro de 1904, com a queda de uma parede, descobriu-se o esqueleto. Também foi achado um baú que pertenceu ao mascate.
Após estabelecer esse sistema de intercâmbio com o mundo espiritual, de que os fatos narrados foram apenas o prelúdio, outras entidades espirituais entraram a manifestar-se, fazendo entre outras a revelação de que as duas filhas de John Fox — Margareth e Kate — eram médiuns, por cuja inconsciente e involuntária intervenção se produziram os fenômenos. A elas estava reservada a missão de cooperar no importante movimento de idéias o qual, por semelhante forma, não tardaria a atrair a atenção do mundo.
Os acontecimentos tiveram inusitada repercussão em Hydesville, em Rochester, e em outras cidades circunvizinhas.
Ao transferir a sua residência para Rochester, a família de John Fox deparou com o primeiro óbice: o pastor da igreja, a que pertenciam, intimou as meninas, sob pena de expulsão, a abjurarem tais práticas. Essa imposição foi repelida pelas irmãs Fox e, por isso, elas foram expulsas daquela comunidade religiosa.
Surgiram, posteriormente, as comissões nomeadas para averiguarem a veracidade dos fenômenos e se pronunciarem acerca da sua natureza. A primeira, depois de longa e minuciosa pesquisa, concluiu por reconhecer a veracidade da intervenção espiritual, na produção dos fatos que o público se obstinava em atribuir a artifício daquelas humildes meninas sem considerar que nisso não havia para elas interesse algum. A segunda comissão foi nomeada, chegando ao mesmo resultado, com desapontamento para todos.
Nomearam por fim uma terceira comissão, composta de pessoas notáveis e insuspeitas e, quando terminou ela o seu rigoroso inquérito, grande parte da população de Rochester se reuniu no maior salão da cidade, conhecido por Corinthian Hall, com o fito de ouvir o resultado.
Deu-se, então, um fato incrível: como a conclusão a que haviam chegado os membros da comissão, confirmava, definitivamente, as pesquisas anteriores, o público, indignado pelo que teimava em ser uma burla por parte das jovens médiuns, que, ao lado de seus pais, aguardavam serenamente o veredicto, levantou-se em atitude hostil e, numa onda ululante, pretendeu invadir o recinto, com o intuito de massacrá-las. Foi necessária a pronta intervenção do venerando quaker George Willets, para evitar aquele linchamento. Willets chegou ao extremo de dizer que, se quisessem matar as meninas, os fanáticos teriam que passar sobre o seu cadáver.
As meninas sofreram nas mãos dos investigadores. No decurso das pesquisas, das comissões, que também tinham algumas senhoras entre os seus membros, estas despiram as meninas, submetendo-as a investigações brutais e aflitivas. Seus vestidos foram amarrados, apertados nos corpos, e elas colocadas sobre vidros e outros isolantes. A comissão se viu obrigada a referir que, Quando elas se achavam de pé sobre as almofadas, com um lenço amarrado à borda dos seus vestidos, amarradas pelas cadeiras, todos nós ouvimos as batidas distintas nas paredes, no assoalho e em outros objetos". Por fim, essa comissão declarou, enfaticamente, que as suas perguntas, das quais algumas feitas mentalmente, tinham sido respondidas corretamente.
As perseguições sofridas pelas irmãs Fox foram inenarráveis. Um jornal denominado Rochester Democrat havia tirado uma edição com a manchete "Exposição Completa da Mistificação das Batidas". O resultado das pesquisas obrigou o seu editor a sustar a distribuição do jornal.
Um dos pesquisadores afirmou que, senão se descobrisse qualquer fraude, ia atirar-se nas Cataratas do Genesse. Ele teve que mudar de opinião em sua afirmação.
Em 1850, foram recebidas em duas salas separadas, em Rochester, duas mensagens simultâneas, do Espírito de Benjamim Franklin, cujo teor era o seguinte:
"Haverá grandes mudanças no século dezenove. Coisas que, atualmente, parecem obscuras e misteriosas, para vós, tornar-se-ão claras aos vossos olhos. Os mistérios vão ser revelados. O mundo será esclarecido."
A História do Espiritismo - ARTHUR CONNAN DOYLE
Hydesville é um pequeno povoado típico do Estado de New York e, quando da ocorrência desses fenômenos, contava com um pequeno número de casas de madeira, do tipo mais simples. Numa dessas cabanas, habitava a família de John D. Fox, composta dos pais e vários filhos, dentre outros Margareth, de quatorze anos, Kate de onze anos, além de Leah, que residia noutra cidade.
A família Fox havia passado a morar nessa casa no dia 11 de dezembro de 1847. Algum tempo após essa mudança, seus ocupantes passaram a ouvir arranhões, ruídos insólitos e pancadas, vibradas no forro da sala, no assoalho, nas paredes e nos móveis, os quais passaram a constituir verdadeira preocupação para aquela humilde família.
Todos ficaram abalados com os acontecimentos. Numa semana a senhora Fox ficou grisalha. E, como tudo sugeria que os fenômenos estivessem ligados às duas meninas, Margareth e Kate, estas foram afastadas de casa. Mas, em casa do seu irmão, David Fox, para sonde foi Margareth, e na casa de sua Irmã Leah, cujo nome de casada era Sra. Fish, em Rochester, onde Kate ficou hospedada, os mesmos ruídos se fizeram ouvir. Esforços inauditos foram dispendidos para que o público ignorasse essas manifestações; logo, porém, elas se tornaram conhecidas. Leah, a irmã mais velha, teve que interromper as aulas de música, pois, passando também a ser intermediária dos fenômenos, embora em menor escala, foi levada a não continuar com as lições.
Os fenômenos se produziam com tal intensidade que, da casa das irmãs Fox, passaram a ser ouvidos na residência do Rev. A.H. Jervis, ministro metodista residente em Rochester. Logo, após, eles também se fizeram sentir na residência do Diácono Hale, de Greece, cidade vizinha de Rochester.
Na noite de 31 de março de 1848, descobriu-se um meio de entrar em contato com a entidade espiritual que produzia os fenômenos. A filha menor do casal, Kate, disse, batendo palmas: Sr. Pé Rachado, faça o que eu faço. De forma imediata, repetiram-se as palmadas. Quando ela parou, o som também parou em seguida. Em face daquela resposta, Margareth, então, disse, brincando: "Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro, e bateu palmas." O que ela havia solicitado foi repetido com incrível exatidão. Kate, adiantando-se, disse, na sua simplicidade infantil: "Oh! mamãe! eu já sei o que é. Amanhã é primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira."
A senhora Fox lembrou-se, então, de fazer uma tentativa concludente: solicitou à entidade que desse as idades de todos os seus filhos, o que foi feito com notável precisão.
Havia-se estabelecido, desta forma, um sistema de comunicação com o mundo espiritual. Criou-se um alfabeto convencional, por meio de pancadas e, por intermédio desse sistema bastante rudimentar, descobriu-se que o Espírito comunicante era um antigo vendedor ambulante de nome Charles Rosna, que, daquele modo, procurava revelar a sua presença e entrar em contato com as pessoas da casa. O indivíduo portador desse nome fora, anos antes, assassinado na casa de Hydesville, na qual, sem o saber, viera posteriormente residir a família Fox. O assassinado revelou que havia sido morto com uma faca de açougueiro, cinco anos antes; que o corpo tinha sido levado para a adega; que só na noite seguinte é que havia sido sepultado; tinha passado pela despensa, descido a escada, e enterrado a três metros aproximadamente do solo. Adiantou, também, que o móvel do crime fora o dinheiro que possuía, cerca de quinhentos dólares.
Na noite de 1.° de abril, começaram a escavar o solo na adega, atingindo um lençol de água. Procedendo-se a nova pesquisa no verão do mesmo ano, foram descobertos uma tábua, carvão e cal, cabelos e ossos humanos, entretanto, somente no dia 22 de novembro de 1904, com a queda de uma parede, descobriu-se o esqueleto. Também foi achado um baú que pertenceu ao mascate.
Após estabelecer esse sistema de intercâmbio com o mundo espiritual, de que os fatos narrados foram apenas o prelúdio, outras entidades espirituais entraram a manifestar-se, fazendo entre outras a revelação de que as duas filhas de John Fox — Margareth e Kate — eram médiuns, por cuja inconsciente e involuntária intervenção se produziram os fenômenos. A elas estava reservada a missão de cooperar no importante movimento de idéias o qual, por semelhante forma, não tardaria a atrair a atenção do mundo.
Os acontecimentos tiveram inusitada repercussão em Hydesville, em Rochester, e em outras cidades circunvizinhas.
Ao transferir a sua residência para Rochester, a família de John Fox deparou com o primeiro óbice: o pastor da igreja, a que pertenciam, intimou as meninas, sob pena de expulsão, a abjurarem tais práticas. Essa imposição foi repelida pelas irmãs Fox e, por isso, elas foram expulsas daquela comunidade religiosa.
Surgiram, posteriormente, as comissões nomeadas para averiguarem a veracidade dos fenômenos e se pronunciarem acerca da sua natureza. A primeira, depois de longa e minuciosa pesquisa, concluiu por reconhecer a veracidade da intervenção espiritual, na produção dos fatos que o público se obstinava em atribuir a artifício daquelas humildes meninas sem considerar que nisso não havia para elas interesse algum. A segunda comissão foi nomeada, chegando ao mesmo resultado, com desapontamento para todos.
Nomearam por fim uma terceira comissão, composta de pessoas notáveis e insuspeitas e, quando terminou ela o seu rigoroso inquérito, grande parte da população de Rochester se reuniu no maior salão da cidade, conhecido por Corinthian Hall, com o fito de ouvir o resultado.
Deu-se, então, um fato incrível: como a conclusão a que haviam chegado os membros da comissão, confirmava, definitivamente, as pesquisas anteriores, o público, indignado pelo que teimava em ser uma burla por parte das jovens médiuns, que, ao lado de seus pais, aguardavam serenamente o veredicto, levantou-se em atitude hostil e, numa onda ululante, pretendeu invadir o recinto, com o intuito de massacrá-las. Foi necessária a pronta intervenção do venerando quaker George Willets, para evitar aquele linchamento. Willets chegou ao extremo de dizer que, se quisessem matar as meninas, os fanáticos teriam que passar sobre o seu cadáver.
As meninas sofreram nas mãos dos investigadores. No decurso das pesquisas, das comissões, que também tinham algumas senhoras entre os seus membros, estas despiram as meninas, submetendo-as a investigações brutais e aflitivas. Seus vestidos foram amarrados, apertados nos corpos, e elas colocadas sobre vidros e outros isolantes. A comissão se viu obrigada a referir que, Quando elas se achavam de pé sobre as almofadas, com um lenço amarrado à borda dos seus vestidos, amarradas pelas cadeiras, todos nós ouvimos as batidas distintas nas paredes, no assoalho e em outros objetos". Por fim, essa comissão declarou, enfaticamente, que as suas perguntas, das quais algumas feitas mentalmente, tinham sido respondidas corretamente.
