quinta-feira, 29 de maio de 2008

Noite da Pizza - 07/06/2008

A FECX irá promover mais uma noite da pizza!

O evento acontecerá no dia 07 de Junho às 19h na sede da Fraternidade Espírita Chico Xavier, que fica na Rua Todos os Santos n° 15, Vale Encantado - Vila Velha. O convite custará R$ 10,00 com direito a pizza e refrigerante à vontade.

Os recursos arrecadados serão destinados à continuidade da construção da sede da Fraternidade Espírita Chico Xavier. Lembramos que nossa casa é pequena e com poucos frequentadores, por isso contamos com o apoio de todos aqueles que puderem estar prestigiando este nosso evento.

Pedimos que ajudem-nos na divulgação, levando este recado às pessoas de suas respectivas Casas Espíritas.

Abraços Fraternos,

domingo, 25 de maio de 2008

KARDEC, MARX E PASTEUR

Nasceram os três nos princípios do século passado. Allan Kardec em 1804, Karl Marx em 1818 e Louis Pasteur em 1822. O primeiro descobriu o mundo dos espíritos, o segundo as leis materiais da evolução social, o terceiro o mundo dos micróbios. Há entre eles uma curiosa relação ainda não estudada. Hoje, que o pensamento marxista exerce poderosa influência até mesmo nas áreas espirituais, convém tentarmos uma rápida apreciação do problema.
Há muita relação entre Marx e Kardec no plano social, porque ambos trataram especificamente do homem e sua vida no mundo, ou seja, da chamada questão social. Há uma rápida apreciação do problema também muitas divergências, porque Marx nega e Kardec afirma a existência do espírito, sua sobrevivência e sua constante influência na vida social. Para Marx as questões espirituais são ilusórias e prejudicam o desenvolvimento social. Para Kardec essas questões são de importância fundamental.
Mas, qual a relação de ambos com Pasteur ? É o que podemos chamar uma relação-chave. Pasteur se situa entre eles como uma espécie de chave histórica para a decifração do enigma social que hoje preocupa a muitos espiritualistas. A posição de Pasteur na descoberta do mundo invisível dos micróbios é muito semelhante à de Kardec na descoberta do mundo invisível dos espíritos. Os micróbios são para Pasteur o que os espíritos são para Kardec: “uma das forças da natureza”. E essas duas forças, cientificamente descobertas por ambos, exercem influência decisiva na Medicina, campo de aplicação social das ciências.
Pasteur não negava as doenças nem a necessidade de curá-las, como Kardec não negou os males sociais e a necessidade de saná-los. Mas, a posição de Marx assemelha-se à dos médicos antimicrobianos que combateram Pasteur. Para eles só existem as causas materiais. Kardec revela outra cousa. A sociedade não é constituída apenas de corpos humanos, mas sobretudo de espíritos. E os espíritos encarnados estão em constante relação natural (não sobrenatural) com os espíritos desencarnados, que constituem a parte invisível da sociedade. A solução dos problemas sociais não está somente no campo material, pois as suas causas são essencialmente espirituais. Daí a necessidade da dinâmica da caridade (não como esmola, mas como vitória do homem sobre o egoísmo) para que o homem modificado possa dar origem a uma sociedade nova.
Acusar esta posição de omissa ou de mística é repetir o que fizeram os médicos antimicrobianos contra Pasteur. E é fechar os olhos a um aspecto importante da realidade, hoje mais do que nunca inegável: a de que a natureza humana é espiritual. Os problemas materiais decorrem da situação espiritual do homem. Um homem egoísta faz um mundo egoísta. Só um homem altruísta, capaz de ver a espécie humana e o mundo numa visão espiritual, numa perspectiva de evolução palingenésica, será capaz de criar um mundo realmente novo.
Este o ponto central da Sociologia Espírita. Como ensina René Hubert, pedagogo francês atual, caminhamos para a Republica dos Espíritos, para uma sociedade de consciências. Os espiritas não devem cruzar os braços diante do mundo, mas trabalhar intensamente para a modificação de si mesmos e da sociedade, substituindo a base egoísta da vida social por uma base altruísta. Sem essa substituição (que não se faz sem a modificação do homem), todas as transformações sociais serão simples tentativas para atingir um objetivo longínquo.