As perseguições sofridas pelas irmãs Fox foram inenarráveis. Um jornal denominado Rochester Democrat havia tirado uma edição com a manchete "Exposição Completa da Mistificação das Batidas". O resultado das pesquisas obrigou o seu editor a sustar a distribuição do jornal.
Um dos pesquisadores afirmou que, senão se descobrisse qualquer fraude, ia atirar-se nas Cataratas do Genesse. Ele teve que mudar de opinião em sua afirmação.
Em 1850, foram recebidas em duas salas separadas, em Rochester, duas mensagens simultâneas, do Espírito de Benjamim Franklin, cujo teor era o seguinte:
"Haverá grandes mudanças no século dezenove. Coisas que, atualmente, parecem obscuras e misteriosas, para vós, tornar-se-ão claras aos vossos olhos. Os mistérios vão ser revelados. O mundo será esclarecido."
A História do Espiritismo - ARTHUR CONNAN DOYLE
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Mensagem do Espírito Bezerra de Menezes
Mensagem psicofônica do Espírito Bezerra de Menezes pelo médium Divaldo Pereira Franco no 3º Congresso Espírita Brasileiro.
domingo, 16 de maio de 2010
ÁGUA MAGNETIZADA
Á G U A M A G N E T I Z A D A
E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, Faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos
empregados: Fazei tudo quanto ele vos disser. E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestresala
provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e,quando {já} têm bebido bem, então, o inferior; {mas} tu guardaste até agora o bom vinho. (João, II)
A capacidade magnética de Jesus e incontestável e a passagem acima atesta isso. A possibilidade de operar modificações moleculares na água através da interferência fluidica e conhecida de todos os magnetizadores e passistas.
A água e uma das substancias mais propicias para fluidificação. Alem de ser barata e fácil de ser encontrada, não tem contra-indicação, tornando-se um elemento bastante eficaz na complementação aos processos magnéticos de cura.
O Dr. Masaru Emoto, 65 anos, nascido em Yokohama, no Japão, escreveu o livro
“A Mensagem da Água”. Nesta obra ele relata o seu trabalho cientifico de analise de amostras de água procedentes de varias partes do mundo e que foram expostas aos mais diversos tipos de emoções e sentimentos. Através do método de ressonância magnética, chegou à conclusão da enorme capacidade que a água tem de modificar-se diante de estímulos positivos ou negativos endereçados pelas nossas mentes. O Dr. Konstantin Korotkov utilizando um aparelho chamado GDV, baseado no efeito Kirlian, pode realizar inúmeras experiências, dentre elas, a analise de água magnetizada através de imagens digitalizadas. Durante cinco minutos o médium curador russo Allan Chumak magnetizou uma certa porção de água que, em comparação com a água controle (sem magnetização) apresentou uma área energética a envolvê-la de mais de 300% o tamanho do campo energético ao redor da água controle. Alem disto, comprovou ter havido alterações significativas nas propriedades da água magnetizada.
Diante desta facilidade que a água apresenta para assimilar projeções fluidicas, nada mais conveniente do que utilizá-la como auxiliar nos processos de cura.
Os magnetizadores sempre foram unânimes em afirmar os benefícios proporcionados pela água magnetizada para a saúde dos pacientes. Afirma Alphonse Bue: A água e, de todos os corpos inertes, o que mais facilmente se magnetiza e que também comunica melhor a energia de que e portadora.
A água, por si mesma, já e, como o ar, a luz, o calor, um dos elementos primordiais da nossa vida planetária; magnetizando-a, aumenta-se consideravelmente a energia das suas propriedades vitais. Na opinião de todos aqueles que se ocupam de magnetismo sob o ponto de vista curador, a água magnetizada representa um papel muito importante na medicina magnética; de todas as magnetizações intermediarias e a que produz efeitos mais surpreendentes e mais úteis a saúde. A água magnetizada deve ser empregada como acessório de todo tratamento para auxiliar a ação magnética direta. Receita-se como bebida nas refeições ou nos intervalos; emprega-se também em banhos e loções. (MAGNETISMO CURADOR)
Cita o autor, inclusive, as opiniões de outros magnetizadores, mostrando outras aplicações da água magnetizada alem da opção de ser bebida. Fernanda Lima, do Núcleo Espírita Allan Kardec, em entrevista ao Portal IRC - Espiritismo, afirma que a
água magnetizada pode alcançar os seguintes resultados no nosso organismo:
1 - Inibição da formação de radicais livres, ou seja, diminuição dos processos oxidativos celulares, diminuição da taxa de produção de gás carbônico, aceleração dos processos de fagocitose, incremento na produção de linfócitos (células de defesa).
2 - Observa-se, na membrana celular, uma maior mobilidade de íons de Sódio e Potássio, melhorando o processo de osmose celular, tendo um efeito rejuvenescedor no organismo. Ha uma distribuição no mecanismo de transporte de vários tipos de cátions, como e o caso do cálcio.
3 - Efeitos sobre os hormônios receptores, ativação dos linfócitos por antígenos e varias lecitinas. O processo de polarização magnética induzida (imantação) da água no organismo produz a captura e precipitação do cálcio em excesso no meio celular.
4 - Reposição da energia espiritual, renovando a estrutura PERISPIRITUAL.
Na obra já citada, Alphonse Bue diz que “os efeitos produzidos pela água magnetizada são múltiplos, às vezes são ate absolutamente opostos; alternativamente Tonica ou laxativa a água magnetizada fecha ou abre as vias de eliminação conforme as necessidades do organismo, pois toda a magnetização direta ou indireta tem por fim o equilíbrio das correntes, e conseguintemente o das
funções.
O efeito será Tonico, quando houver excesso nas funções de eliminação; será laxativo, quando as funções de condensação forem exageradas. ”Relata ainda, o autor, a respeito dos resultados alcançados com a água magnetizada nos casos de constipação, ressaltando sucessos as vezes surpreendentes como num exemplo citado em que o paciente, em menos de cinco dias, teve trinta e uma dejeções abundantes e infectas, sem contudo sofrer debilitação do organismo, antes sofrendo uma melhora em seu estado. Completa ainda: “Se a água magnetizada tomada internamente, favorece as digestões e secreções, impede o retorno dos acessos nas febres intermitentes e pode reconstituir o organismo por completo, como se fora o melhor dos fortificantes; o seu emprego externo em loções e compressas não tem menos efeitos soberanos para as feridas, os dartros, as queimaduras, as erisipelas e as moléstias de olhos.”
Para magnetização da água, como em todo processo magnético, a vontade do magnetizador e um requisito indispensável. Em O Livro dos Médiuns, capitulo VIII,
Allan Kardec assim se refere “Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem
conhecido em magnetismo, mas inexplicado ate hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante e o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. “Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como atrás dissemos, e a substancia que mais se aproxima da matéria cósmica, ou elemento universal.”
“... Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo.” (grifei)
Compreende-se dai que, devendo fazer uso da vontade, ou seja, querer, e preciso, também, definir o que se quer e deter o pensamento neste objetivo.
A vontade impulsionara os fluidos que, assimilados pelas moléculas do liquido, elaborarão a metamorfose objetivada.
Não basta, portanto, estender as mãos para que as “coisas”, magneticamente falando, aconteçam. E preciso direcionamento e finalidade. Como técnica requerida, o magnetizador pode estender sua mão em direção ao recipiente com a água, concentrar seus esforços e emitir os seus fluidos, contando com um Espírito que o assista, desde que saiba atraí-lo pelas suas intenções e sentimentos.
Quanto ao vasilhame contendo a água, não importa se este se encontra fechado ou aberto, qual a sua cor, se e transparente ou opaco, nem de qual material e feito. Importa sim, a qualidade dos fluidos projetados e o seu poder de interferência nas
moléculas da água. Também não faz diferença a temperatura em que a água se encontra. Alem disto, os cuidados com a conservação da água devem ser tomados, não são no que se refere à higiene material, preservando-a quanto à presença
de poeira ou de insetos, como também no que se refere ao ambiente mental onde o recipiente será guardado, resguardando-o de lugares onde as emanações fluidicas negativas existam provenientes das nossas palavras, pensamentos e sentimentos
negativos.
Para os casos em que o paciente necessita de fluidos novos, mas encontra-se com os seus centros de forca sem boas condições de assimilação, a água energizada por um bom magnetizador, será de grande ajuda. Fazendo o caminho inverso ao do passe, ou seja, sendo captada primeira pelo corpo físico, suprira as suas necessidades energéticas através dos processos naturais de digestão e assimilação, sem risco de acúmulos indevidos nos centros de forca, alem de prolongar os efeitos dos passes devido à complementação fluidica que ela oferece.
E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, Faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos
empregados: Fazei tudo quanto ele vos disser. E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestresala
provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e,quando {já} têm bebido bem, então, o inferior; {mas} tu guardaste até agora o bom vinho. (João, II)
A capacidade magnética de Jesus e incontestável e a passagem acima atesta isso. A possibilidade de operar modificações moleculares na água através da interferência fluidica e conhecida de todos os magnetizadores e passistas.
A água e uma das substancias mais propicias para fluidificação. Alem de ser barata e fácil de ser encontrada, não tem contra-indicação, tornando-se um elemento bastante eficaz na complementação aos processos magnéticos de cura.
O Dr. Masaru Emoto, 65 anos, nascido em Yokohama, no Japão, escreveu o livro
“A Mensagem da Água”. Nesta obra ele relata o seu trabalho cientifico de analise de amostras de água procedentes de varias partes do mundo e que foram expostas aos mais diversos tipos de emoções e sentimentos. Através do método de ressonância magnética, chegou à conclusão da enorme capacidade que a água tem de modificar-se diante de estímulos positivos ou negativos endereçados pelas nossas mentes. O Dr. Konstantin Korotkov utilizando um aparelho chamado GDV, baseado no efeito Kirlian, pode realizar inúmeras experiências, dentre elas, a analise de água magnetizada através de imagens digitalizadas. Durante cinco minutos o médium curador russo Allan Chumak magnetizou uma certa porção de água que, em comparação com a água controle (sem magnetização) apresentou uma área energética a envolvê-la de mais de 300% o tamanho do campo energético ao redor da água controle. Alem disto, comprovou ter havido alterações significativas nas propriedades da água magnetizada.
Diante desta facilidade que a água apresenta para assimilar projeções fluidicas, nada mais conveniente do que utilizá-la como auxiliar nos processos de cura.
Os magnetizadores sempre foram unânimes em afirmar os benefícios proporcionados pela água magnetizada para a saúde dos pacientes. Afirma Alphonse Bue: A água e, de todos os corpos inertes, o que mais facilmente se magnetiza e que também comunica melhor a energia de que e portadora.
A água, por si mesma, já e, como o ar, a luz, o calor, um dos elementos primordiais da nossa vida planetária; magnetizando-a, aumenta-se consideravelmente a energia das suas propriedades vitais. Na opinião de todos aqueles que se ocupam de magnetismo sob o ponto de vista curador, a água magnetizada representa um papel muito importante na medicina magnética; de todas as magnetizações intermediarias e a que produz efeitos mais surpreendentes e mais úteis a saúde. A água magnetizada deve ser empregada como acessório de todo tratamento para auxiliar a ação magnética direta. Receita-se como bebida nas refeições ou nos intervalos; emprega-se também em banhos e loções. (MAGNETISMO CURADOR)
Cita o autor, inclusive, as opiniões de outros magnetizadores, mostrando outras aplicações da água magnetizada alem da opção de ser bebida. Fernanda Lima, do Núcleo Espírita Allan Kardec, em entrevista ao Portal IRC - Espiritismo, afirma que a
água magnetizada pode alcançar os seguintes resultados no nosso organismo:
1 - Inibição da formação de radicais livres, ou seja, diminuição dos processos oxidativos celulares, diminuição da taxa de produção de gás carbônico, aceleração dos processos de fagocitose, incremento na produção de linfócitos (células de defesa).
2 - Observa-se, na membrana celular, uma maior mobilidade de íons de Sódio e Potássio, melhorando o processo de osmose celular, tendo um efeito rejuvenescedor no organismo. Ha uma distribuição no mecanismo de transporte de vários tipos de cátions, como e o caso do cálcio.
3 - Efeitos sobre os hormônios receptores, ativação dos linfócitos por antígenos e varias lecitinas. O processo de polarização magnética induzida (imantação) da água no organismo produz a captura e precipitação do cálcio em excesso no meio celular.
4 - Reposição da energia espiritual, renovando a estrutura PERISPIRITUAL.
Na obra já citada, Alphonse Bue diz que “os efeitos produzidos pela água magnetizada são múltiplos, às vezes são ate absolutamente opostos; alternativamente Tonica ou laxativa a água magnetizada fecha ou abre as vias de eliminação conforme as necessidades do organismo, pois toda a magnetização direta ou indireta tem por fim o equilíbrio das correntes, e conseguintemente o das
funções.
O efeito será Tonico, quando houver excesso nas funções de eliminação; será laxativo, quando as funções de condensação forem exageradas. ”Relata ainda, o autor, a respeito dos resultados alcançados com a água magnetizada nos casos de constipação, ressaltando sucessos as vezes surpreendentes como num exemplo citado em que o paciente, em menos de cinco dias, teve trinta e uma dejeções abundantes e infectas, sem contudo sofrer debilitação do organismo, antes sofrendo uma melhora em seu estado. Completa ainda: “Se a água magnetizada tomada internamente, favorece as digestões e secreções, impede o retorno dos acessos nas febres intermitentes e pode reconstituir o organismo por completo, como se fora o melhor dos fortificantes; o seu emprego externo em loções e compressas não tem menos efeitos soberanos para as feridas, os dartros, as queimaduras, as erisipelas e as moléstias de olhos.”
Para magnetização da água, como em todo processo magnético, a vontade do magnetizador e um requisito indispensável. Em O Livro dos Médiuns, capitulo VIII,
Allan Kardec assim se refere “Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem
conhecido em magnetismo, mas inexplicado ate hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante e o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. “Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como atrás dissemos, e a substancia que mais se aproxima da matéria cósmica, ou elemento universal.”
“... Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo.” (grifei)
Compreende-se dai que, devendo fazer uso da vontade, ou seja, querer, e preciso, também, definir o que se quer e deter o pensamento neste objetivo.
A vontade impulsionara os fluidos que, assimilados pelas moléculas do liquido, elaborarão a metamorfose objetivada.
Não basta, portanto, estender as mãos para que as “coisas”, magneticamente falando, aconteçam. E preciso direcionamento e finalidade. Como técnica requerida, o magnetizador pode estender sua mão em direção ao recipiente com a água, concentrar seus esforços e emitir os seus fluidos, contando com um Espírito que o assista, desde que saiba atraí-lo pelas suas intenções e sentimentos.
Quanto ao vasilhame contendo a água, não importa se este se encontra fechado ou aberto, qual a sua cor, se e transparente ou opaco, nem de qual material e feito. Importa sim, a qualidade dos fluidos projetados e o seu poder de interferência nas
moléculas da água. Também não faz diferença a temperatura em que a água se encontra. Alem disto, os cuidados com a conservação da água devem ser tomados, não são no que se refere à higiene material, preservando-a quanto à presença
de poeira ou de insetos, como também no que se refere ao ambiente mental onde o recipiente será guardado, resguardando-o de lugares onde as emanações fluidicas negativas existam provenientes das nossas palavras, pensamentos e sentimentos
negativos.
Para os casos em que o paciente necessita de fluidos novos, mas encontra-se com os seus centros de forca sem boas condições de assimilação, a água energizada por um bom magnetizador, será de grande ajuda. Fazendo o caminho inverso ao do passe, ou seja, sendo captada primeira pelo corpo físico, suprira as suas necessidades energéticas através dos processos naturais de digestão e assimilação, sem risco de acúmulos indevidos nos centros de forca, alem de prolongar os efeitos dos passes devido à complementação fluidica que ela oferece.
Consulta: A Cura da Depressão pelo
Magnetismo, Jacob Melo
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Nosso Lar - O Filme
Para todos aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de assistir ao trailler do filme Nosso Lar, disponibilizamos o mesmo aqui no blog para que possam apreciá-lo. Lembramos de pedir a todos que ainda não assistiram ao filme Chico Xavier que, se puderem, não deixem de ir aos cinemas. Além de assistir a um filme maravilhoso, também ajudamos na divulgação do Espiritismo, mostrando o quanto essa doutrina é importante para o nosso mundo.
Vejam abaixo o trailler de Nosso Lar:
terça-feira, 13 de abril de 2010
Falibilidade Humana
Dentro do histórico das crenças e da fé, conduzido através dos tempos, identificaremos opiniões egoístas que se diziam detentoras da verdade; apontaremos rituais e práticas que, antes de auxiliarem as pessoas, manipulavam as mentes frágeis e as dominavam; realçaremos a superficialidade das revelações espirituais por parte de alguns que, a qualquer custo, tentavam se firmar como gurus ou como personalidades importantes da fé; veremos Papas envolverem-se em conflitos políticos e materialistas, participando até mesmo na condução de guerras que ceifaram a vida de milhares de pessoas; lograremos encontrar o separativismo das religiões que pregam a paz, mas, sendo rivais, motivam conflitos violentos criados pelo fanatismo da imposição da crença.
Os seres humanos, falíveis, acabam por fazer de suas religiões - por mais puras que estas sejam – crenças totalmente frágeis, introduzindo as suas mazelas de interpretação pessoal no conjunto de preceitos de suas doutrinas, que irão agir como vírus vorazes a corromper e a deteriorar os pilares de sua fé.
Analisemos o passado da humanidade em busca das evidências religiosas que nos indiquem os pontos em que os indivíduos expoentes das religiões se equivocaram, e, dessa forma, poderemos vislumbrar que foram inúmeros os erros cometidos por parte das crenças na interpretação dos mecanismos divinos.
Quantas idéias e quantos dogmas religiosos a ciência teve que rejeitar por se mostrarem infundados e mesmo impossíveis de serem reais? O conhecimento científico moderno – ampliado a partir do século XIX – permitiu, que os preceitos das doutrinas ligadas à religião, fossem revistos sob um olhar crítico e observador, amplamente comprometido com a verdade.
Para as pessoas, era fácil acreditar nas alegorias e até mesmo nas narrativas mitológicas de muitos dos textos tidos como sagrados. Isso era comum, pois, não havendo o incurso da razão, devido à carência de conhecimentos específicos no passado, o homem se apoiava no sobrenatural para explicar os incontáveis fenômenos que o universo apresentava. Em toda parte do globo terrestre surgiram as práticas religiosas e suas características teológicas, cada qual à sua maneira, tentando dar explicações sobre os eventos extrafísicos.
É evidente que o homem sempre carregou consigo a idéia da sua natureza espiritual. Também é fato que a mediunidade sempre esteve presente na vida do homem desde os tempos mais remotos. Porém, as fantasias nas interpretações dos fenômenos espirituais eram predominantes, uma vez que não havia maturidade racional para analisá-los e até mesmo estudá-los. Esta foi a razão de Jesus ter dito que não poderia dizer muito à respeito das coisas do céu, porque nem mesmo das coisas da Terra nós sabíamos. Era preciso que o mundo terreno nos fosse revelado antes, cabendo aos trabalhos científicos essa tarefa. Só depois dessa revolução no saber que o mundo espiritual poderia ser revelado com exatidão, isento de criações mentais ilusórias e folclóricas.
Foi em meados do século XIX que tal observação foi comprovada. O Espiritismo nasce para o mundo em 1857, onde o conhecimento científico abrigava explicações suficientes para lhe sustentar os conceitos. Espíritos superiores trouxeram ao mundo as respostas tanto buscadas no passado. O homem seria explicado em sua essência – a realidade espiritual - através do pensamento racional e científico. Toda a codificação espírita seria conduzida da mesma forma que todo trabalho sério no campo da ciência. Sem dar espaço às explicações fantasiosas, Allan Kardec, dedicou-se a analisar, a comparar, a questionar e a comprovar os fenômenos e as teorias que se lhe apresentavam, valendo-se dos mesmos métodos da ciência material. Hoje temos, graças a este homem da ciência, o que ele chamou de fé raciocinada, ou ainda, de fé inabalável, que segundo as suas próprias palavras, é aquela que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade.
Concordamos que, a partir daí, o pensamento em torno da alma humana tornou-se uma filosofia bem organizada e totalmente destituída de teses vazias, completamente diferente das doutrinas fantásticas do passado. A doutrina espírita andará ao lado da ciência, tendo os seus postulados constantemente atestados por esta última, como se verificou nas pesquisas dos grandes nomes das academias científicas. Personalidades como William Crookes, Alexandre Aksakof, Cesare Lombroso, Gustav Geley, Charles Robert Richet – prêmio Nobel em Fisiologia –, e outros muitos cientistas que se ocuparam dos fenômenos chamados mediúnicos, provaram por meio de métodos científicos a existência do Espírito, este ser que personifica a verdadeira condição existencial de cada ser humano.
Desde o seu surgimento, o Espiritismo se espalhou pelos diversos pontos do planeta. Instituições foram criadas para abrigar o estudo da sua filosofia e para fomentar a prática mediúnica de caráter sério e instrutivo. A nova revelação tinha, a partir de então, a missão de levar ao conhecimento dos homens as elucidações a respeito de seu destino no universo: “a criatura humana não estava destinada a encerrar-se nos túmulos dos cemitérios. Cada indivíduo é um Espírito, ser inteligente e imortal, que viveu e que viverá outras vidas, em outros cenários e em diferentes épocas, ascendendo em direção à perfeição.”
Entretanto, é útil lembrarmos do assunto introdutório, avaliando o processo de confusão em que se perderam variadas correntes do pensamento religioso. Ainda somos seres rudimentares em se tratando de evolução espiritual e, portanto, de evidente fraqueza moral - almas logicamente falíveis. Se nos reservamos o direito de questionar a infalibilidade dos representantes de qualquer crença, por que razão nós estaríamos isentos de tais questionamentos? Os espíritas são iguais a todos os outros homens e, como eles, têm os mesmos defeitos e imperfeições, que precisam ser levados em conta durante a condução do movimento doutrinário e nas suas respectivas decisões.
Alguns afirmarão, contudo, que a doutrina é perfeita e não entra em contradição. Sim, os Espíritos superiores desenvolveram, nas cinco obras básicas de Kardec, um conjunto de ensinamentos de lógica inegável, sem precedentes para dúvidas ou mistificações, ou seja, uma ciência clara; uma filosofia plena; uma religião pura. Mas está na falta de compreensão desses postulados e na falta do estudo profundo da revelação espírita o que podemos chamar de “erva daninha” do movimento espiritista.
O espírita desavisado, ou desinformado doutrinariamente, contribui para a deturpação dos postulados do Espiritismo, já que as suas suposições de pouco conteúdo farão com que as atividades das quais participa sejam realizadas de maneira incompleta e incorreta, sendo preenchidas com práticas e conhecimentos claramente provindos de outras escolas do pensamento, chegando a ser, muitas vezes, claramente antagônicas aos princípios das “obras kardequianas”. Eis o motivo pelo qual muitas das instituições espíritas importam atividades, filosofias alternativas e passatempos de diversos setores da sociedade, totalmente alheios aos conhecimentos doutrinários: a falta de dedicação no que concerne ao entendimento preciso do Espiritismo.
É assim que se introduzem as revoluções na prática espírita e surgem as “novas revelações” dentro do movimento. Revelações que, de fato, não passam de velhos hábitos do homem, que se compraz em permanecer no escuro das teorias folclóricas e no engano dos rituais estritamente materialistas.
Torna-se fácil perceber que com a mediunidade não é diferente, pois, trata-se de uma atividade de grande importância para a prática do espiritismo. A reunião mediúnica é um dos principais alvos dessa “erva daninha”.
A influência do nosso passado mágico bate à porta. Um pretérito de encarnações como seres de desenvolvimento intelectual reduzido, escravizados durante milênios na crença mitológica e ávidos por entrar em contato com o mundo dos Deuses, ressurge, de maneira intensa, excitado pelos arquivos do inconsciente. É assim que, diante da possibilidade de vasculharmos o invisível através da mediunidade, ansiosos por nos comunicarmos com os Espíritos, lançamo-nos à prática mediúnica. Muitos de nós nos colocamos como candidatos a possíveis médiuns por curiosidade, outros muitos por vaidades travestidas em humildade, porém poucos são os que realmente se comprometem com o trabalho e com estudo sério. Não é raro encontrarmos comunicações inconsistentes dentro das casas espíritas; não é difícil identificarmos pseudos médiuns dentro dos grupos mediúnicos; preocupações nos invadem constantemente, pois, sabemos que há nas instituições espiritistas dirigentes e freqüentadores que aceitam todas as comunicações mediúnicas como verdades absolutas, esquecendo-se da necessidade de se avaliar tais comunicações minuciosamente, contestando ou comprovando os dados que estas apresentem.
É nessa hora que o entendimento do processo mediúnico se torna importante, pois, passamos a controlar a faculdade e, acima de tudo, enxergamos, definitivamente, que não se trata de um fato milagroso ou surreal, mas sim de um fenômeno explicável, racional, isento de superstições. O médium passa, então, a ser um trabalhador munido de uma ferramenta comum de trabalho, podendo realizar a sua tarefa com confiança e conhecimento de causa, sem deixar-se levar pelas ilusões da imaginação.
Cabe a nós nos indagarmos com freqüência: Como será que os médiuns atuam nos dias de hoje, que tipo de mensagens recebemos em nossas casas espíritas, como encaramos as comunicações que chegam até nós?
Será que estamos sendo verdadeiramente eficientes na condução do espiritismo experimental, através do fenômeno medianímico, agindo como observadores e estudiosos freqüentes?
Para nós, os perigos que rondam a Doutrina Espírita estão caracterizados na tentativa de “igrejificar” a Doutrina Espírita, de preenchê-la com dogmas contestáveis, de instaurar práticas ritualísticas, de priorizar a realização de festividades ou de solenidades que fazem do centro um mero ambiente de exibição social, e, principalmente, a mania que se tem de introduzir conceitos infundados a respeito de qualquer postulado que a Filosofia Espírita apresente.
É necessário, portanto, escolhermos o destino que queremos dar ao Espiritismo. Uma crença fragilizada, onde haja lugar para erros e desfile das vaidades pessoais, ou uma fé robusta, que traz em seu seio as respostas a respeito do destino de todos os homens, buscando conduzi-los na construção de um mundo novo?
Henrique Silva Pirola
domingo, 28 de março de 2010
(IV)
O PASSE - SEU ESTUDO
Jacob de Mello
1 DEFINIÇÕES E MENÇÕES ESPÍRITAS
1.1 - De Allan Kardec
“É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional”6.
“A mediunidade curadora (...) é, por si só, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e não só abarca as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades (...) de obsessões”7. E ainda acrescenta: “(...) Aí nada queremos introduzir de pessoal e de hipotético, procedemos por via de experiência e de observação”.
“Pela prece sincera, que é uma magnetização espiritual, provoca-se a desagregação mais rápida do fluido perispiritual”8.
Diz ainda Kardec: “O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos (...)”9. Quando, estudando os possíveis problemas que poderiam surgir entre a “mediunidade curadora” e a lei, Kardec abriu indagações que, por si sós, ratificam o que dissemos acerca de ele usar os termos do magnetismo para se referir ao passe: “As pessoas não diplomadas que tratam os doentes pelo magnetismo; pela água magnetizada, que não é senão uma dissolução do fluido magnético; pela imposição das mãos, que é uma magnetização instantânea e poderosa; pela prece, que é uma magnetização mental; com o concurso dos Espíritos, o que é ainda uma variedade de magnetização, são passíveis da lei contra o exercício ilegal da medicina?”10.
Mesmo fazendo uso dos termos mais comuns a época, fica evidente que o passe foi considerado e estudado por Kardec com as mesmas seriedade e gravidade que se tornaram sua marca registrada na condução do árduo trabalho da Codificação Espírita.
Quando fazemos a ligação entre as terminologias empregadas hoje com as do “ontem recente”, pretendemos convir, sempre e mais uma vez, com Kardec quando, nos primórdios do Espiritismo, já nos orientava sobre o proveito advindo com a Doutrina Espírita, a qual nos lança, de súbito, numa ordem de coisas tão nova quão grande, que só pode ser obtido “Com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado”11. Daí a necessidade de sermos sérios e graves ante os assuntos do Espiritismo, em especial quando tratamos de temas pontilhados de personalismos, controvérsias e pouco estudo, como é o caso do passe.
6 KARDEC, Allan. Curas, In “A Gênese”, cap.14, item 34.
7 Da Mediunidade curadora. “Revista Espírita”, set. 1865.
8 KARDEC, Allan. O passamento. In “O Céu e o Inferno”, 2ª Parte, cap. 1, item 15.
9 KARDEC, Allan. Daí gratuitamente o que gratuitamente recebestes. In “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 26, item
.10 A Lei e os médiuns. “Revista Espírita”, jul. 1867, p. 203.
11 KARDEC, Allan. Introdução. In “O Livro dos Espíritos”, item 8.
12 DENIS, Léon. A força psíquica. Os fluidos. O magnetismo. In “No Invisível”, 2ª Parte, cap. XV, p. 182.
1.2 - Clássicas (Contemporâneos de Allan Kardec)
Angel Aguarod assim se pronunciou: “Deixemos as drogas e os tóxicos para os hipnotizadores e reservemos para os magnetizadores a medicina do espírito, pois na alma se concentra toda a sua força e todo o seu poder”13
Albeít De Rochas já fazia menção ao termo “passes”, assim como à imposição de mãos”. Observese, por exemplo, como o erudito escritor e engenheiro português, Dr. Antonio Lobo Vilela, fala sobre ele no seu livro “O Destino Humano”: “O processo experimental de De Rochas (utilizado para indução à regressão de memória) consiste no emprego de passes magnéticos longitudinais, combinados, por vezes, com a imposição da mão direita sobre a cabeça do passivo”. (Grifos originais)14. Mas falar de De Rochas seria praticamente dispensável já que todos os estudiosos do magnetismo, onambulismo e exteriorização da personalidade (desdobramento) não regateiam elogios e citações ao mesmo. Apesar disso, lembraríamos que após estudar a “transplantação” das doenças - que se dava fazendo-se passar as doenças de uma pessoa para outra ou então para um animal - sugerida por um certo abade Vallemonte, no livro, “Physique Occulte”, escrito em 1693, e que ressurgiu em fins do século passado, rebatizada por “traspasses” em plena Paris e implantada em alguns hospitais dali, concluiu ele pela ineficácia de ambos os métodos e, então, preferiu se utilizar dos passes nas suas sessões de estudo sobre os “eflúvios” e a “exteriorização da sensibilidade”.Para concluir este item, façamos um resumo histórico com Gabriel Delanne: “A ciência magnética compreende certo número de divisões, conforme as diferentes categorias de fenômenos “(...) Os anais dos povos da antiguidade formigam em narrativas circunstanciadas, que mostram o profundo conhecimento que do magnetismo tinham os antigos sacerdotes. “Os magos da Caldéia, os brâmanes da Índia curavam pelo olhar (...). Ainda hoje, na Ásia, (...) os faquires cultivam com êxito as práticas magnéticas (...).
“Os egípcios (...) empregavam, no alívio dos sofrimentos. os passes e a aposição de mãos, como os executamos ainda em nossos dias “
(...) Amóbio, Celso e Jâmblico ensinam em seus escritos que existia entre os egípcios, em todas as épocas, pessoas dotadas da faculdade de curar por meio da aposição das mãos e de insuflações (...) “(...) Os romanos também tiveram templos onde se reconstituía a saúde por operações magnéticas Conta Celso que Asclepíades de Pruse adormecia, magneticamente, as pessoas atacadas de frenesi
“(...) Quem obteve, porém, maior fama nessa matéria, foi Simão, “o mágico”, que, soprando nos epilépticos, destruía o mal de que estavam atacados.
“(...) Na Gália, os druidas e as druidesas possuíam em alto grau a faculdade de curar, como o atestam muitos historiadores; sua medicina magnética tornou-se tão célebre que os vinham consultar de todas as partes do mundo. (...) Na Idade Média, o magnetismo foi praticado, principalmente, pelos sábios
“(...) Avincena, doutor famoso, que viveu de 980 a 1036, escreveu que a alma age não só sobre o corpo, senão ainda sobre corpos estranhos que pode influenciar, a distância.
“Arnaud de Villeneuve foi buscar nos autores árabes o conhecimento dos efeitos magnéticos (...). “(...) Van Helmont dizia: (...) O magnetismo só tem de novo o nome (...)“(...) Em 1682, assinalaremos Greatrakes, na Inglaterra, que fez milagres, simplesmente com as mãos (...)”16, etc
O PASSE - SEU ESTUDO
Jacob de Mello
1 DEFINIÇÕES E MENÇÕES ESPÍRITAS
1.1 - De Allan Kardec
“É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional”6.
“A mediunidade curadora (...) é, por si só, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e não só abarca as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades (...) de obsessões”7. E ainda acrescenta: “(...) Aí nada queremos introduzir de pessoal e de hipotético, procedemos por via de experiência e de observação”.
“Pela prece sincera, que é uma magnetização espiritual, provoca-se a desagregação mais rápida do fluido perispiritual”8.
Diz ainda Kardec: “O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos (...)”9. Quando, estudando os possíveis problemas que poderiam surgir entre a “mediunidade curadora” e a lei, Kardec abriu indagações que, por si sós, ratificam o que dissemos acerca de ele usar os termos do magnetismo para se referir ao passe: “As pessoas não diplomadas que tratam os doentes pelo magnetismo; pela água magnetizada, que não é senão uma dissolução do fluido magnético; pela imposição das mãos, que é uma magnetização instantânea e poderosa; pela prece, que é uma magnetização mental; com o concurso dos Espíritos, o que é ainda uma variedade de magnetização, são passíveis da lei contra o exercício ilegal da medicina?”10.
Mesmo fazendo uso dos termos mais comuns a época, fica evidente que o passe foi considerado e estudado por Kardec com as mesmas seriedade e gravidade que se tornaram sua marca registrada na condução do árduo trabalho da Codificação Espírita.
Quando fazemos a ligação entre as terminologias empregadas hoje com as do “ontem recente”, pretendemos convir, sempre e mais uma vez, com Kardec quando, nos primórdios do Espiritismo, já nos orientava sobre o proveito advindo com a Doutrina Espírita, a qual nos lança, de súbito, numa ordem de coisas tão nova quão grande, que só pode ser obtido “Com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado”11. Daí a necessidade de sermos sérios e graves ante os assuntos do Espiritismo, em especial quando tratamos de temas pontilhados de personalismos, controvérsias e pouco estudo, como é o caso do passe.
6 KARDEC, Allan. Curas, In “A Gênese”, cap.14, item 34.
7 Da Mediunidade curadora. “Revista Espírita”, set. 1865.
8 KARDEC, Allan. O passamento. In “O Céu e o Inferno”, 2ª Parte, cap. 1, item 15.
9 KARDEC, Allan. Daí gratuitamente o que gratuitamente recebestes. In “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 26, item
.10 A Lei e os médiuns. “Revista Espírita”, jul. 1867, p. 203.
11 KARDEC, Allan. Introdução. In “O Livro dos Espíritos”, item 8.
12 DENIS, Léon. A força psíquica. Os fluidos. O magnetismo. In “No Invisível”, 2ª Parte, cap. XV, p. 182.
1.2 - Clássicas (Contemporâneos de Allan Kardec)
Angel Aguarod assim se pronunciou: “Deixemos as drogas e os tóxicos para os hipnotizadores e reservemos para os magnetizadores a medicina do espírito, pois na alma se concentra toda a sua força e todo o seu poder”13
Albeít De Rochas já fazia menção ao termo “passes”, assim como à imposição de mãos”. Observese, por exemplo, como o erudito escritor e engenheiro português, Dr. Antonio Lobo Vilela, fala sobre ele no seu livro “O Destino Humano”: “O processo experimental de De Rochas (utilizado para indução à regressão de memória) consiste no emprego de passes magnéticos longitudinais, combinados, por vezes, com a imposição da mão direita sobre a cabeça do passivo”. (Grifos originais)14. Mas falar de De Rochas seria praticamente dispensável já que todos os estudiosos do magnetismo, onambulismo e exteriorização da personalidade (desdobramento) não regateiam elogios e citações ao mesmo. Apesar disso, lembraríamos que após estudar a “transplantação” das doenças - que se dava fazendo-se passar as doenças de uma pessoa para outra ou então para um animal - sugerida por um certo abade Vallemonte, no livro, “Physique Occulte”, escrito em 1693, e que ressurgiu em fins do século passado, rebatizada por “traspasses” em plena Paris e implantada em alguns hospitais dali, concluiu ele pela ineficácia de ambos os métodos e, então, preferiu se utilizar dos passes nas suas sessões de estudo sobre os “eflúvios” e a “exteriorização da sensibilidade”.Para concluir este item, façamos um resumo histórico com Gabriel Delanne: “A ciência magnética compreende certo número de divisões, conforme as diferentes categorias de fenômenos “(...) Os anais dos povos da antiguidade formigam em narrativas circunstanciadas, que mostram o profundo conhecimento que do magnetismo tinham os antigos sacerdotes. “Os magos da Caldéia, os brâmanes da Índia curavam pelo olhar (...). Ainda hoje, na Ásia, (...) os faquires cultivam com êxito as práticas magnéticas (...).
“Os egípcios (...) empregavam, no alívio dos sofrimentos. os passes e a aposição de mãos, como os executamos ainda em nossos dias “
(...) Amóbio, Celso e Jâmblico ensinam em seus escritos que existia entre os egípcios, em todas as épocas, pessoas dotadas da faculdade de curar por meio da aposição das mãos e de insuflações (...) “(...) Os romanos também tiveram templos onde se reconstituía a saúde por operações magnéticas Conta Celso que Asclepíades de Pruse adormecia, magneticamente, as pessoas atacadas de frenesi
“(...) Quem obteve, porém, maior fama nessa matéria, foi Simão, “o mágico”, que, soprando nos epilépticos, destruía o mal de que estavam atacados.
“(...) Na Gália, os druidas e as druidesas possuíam em alto grau a faculdade de curar, como o atestam muitos historiadores; sua medicina magnética tornou-se tão célebre que os vinham consultar de todas as partes do mundo. (...) Na Idade Média, o magnetismo foi praticado, principalmente, pelos sábios
“(...) Avincena, doutor famoso, que viveu de 980 a 1036, escreveu que a alma age não só sobre o corpo, senão ainda sobre corpos estranhos que pode influenciar, a distância.
“Arnaud de Villeneuve foi buscar nos autores árabes o conhecimento dos efeitos magnéticos (...). “(...) Van Helmont dizia: (...) O magnetismo só tem de novo o nome (...)“(...) Em 1682, assinalaremos Greatrakes, na Inglaterra, que fez milagres, simplesmente com as mãos (...)”16, etc
segunda-feira, 22 de março de 2010
(III)
O PASSE - SEU ESTUDO
Jacob Mello
É preciso confessar, entretanto, que não garimpamos sozinhos; contamos com muitas ajudas, de todos os níveis e de todos os "planos". Todas, sem exceção, foram valiosíssimas; mesmo aquelas que, de momento, não conseguimos entender, fossem por estarem além de nossa capacidade de tirocínio ou por extrapolarem os largos limites de nossa imperfeição. Por isso mesmo, todos os méritos deste trabalho são dos Espíritos (encarnados e desencarnados) que - na pessoa dos vários autores consultados, dos amigos que sempre vibraram por nós outros, dos familiares e companheiros que aturaram nossa "teimosia por escrever um livro", dos críticos que escolhemos (e aqui
queremos fazer uma ressalva especial para citar a estimada confreira Sarah Jane, pois, devemos a ela uma gratidão enorme, pelo seu empenho e destemor, inteligência e seriedade, estudo e atenção, sem o que esta obra estaria incompleta e com limitações) e dos que se escolheram, dos irmãos que apreciaram os rascunhos e os originais, orientando-nos, todos, com suas judiciosas ponderações, daqueles que tenham tentado
nos deter ou atrapalhar nossa manifesta intenção de concluir tal trabalho, e dos que nos ajudaram direta e indiretamente, de forma reconhecida ou anonimamente - só contribuíram para a ocorrência de tudo de bom que aqui se encontre.
Entretanto, queremos registrar, explicitamente, que é do autor, e só dele, de maneira indivisível e absoluta, todo e qualquer ônus que pese por quaisquer equívocos, indelicadezas, desvios ou colocações menos felizes que, porventura, sejam ou venham a ser localizadas nesta obra, pois, temos certeza plena de que se tal se der terá sido por exclusiva pequenez deste menor dos menores irmãos de Jesus, deste que se reconhece
como um dos mais modestos dos discípulos de Kardec.
Jacob Luiz de Melo
Natal (RN), outubro de 1991.
CAPÍTULO I - O PASSE - DEFINIÇÕES
“A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade
que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora” - (Allan Kardec)2
É fora de dúvida que nenhuma Ciência pode ser bem entendida quando não se busca, antes, o conhecimento de sua base, de seus fundamentos. Sendo o Espiritismo, de fato e por definição, uma Ciência e como tal estabelecida por seu insigne Codificador, compete-nos buscar-lhe os princípios para não vagarmos em raciocínios periféricos quando nosso propósito é o do conhecimento coerente. Os conhecidos “fatos espíritas”, hoje denominados “fenômenos mediúnicos”, ao lado da aplicação analisada e estudada do Magnetismo, foram os propiciadores da parte cientifica da Doutrina Espírita. Allan
Kardec, entretanto, não se limitou a observá-los e estudá-los com profundidade; a partir daí, ele compôs todo o arcabouço teórico e prático do Espiritismo. Desde então tornou-se inconcebível estudar-se a mediunidade sem sedimentar alicerces nos registros kardequianos. Tal tentativa equivaleria a se querer edificar uma construção de grande porte sem antes certificar-se das condições do solo nem cuidar da robustez de suas fundações. Afinal, sem base sólida e robusta não há construção segura. Decorrentemente, o presente estudo sobre o passe, o qual é uma das mais usuais derivações práticas da mediunidade e do magnetismo na Casa Espírita, para ser coerente e consentâneo com a Doutrina dos Espíritos, estará revestido de grande cuidado quanto a sua fundamentação doutrinária. Não queremos fugir da figura evangélica que lembra ser prudente o homem que constrói sua casa sobre a rocha para assim suportar a chuva que cair, os rios que transbordarem e os ventos que sobre ela se abaterem3. Daí iniciarmos por Allan Kardec e seu Pentateuco, símbolos maiores da sólida rocha doutrinária do Espiritismo, e com ele seguirmos até o fim da obra.
Na síntese em epígrafe, é inequívoca a seriedade com que Kardec se postou ante a “mediunidade curadora”. Tanto assim que a ela se refere como uma “coisa santa”, claramente ressaltando a nobreza de caráter da qual deve se revestir todo aquele que se disponha a esse verdadeiro labor divino, a fim de agir, em todos os momentos, “santamente, religiosamente”. Mas, caráter nobre é formatura adquirida nos modos e
hábitos diários e não apenas em certos momentos, quase sempre vivenciados na esporadicidade de fundo imediatista, interesseiro ou comodista Conscientes dessa posição, podemos analisar inicialmente alguns aspectos que dizem respeito as definições e menções que adiante iremos apreciar. Isso porque não foi normalmente sob o nome passe, mas, via de regra, como “dom de curar”, “mediunidade curadora”, “imposição de mãos”, que o Codificador se referiu ao assunto em estudo. Além disso, em diversas ocasiões tratou deste tema nominando-o, genericamente, “magnetismo”, ainda que nessas oportunidades não deixasse dúvidas sobre que tipo de magnetismo4
se referia.
Na definição de mediunidade curadora dada por Kardec (é gênero de mediunidade que “consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação”5), já se percebe a abrangência com que ele tratou a matéria
Uma outra verificação bastante comum é que, se formos analisar enciclopédias e dicionários, notaremos que nem todas as referências existentes são em relação ao passe (no singular), que é a maneira usualmente empregada tanto no meio Espírita como na literatura espiritualista em geral, mas, preferencialmente, aos passes (no plural).
Importa ainda considerar que o termo “passe” tem significados distintos. Inicialmente era o passe apenas o nome dado ao gesto (ou ao conjunto destes) com fins de se movimentar “eflúvios”. Depois, entendido como atividade de cura, generalizou-se como a própria política da cura. No entendimento Espírita, ora é evocado como um, ora como outro sentido. Apesar disso, na maneira como venha a se empregar o termo, passe tanto pode ser entendido como uma terapia espírita, como uma parte do magnetismo, como
uma técnica de cura ou ainda como o sentido genérico da “fluidoterapia”.
Isto posto, vamos às definições, menções e equívocos que envolvem nosso assunto, advertindo antecipadamente que limitaremos tais abordagens pois ao longo da obra surgirão muitas outras oportunidades para novas citações, das mais variadas fontes.
2 KARDEC, Allan. Daí gratuitamente o que gratuitamente recebestes. In: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 26,
item 10.
3 Mateus, VII, vv. 24 e 25.
4 Trataremos do assunto com mais detalhes no capítulo VIII - As Técnicas.
5 KARDEC, Allan. Médiuns curadores. In “O Livro dos Médiuns”, cap. 14, item 175b.
(ESTA PAGINA SERÁ MODIFICADA SEMANALMENTE)
O PASSE - SEU ESTUDO
Jacob Mello
É preciso confessar, entretanto, que não garimpamos sozinhos; contamos com muitas ajudas, de todos os níveis e de todos os "planos". Todas, sem exceção, foram valiosíssimas; mesmo aquelas que, de momento, não conseguimos entender, fossem por estarem além de nossa capacidade de tirocínio ou por extrapolarem os largos limites de nossa imperfeição. Por isso mesmo, todos os méritos deste trabalho são dos Espíritos (encarnados e desencarnados) que - na pessoa dos vários autores consultados, dos amigos que sempre vibraram por nós outros, dos familiares e companheiros que aturaram nossa "teimosia por escrever um livro", dos críticos que escolhemos (e aqui
queremos fazer uma ressalva especial para citar a estimada confreira Sarah Jane, pois, devemos a ela uma gratidão enorme, pelo seu empenho e destemor, inteligência e seriedade, estudo e atenção, sem o que esta obra estaria incompleta e com limitações) e dos que se escolheram, dos irmãos que apreciaram os rascunhos e os originais, orientando-nos, todos, com suas judiciosas ponderações, daqueles que tenham tentado
nos deter ou atrapalhar nossa manifesta intenção de concluir tal trabalho, e dos que nos ajudaram direta e indiretamente, de forma reconhecida ou anonimamente - só contribuíram para a ocorrência de tudo de bom que aqui se encontre.
Entretanto, queremos registrar, explicitamente, que é do autor, e só dele, de maneira indivisível e absoluta, todo e qualquer ônus que pese por quaisquer equívocos, indelicadezas, desvios ou colocações menos felizes que, porventura, sejam ou venham a ser localizadas nesta obra, pois, temos certeza plena de que se tal se der terá sido por exclusiva pequenez deste menor dos menores irmãos de Jesus, deste que se reconhece
como um dos mais modestos dos discípulos de Kardec.
Jacob Luiz de Melo
Natal (RN), outubro de 1991.
CAPÍTULO I - O PASSE - DEFINIÇÕES
“A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade
que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora” - (Allan Kardec)2
É fora de dúvida que nenhuma Ciência pode ser bem entendida quando não se busca, antes, o conhecimento de sua base, de seus fundamentos. Sendo o Espiritismo, de fato e por definição, uma Ciência e como tal estabelecida por seu insigne Codificador, compete-nos buscar-lhe os princípios para não vagarmos em raciocínios periféricos quando nosso propósito é o do conhecimento coerente. Os conhecidos “fatos espíritas”, hoje denominados “fenômenos mediúnicos”, ao lado da aplicação analisada e estudada do Magnetismo, foram os propiciadores da parte cientifica da Doutrina Espírita. Allan
Kardec, entretanto, não se limitou a observá-los e estudá-los com profundidade; a partir daí, ele compôs todo o arcabouço teórico e prático do Espiritismo. Desde então tornou-se inconcebível estudar-se a mediunidade sem sedimentar alicerces nos registros kardequianos. Tal tentativa equivaleria a se querer edificar uma construção de grande porte sem antes certificar-se das condições do solo nem cuidar da robustez de suas fundações. Afinal, sem base sólida e robusta não há construção segura. Decorrentemente, o presente estudo sobre o passe, o qual é uma das mais usuais derivações práticas da mediunidade e do magnetismo na Casa Espírita, para ser coerente e consentâneo com a Doutrina dos Espíritos, estará revestido de grande cuidado quanto a sua fundamentação doutrinária. Não queremos fugir da figura evangélica que lembra ser prudente o homem que constrói sua casa sobre a rocha para assim suportar a chuva que cair, os rios que transbordarem e os ventos que sobre ela se abaterem3. Daí iniciarmos por Allan Kardec e seu Pentateuco, símbolos maiores da sólida rocha doutrinária do Espiritismo, e com ele seguirmos até o fim da obra.
Na síntese em epígrafe, é inequívoca a seriedade com que Kardec se postou ante a “mediunidade curadora”. Tanto assim que a ela se refere como uma “coisa santa”, claramente ressaltando a nobreza de caráter da qual deve se revestir todo aquele que se disponha a esse verdadeiro labor divino, a fim de agir, em todos os momentos, “santamente, religiosamente”. Mas, caráter nobre é formatura adquirida nos modos e
hábitos diários e não apenas em certos momentos, quase sempre vivenciados na esporadicidade de fundo imediatista, interesseiro ou comodista Conscientes dessa posição, podemos analisar inicialmente alguns aspectos que dizem respeito as definições e menções que adiante iremos apreciar. Isso porque não foi normalmente sob o nome passe, mas, via de regra, como “dom de curar”, “mediunidade curadora”, “imposição de mãos”, que o Codificador se referiu ao assunto em estudo. Além disso, em diversas ocasiões tratou deste tema nominando-o, genericamente, “magnetismo”, ainda que nessas oportunidades não deixasse dúvidas sobre que tipo de magnetismo4
se referia.
Na definição de mediunidade curadora dada por Kardec (é gênero de mediunidade que “consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação”5), já se percebe a abrangência com que ele tratou a matéria
Uma outra verificação bastante comum é que, se formos analisar enciclopédias e dicionários, notaremos que nem todas as referências existentes são em relação ao passe (no singular), que é a maneira usualmente empregada tanto no meio Espírita como na literatura espiritualista em geral, mas, preferencialmente, aos passes (no plural).
Importa ainda considerar que o termo “passe” tem significados distintos. Inicialmente era o passe apenas o nome dado ao gesto (ou ao conjunto destes) com fins de se movimentar “eflúvios”. Depois, entendido como atividade de cura, generalizou-se como a própria política da cura. No entendimento Espírita, ora é evocado como um, ora como outro sentido. Apesar disso, na maneira como venha a se empregar o termo, passe tanto pode ser entendido como uma terapia espírita, como uma parte do magnetismo, como
uma técnica de cura ou ainda como o sentido genérico da “fluidoterapia”.
Isto posto, vamos às definições, menções e equívocos que envolvem nosso assunto, advertindo antecipadamente que limitaremos tais abordagens pois ao longo da obra surgirão muitas outras oportunidades para novas citações, das mais variadas fontes.
2 KARDEC, Allan. Daí gratuitamente o que gratuitamente recebestes. In: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 26,
item 10.
3 Mateus, VII, vv. 24 e 25.
4 Trataremos do assunto com mais detalhes no capítulo VIII - As Técnicas.
5 KARDEC, Allan. Médiuns curadores. In “O Livro dos Médiuns”, cap. 14, item 175b.
(ESTA PAGINA SERÁ MODIFICADA SEMANALMENTE)
domingo, 14 de março de 2010
II)
O PASSE - SEU ESTUDO
Jacob Mello
Antes de prosseguirmos, analisemos as situações apresentadas já que, por serem muito comuns, justificam aproveitemos o ensejo.
1. "Foi fulano que me ensinou assim"; esta é a típica desculpa da pessoa que se sente (ou se diz) sempre "indisposta" e que, portanto, "não tem tempo para estudar". Perguntamos: será que só falta tempo mesmo para o estudo? E nosso propósito de servir ao próximo não merece de nós mesmos um pouco mais de esforço e dedicação? Será que nós gostaríamos de sermos atendidos, por exemplo, por um médico que nunca tem tempo para estudar? E será que a pessoa (ou a obra, Instituição, curso, etc.) que nos ensinou, ensinou "tudo" mesmo e, se ensinou, o fez correto? Como saber reconhecer sem estudar? Bem se vê que só o estudo pode fornecer a segurança devida e nos coloca racionalmente ante nossos compromissos para com os irmãos que buscam nossa ajuda.
2. “Jesus só impunha as mãos e curava, portanto (...)"; aqui já não se trata de simples falta de estudo, mas, de desconhecimento até d'O Novo Testamento. Ao longo do livro, teremos oportunidade de (KARDEC, Allan. Da lei de adoração. In “O Livro dos Espíritos”, Parte 3ª, cap.2, item Adoração exterior, questão 655). apresentar várias situações envolvendo a ação fluídico-magnética do Cristo e veremos que não era só por imposição de mãos que Ele agia. Fica, desde já, a recomendação de que façamos uma leitura daquele livro, para conhecermos mais proximamente a figura de Jesus e seus exemplos morais e práticos de como atuar nas curas.
3. "Já faz tanto tempo que aplico assim e dá bons resultados"; de fato, nada nos impede de procedermos sempre de uma única maneira em nossas atividades e, ainda assim, nos sairmos bem; contudo, isto jamais quererá dizer devamos limitar nosso aprendizado - no que quer que seja - a apenas um método, a uma só ação, pois, nada há no mundo que seja ou deva ser tão restritamente especializado, Além do estudo e da pesquisa, nos compete, igualmente, um pouco de empenho e criatividade (no bom sentido) a fim de favorecermos nosso progresso. Afinal, o que "hoje" é considerado como resultado positivo não descarta a grande possibilidade de, em se melhorando o método ou as técnicas, obtê-lo mais excelente ainda "amanhã".
4. "Como a técnica é dos Espíritos, deixo que me utilizem e não atrapalho"; com toda franqueza, os que assim agem tomam uma postura, no mínimo, ridícula. Se nós evoluímos tanto nos Planos Espirituais quanto na Terra, por que não começarmos nosso aprendizado aqui, para aprimorá-lo quando lá estivermos?
Por que não pensarmos, a despeito dos Espíritos serem os grandes detentores das técnicas, que nossos conhecimentos e estudos contribuirão eficazmente nos processos de atendimentos fluidoterápicos, pois, permitirão que o trabalho se realize de forma mais participativa? E afinal, queremos ser médiuns passistas de fato ou simples marionetes nas mãos dos Espíritos?
E os Espíritos Superiores, por sua vez, estarão solicitando nossa participação como meros brinquedos liberadores de fluidos ou como companheiros efetivos nas atividades fraternas em favor das criaturas necessitadas? Meditemos; meditemos bem, pois, assim como não nos cabe "atrapalhar" os trabalhos dos Espíritos amigos, compete-nos o dever de darmos e fazermos o melhor de nós mesmos, sempre!
Retomando nossa idéia inicial, quando nos propusemos escrever esta obra, com surpresa descobrimos que a bibliografia não Espírita sobre o assunto é muitas vezes mais volumosa e variada que a nossa, o que, de certo modo, nos deixou levemente desapontados. Após "correr" as obras Espíritas sobre o passe e as "clássicas do Magnetismo" que conseguimos consultar, partimos para aquelas outras, nas quais encontramos: fartas pesquisas, sérios aprofundamentos, hipóteses intrigantes e instigantes, e muitas novidades.
Infelizmente, porém, tudo de bom que lá se encontra quase sempre está misturado com muitas bobagens, montes de coisas sem qualquer fundamento, algumas (poucas, graças a Deus) afrontas à moral, a Medicina e aos princípios éticos do bom senso, e tantos absurdos destituídos de qualquer lógica ou respaldo.
Como resultado disso tudo, tivemos que nos "vestir" de "garimpeiros do passe" para conseguirmos extrair dali as "pérolas dos bons ensinamentos", procurando não confundi-las com as "argilas endurecidas e cristalizadas dos equívocos e despropósitos" tão virulentamente a elas agregadas.
Nessa "garimpagem", concluímos pelo que excedia em evidência: grandes descobertas, graves estudos, profundas pesquisas e excelentes práticas podem e devem ser encetados nesta área pelos espíritas, pois, sem dúvida alguma, somos "garimpeiros" privilegiados. Dispomos de uma "mina a céu aberto" (a Doutrina Espírita), o que nos livra de qualquer escuridão; contamos com cinco "mapas" (o Pentateuco Kardequiano) magnanimamente codificados; acompanham-nos "guias" (a Espiritualidade Superior) com profundos conhecimentos do terreno e das tarefas; dispomos de "detalhes técnicos" (as obras subsidiárias de Espíritos como André Luiz, Emmanuel e Manoel Philomeno de Miranda) de riquíssima precisão; temos à mão informações "geológicas do solo" com perfis (as obras clássicas e modernas do Magnetismo) já devidamente testados; não nos faltam "elementos" ("nossos" pacientes) para trabalharmos em nossa mineração;
possuímos "ferramentas" de primeira qualidade (nossa boa vontade e a disposição de servir); e, como se não bastasse, o nosso senhor é o maior e o melhor de todos os amos (Nosso Senhor Jesus-Cristo, em nome de Deus).
Foi refletindo assim que decidimos aprofundar um pouco mais o estudo sobre o passe, mesmo porque, aquilo que apresentamos como crítica generalizada logo no início desta "explicação", antes que em qualquer pessoa ou Instituição, ela foi aplicada sobre nós mesmos, com toda veemência e honestidade possível.
E por pensarmos que não seria justo fazermos todo um trabalho de pesquisa, análise e estudo, no qual encontramos verdadeiras "jóias raras", e não dividirmos as benesses daí advindas (tal como exemplificou Allan Kardec quando acabou de compor aquele que seria a primeira edição de "O Livro dos Espíritos"), aqui trazemos nossa modesta "garimpagem", no intuito de assim contribuirmos para um enriquecimento, um conhecimento e um estudo mais acurado sobre o passe, da parte de todos nós.
(ESTA PUBLICAÇÃO SERÁ RENOVADA SEMANALMENTE)
O PASSE - SEU ESTUDO
Jacob Mello
Antes de prosseguirmos, analisemos as situações apresentadas já que, por serem muito comuns, justificam aproveitemos o ensejo.
1. "Foi fulano que me ensinou assim"; esta é a típica desculpa da pessoa que se sente (ou se diz) sempre "indisposta" e que, portanto, "não tem tempo para estudar". Perguntamos: será que só falta tempo mesmo para o estudo? E nosso propósito de servir ao próximo não merece de nós mesmos um pouco mais de esforço e dedicação? Será que nós gostaríamos de sermos atendidos, por exemplo, por um médico que nunca tem tempo para estudar? E será que a pessoa (ou a obra, Instituição, curso, etc.) que nos ensinou, ensinou "tudo" mesmo e, se ensinou, o fez correto? Como saber reconhecer sem estudar? Bem se vê que só o estudo pode fornecer a segurança devida e nos coloca racionalmente ante nossos compromissos para com os irmãos que buscam nossa ajuda.
2. “Jesus só impunha as mãos e curava, portanto (...)"; aqui já não se trata de simples falta de estudo, mas, de desconhecimento até d'O Novo Testamento. Ao longo do livro, teremos oportunidade de (KARDEC, Allan. Da lei de adoração. In “O Livro dos Espíritos”, Parte 3ª, cap.2, item Adoração exterior, questão 655). apresentar várias situações envolvendo a ação fluídico-magnética do Cristo e veremos que não era só por imposição de mãos que Ele agia. Fica, desde já, a recomendação de que façamos uma leitura daquele livro, para conhecermos mais proximamente a figura de Jesus e seus exemplos morais e práticos de como atuar nas curas.
3. "Já faz tanto tempo que aplico assim e dá bons resultados"; de fato, nada nos impede de procedermos sempre de uma única maneira em nossas atividades e, ainda assim, nos sairmos bem; contudo, isto jamais quererá dizer devamos limitar nosso aprendizado - no que quer que seja - a apenas um método, a uma só ação, pois, nada há no mundo que seja ou deva ser tão restritamente especializado, Além do estudo e da pesquisa, nos compete, igualmente, um pouco de empenho e criatividade (no bom sentido) a fim de favorecermos nosso progresso. Afinal, o que "hoje" é considerado como resultado positivo não descarta a grande possibilidade de, em se melhorando o método ou as técnicas, obtê-lo mais excelente ainda "amanhã".
4. "Como a técnica é dos Espíritos, deixo que me utilizem e não atrapalho"; com toda franqueza, os que assim agem tomam uma postura, no mínimo, ridícula. Se nós evoluímos tanto nos Planos Espirituais quanto na Terra, por que não começarmos nosso aprendizado aqui, para aprimorá-lo quando lá estivermos?
Por que não pensarmos, a despeito dos Espíritos serem os grandes detentores das técnicas, que nossos conhecimentos e estudos contribuirão eficazmente nos processos de atendimentos fluidoterápicos, pois, permitirão que o trabalho se realize de forma mais participativa? E afinal, queremos ser médiuns passistas de fato ou simples marionetes nas mãos dos Espíritos?
E os Espíritos Superiores, por sua vez, estarão solicitando nossa participação como meros brinquedos liberadores de fluidos ou como companheiros efetivos nas atividades fraternas em favor das criaturas necessitadas? Meditemos; meditemos bem, pois, assim como não nos cabe "atrapalhar" os trabalhos dos Espíritos amigos, compete-nos o dever de darmos e fazermos o melhor de nós mesmos, sempre!
Retomando nossa idéia inicial, quando nos propusemos escrever esta obra, com surpresa descobrimos que a bibliografia não Espírita sobre o assunto é muitas vezes mais volumosa e variada que a nossa, o que, de certo modo, nos deixou levemente desapontados. Após "correr" as obras Espíritas sobre o passe e as "clássicas do Magnetismo" que conseguimos consultar, partimos para aquelas outras, nas quais encontramos: fartas pesquisas, sérios aprofundamentos, hipóteses intrigantes e instigantes, e muitas novidades.
Infelizmente, porém, tudo de bom que lá se encontra quase sempre está misturado com muitas bobagens, montes de coisas sem qualquer fundamento, algumas (poucas, graças a Deus) afrontas à moral, a Medicina e aos princípios éticos do bom senso, e tantos absurdos destituídos de qualquer lógica ou respaldo.
Como resultado disso tudo, tivemos que nos "vestir" de "garimpeiros do passe" para conseguirmos extrair dali as "pérolas dos bons ensinamentos", procurando não confundi-las com as "argilas endurecidas e cristalizadas dos equívocos e despropósitos" tão virulentamente a elas agregadas.
Nessa "garimpagem", concluímos pelo que excedia em evidência: grandes descobertas, graves estudos, profundas pesquisas e excelentes práticas podem e devem ser encetados nesta área pelos espíritas, pois, sem dúvida alguma, somos "garimpeiros" privilegiados. Dispomos de uma "mina a céu aberto" (a Doutrina Espírita), o que nos livra de qualquer escuridão; contamos com cinco "mapas" (o Pentateuco Kardequiano) magnanimamente codificados; acompanham-nos "guias" (a Espiritualidade Superior) com profundos conhecimentos do terreno e das tarefas; dispomos de "detalhes técnicos" (as obras subsidiárias de Espíritos como André Luiz, Emmanuel e Manoel Philomeno de Miranda) de riquíssima precisão; temos à mão informações "geológicas do solo" com perfis (as obras clássicas e modernas do Magnetismo) já devidamente testados; não nos faltam "elementos" ("nossos" pacientes) para trabalharmos em nossa mineração;
possuímos "ferramentas" de primeira qualidade (nossa boa vontade e a disposição de servir); e, como se não bastasse, o nosso senhor é o maior e o melhor de todos os amos (Nosso Senhor Jesus-Cristo, em nome de Deus).
Foi refletindo assim que decidimos aprofundar um pouco mais o estudo sobre o passe, mesmo porque, aquilo que apresentamos como crítica generalizada logo no início desta "explicação", antes que em qualquer pessoa ou Instituição, ela foi aplicada sobre nós mesmos, com toda veemência e honestidade possível.
E por pensarmos que não seria justo fazermos todo um trabalho de pesquisa, análise e estudo, no qual encontramos verdadeiras "jóias raras", e não dividirmos as benesses daí advindas (tal como exemplificou Allan Kardec quando acabou de compor aquele que seria a primeira edição de "O Livro dos Espíritos"), aqui trazemos nossa modesta "garimpagem", no intuito de assim contribuirmos para um enriquecimento, um conhecimento e um estudo mais acurado sobre o passe, da parte de todos nós.
(ESTA PUBLICAÇÃO SERÁ RENOVADA SEMANALMENTE)
sábado, 6 de março de 2010
O PASSE - SEU ESTUDO
Jacob Mello
Obs. Esta obra não contém os capítulos VIII e IX: As técnicas.
O Sumário se encontra no final da obra.
A SUBLIME DOAÇÃO
"E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isto te
dou. Em nome de Jesus-Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. (Atos, 3:6)
À porta do templo, chamada Formosa, o apóstolo Pedro e o deficiente físico.
Entre ambos um momento de expectativa.
Da alma cansada e sofrida - que espera.
Da alma plena de fé e estuante de amor - que doa.
Não há indagações nem hesitações.
Apenas a sublime doação.
Eis aí o significado profundamente belo e sublimado do passe: a doação de alma para alma.
* * *
Nosso amigo, Jacob Luiz de Melo, apresenta, nestas páginas que se vai ler, todo o processo dessa doação (em cuja passagem acima citada alcança a culminância) que denominamos, em nosso meio espírita - passes, as técnicas, a cura, os fluidos, o doador, o paciente, as diversas escolas, os efeitos, tudo, enfim, que é necessário para aprimoramento desse trabalho de verdadeira caridade, em nossas Casas Espíritas.
Para tanto, Jacob Melo se empenhou em pesquisar, estudar e meditar o passe. E mais ainda: apresenta a sua própria vivência, numa interação entre o conhecimento e a prática, especialmente porque tem ele, desde cedo, uma constante familiaridade com o ambiente espírita.
Há muito as nossas letras se ressentiam de uma obra deste porte, que abordasse o tema em suas angulações e peculiaridades; que atendesse à necessidade de cunho científico e àquelas da praticidade; que avaliasse, numa análise sensata e clara o que está sendo feito nesse campo de atendimento aos que chegam às instituições em busca de alívio e consolo. Para isso faz o autor uma leitura bastante atualizada e lúcida do nosso Movimento Espírita no tocante a essa área de atividade, tirando ilações e apresentando sugestões que possibilitem uma reciclagem e mudanças para que os objetivos superiores que norteiam essa tarefa sejam alcançados plenamente.
Vale ressaltar, de forma preponderante, que Jacob de Melo consegue transmitir tudo isto com distinção e arte, encontrando sempre a palavra adequada, o conceito bem colocado, a crítica sóbria e elevada que nos permitem entrever a sua própria nobreza íntima e o acendrado amor com que revestiu todo este trabalho, desde a sua ideação até o ponto final.
* * *
"O que tenho isto te dou" - diz Pedro.
Jacob Luiz de Melo, guardadas as devidas proporções, também faz a sua doação.
Suely Caldas Schubert
Juiz de Fora (MG), outubro de 1991
À GUISA DE EXPLICAÇÃO
“Aquele, porém, que a pratique (uma religião) por interesse e por ambição se torna desprezível
aos olhos de Deus e dos homens. A Deus não pobdem agradar os que fingem humilharse diante dele tão somente para granjear o aplauso dos homens”. Espírito da Verdade1
A despeito de quanto se tenha dito ou falado da validade ou não do passe na Casa Espírita, fato insofismável é que sua importância ali tem sido, e será sempre, muito grande. É difícil imaginarmos uma Instituição Espírita sem possuir trabalhos de assistência espiritual através desse dispositivo terapêutico. Seu uso é tão comum e suas técnicas, em geral, são tão simples que nos perguntamos por que tanta confusão, por que tanto impasse quando se quer entender o passe ou abordar-lhe os princípios?!
Nos ensina a lógica que, quando um assunto afeta a tantos e comporta exames, análises, comparações, comprovações e experiências, imediatamente surgem os pesquisadores e divulgadores sérios – apesar dos "mistificadores" de todos os tempos —, fazendo brotar boas obras e importantes referências, em número proporcional ao uso e ao interesse. Entretanto, estranha e contrariamente a isso, o passe, mesmo com seu milenar conhecimento e sua eficácia ecumenicamente propalada, tem sido muito pouco pesquisado, notadamente por quem mais lhe difunde o valor em nossas "bandas ocidentais": os espíritas.
Se recorrermos à bibliografia Espírita, que em inúmeras áreas é de uma fartura impresionante, nos espantaremos com o reduzido número de obras que tratam do assunto, mormente se de forma especializada.
E se formos exigentes quanto à qualidade, como, inclusive, deveremos ser, tal número não caberá na contagem dos dedos de uma única mão. É, deveras, de espantar tão estranho comportamento pois, bem o sabemos, não apenas este assunto interessa muito (e a muitos), como ainda não temos sobre ele uma abordagem mais consentânea com a universalidade dos ensinos pertinentes - tal como se faz requerida e como bem sugeriu Allan Kardec, através de seu exemplo, pelo comportamento pessoal dado ao trato da Codificação.
Mesmo sem precipitar julgamentos, o que se nos afigura como justificativa para esse comportamento é uma certa e generalizada acomodação. Ao que vimos sentindo, todos queremos aprender, fazer certo, entender, mas, situações como: "fulano disse que é assim que se aplica passe" ou "não preciso estudar técnicas e teorias porque Jesus apenas impunha as mãos e curava", têm servido de desculpas para um genérico "cruzar os braços", em vez de "pormos mãos à obra".
De outra maneira, como é comum se querer aprender a aplicar passe "rapidinho", quase sempre se busca, apenas, "breves estudos", simplórios "manuais"... Nessa "pressa", costumamos assimilar certas orientações equivocadas e, muitas vezes, nelas nos cristalizamos, adotando técnicas e posturas nem sempre coerentes. Em conseqüência, com o passar do tempo, tentamos justificar nosso procedimento com frases tipo: "já aplico passes há "tantos" anos e tenho obtido excelentes resultados", ou usamos da cômoda transferência de deveres: "deixo aos Espíritos a responsabilidade pois a técnica é deles mesmos e eles podem usar meus fluidos como quiserem que não atrapalho"
(ESTE ESTUDO TERÁ CONTINUIDADE COM NOVA PÁGINA CADA 10 DIAS)
Jacob Mello
Obs. Esta obra não contém os capítulos VIII e IX: As técnicas.
O Sumário se encontra no final da obra.
A SUBLIME DOAÇÃO
"E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isto te
dou. Em nome de Jesus-Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. (Atos, 3:6)
À porta do templo, chamada Formosa, o apóstolo Pedro e o deficiente físico.
Entre ambos um momento de expectativa.
Da alma cansada e sofrida - que espera.
Da alma plena de fé e estuante de amor - que doa.
Não há indagações nem hesitações.
Apenas a sublime doação.
Eis aí o significado profundamente belo e sublimado do passe: a doação de alma para alma.
* * *
Nosso amigo, Jacob Luiz de Melo, apresenta, nestas páginas que se vai ler, todo o processo dessa doação (em cuja passagem acima citada alcança a culminância) que denominamos, em nosso meio espírita - passes, as técnicas, a cura, os fluidos, o doador, o paciente, as diversas escolas, os efeitos, tudo, enfim, que é necessário para aprimoramento desse trabalho de verdadeira caridade, em nossas Casas Espíritas.
Para tanto, Jacob Melo se empenhou em pesquisar, estudar e meditar o passe. E mais ainda: apresenta a sua própria vivência, numa interação entre o conhecimento e a prática, especialmente porque tem ele, desde cedo, uma constante familiaridade com o ambiente espírita.
Há muito as nossas letras se ressentiam de uma obra deste porte, que abordasse o tema em suas angulações e peculiaridades; que atendesse à necessidade de cunho científico e àquelas da praticidade; que avaliasse, numa análise sensata e clara o que está sendo feito nesse campo de atendimento aos que chegam às instituições em busca de alívio e consolo. Para isso faz o autor uma leitura bastante atualizada e lúcida do nosso Movimento Espírita no tocante a essa área de atividade, tirando ilações e apresentando sugestões que possibilitem uma reciclagem e mudanças para que os objetivos superiores que norteiam essa tarefa sejam alcançados plenamente.
Vale ressaltar, de forma preponderante, que Jacob de Melo consegue transmitir tudo isto com distinção e arte, encontrando sempre a palavra adequada, o conceito bem colocado, a crítica sóbria e elevada que nos permitem entrever a sua própria nobreza íntima e o acendrado amor com que revestiu todo este trabalho, desde a sua ideação até o ponto final.
* * *
"O que tenho isto te dou" - diz Pedro.
Jacob Luiz de Melo, guardadas as devidas proporções, também faz a sua doação.
Suely Caldas Schubert
Juiz de Fora (MG), outubro de 1991
À GUISA DE EXPLICAÇÃO
“Aquele, porém, que a pratique (uma religião) por interesse e por ambição se torna desprezível
aos olhos de Deus e dos homens. A Deus não pobdem agradar os que fingem humilharse diante dele tão somente para granjear o aplauso dos homens”. Espírito da Verdade1
A despeito de quanto se tenha dito ou falado da validade ou não do passe na Casa Espírita, fato insofismável é que sua importância ali tem sido, e será sempre, muito grande. É difícil imaginarmos uma Instituição Espírita sem possuir trabalhos de assistência espiritual através desse dispositivo terapêutico. Seu uso é tão comum e suas técnicas, em geral, são tão simples que nos perguntamos por que tanta confusão, por que tanto impasse quando se quer entender o passe ou abordar-lhe os princípios?!
Nos ensina a lógica que, quando um assunto afeta a tantos e comporta exames, análises, comparações, comprovações e experiências, imediatamente surgem os pesquisadores e divulgadores sérios – apesar dos "mistificadores" de todos os tempos —, fazendo brotar boas obras e importantes referências, em número proporcional ao uso e ao interesse. Entretanto, estranha e contrariamente a isso, o passe, mesmo com seu milenar conhecimento e sua eficácia ecumenicamente propalada, tem sido muito pouco pesquisado, notadamente por quem mais lhe difunde o valor em nossas "bandas ocidentais": os espíritas.
Se recorrermos à bibliografia Espírita, que em inúmeras áreas é de uma fartura impresionante, nos espantaremos com o reduzido número de obras que tratam do assunto, mormente se de forma especializada.
E se formos exigentes quanto à qualidade, como, inclusive, deveremos ser, tal número não caberá na contagem dos dedos de uma única mão. É, deveras, de espantar tão estranho comportamento pois, bem o sabemos, não apenas este assunto interessa muito (e a muitos), como ainda não temos sobre ele uma abordagem mais consentânea com a universalidade dos ensinos pertinentes - tal como se faz requerida e como bem sugeriu Allan Kardec, através de seu exemplo, pelo comportamento pessoal dado ao trato da Codificação.
Mesmo sem precipitar julgamentos, o que se nos afigura como justificativa para esse comportamento é uma certa e generalizada acomodação. Ao que vimos sentindo, todos queremos aprender, fazer certo, entender, mas, situações como: "fulano disse que é assim que se aplica passe" ou "não preciso estudar técnicas e teorias porque Jesus apenas impunha as mãos e curava", têm servido de desculpas para um genérico "cruzar os braços", em vez de "pormos mãos à obra".
De outra maneira, como é comum se querer aprender a aplicar passe "rapidinho", quase sempre se busca, apenas, "breves estudos", simplórios "manuais"... Nessa "pressa", costumamos assimilar certas orientações equivocadas e, muitas vezes, nelas nos cristalizamos, adotando técnicas e posturas nem sempre coerentes. Em conseqüência, com o passar do tempo, tentamos justificar nosso procedimento com frases tipo: "já aplico passes há "tantos" anos e tenho obtido excelentes resultados", ou usamos da cômoda transferência de deveres: "deixo aos Espíritos a responsabilidade pois a técnica é deles mesmos e eles podem usar meus fluidos como quiserem que não atrapalho"
(ESTE ESTUDO TERÁ CONTINUIDADE COM NOVA PÁGINA CADA 10 DIAS)
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