J. Herculano Pires




segunda-feira, 19 de maio de 2008

Profissão de Fé Espírita Raciocinada

§ I — DEUS

1. Há um Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

A prova da existência de Deus temo-la neste axioma: Não há efeito sem causa. Vemos constantemente uma imensidade de efeitos, cuja causa não está na Humanidade, pois que a Humanidade é impotente para produzi-los, ou, sequer, para os explicar. A causa está acima da Humanidade. É a essa causa que se chama Deus, Jeová, Alá, Brama, Fo-Hi, Grande Espírito, etc. Tais efeitos absolutamente não se produzem ao acaso, fortuitamente e em desordem. Desde a organização do mais pequenino inseto e da mais insignificante semente, até a lei que rege os mundos que circulam no Espaço, tudo atesta uma idéia diretora, uma combinação, uma previdência, uma solicitude que ultrapassam todas as combinações humanas. A causa é, pois, soberanamente inteligente.

2. Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. Deus é eterno. Se tivesse tido começo, alguma coisa houvera existido antes dele, ou ele teria saído do nada, ou, então, um ser anterior o teria criado. É assim que, degrau a degrau, remontamos ao infinito na eternidade. É imutável. Se estivesse sujeito à mudança, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.

É imaterial. Sua natureza difere de tudo o a que chamamos matéria, pois, do contrário, ele estaria sujeito às flutuações e transformações da matéria e, então, já não seria imutável.

É único. Se houvesse muitos Deuses, haveria muitas vontades e, nesse caso, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.

É onipotente, porque é único. Se ele não dispusesse de poder soberano, alguma coisa ou alguém haveria mais poderoso do que ele; não teria feito todas as coisas e as que ele não houvesse feito seriam obra de outro Deus.

É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas mais mínimas coisas como nas maiores e essa sabedoria não permite se duvide nem da sua justiça, nem da sua bondade.

3. Deus é infinito em todas as suas perfeições. Se supuséssemos imperfeito um só dos atributos de Deus, se lhe tirássemos a menor parcela de eternidade, de imutabilidade, de imaterialidade, de unidade, de onipotência, de justiça e de bondade, poderíamos imaginar um ser que possuísse o que lhe faltasse, e esse ser, mais perfeito do que ele, é que seria Deus.

§ II — A ALMA

4. Há no homem um princípio inteligente a que se chama ALMA ou ESPÍRITO, independente da matéria, e que lhe dá o senso moral e a faculdade de pensar.

Se o pensamento fosse propriedade da matéria teríamos a matéria bruta a pensar. Ora, como ninguém nunca viu a matéria inerte dotada de faculdades intelectuais; como, quando o corpo morre, não mais pensa, forçoso é se conclua que a alma independe da matéria e que os órgãos não passam de instrumentos com que o homem manifesta seu pensamento.

5. As doutrinas materialistas são incompatíveis com a moral e subversivas da ordem social.

Se, conforme pretendem os materialistas, o pensamento fosse segregado pelo cérebro, como a bílis o é pelo fígado, seguir-se-ia que, morto o corpo, a inteligência do homem e todas as suas qualidades morais recairiam no nada; que os nossos parentes, os amigos e todos quantos houvessem tido a nossa afeição estariam irremissivelmente perdidos; que o homem de gênio careceria de mérito, pois que somente ao acaso da sua organização seria devedor das faculdades transcendentes que revela; que entre o imbecil e o sábio apenas haveria a diferença de mais ou menos substância cerebral.

As conseqüências dessa doutrina seriam que, nada podendo esperar para depois desta vida, nenhum interesse teria o homem em fazer o bem; que muito natural seria procurasse ele a maior soma possível de gozos, mesmo à custa dos outros; que o sentimento mais racional seria o egoísmo; que aquele que fosse persistentemente desgraçado na Terra, nada de melhor teria a fazer, do que se matar, porquanto, destinado a mergulhar no nada, isso não lhe seria nem pior, nem melhor, ao passo que de tal forma abreviaria seus sofrimentos.

A doutrina materialista é, pois, a sanção do egoísmo, origem de todos os vícios; a negação da caridade — origem de todas as virtudes e base da ordem social — e seria ainda, a justificação do suicídio.

6. O Espiritismo prova a existência da alma.

Provam a existência da alma os atos inteligentes do homem, por isso que eles hão de ter uma causa inteligente e não uma causa inerte. Que ela independe da matéria está demonstrado de modo patente pelos fenômenos espíritas que a mostram agindo por si mesma e o está, sobretudo,
pelo seu insulamento durante a vida, o que lhe permite manifestar-se, pensar e agir sem o corpo.

Pode-se dizer que, se a química separou os elementos da água; se, dessa maneira, pôs a descoberto as propriedades desses elementos e se pode, à sua vontade, fazer e desfazer um corpo composto, o Espiritismo, igualmente, pode isolar os dois elementos constitutivos do homem: o Espírito e a matéria, a alma e o corpo, separá-los e reuni-los à vontade, o que não deixa dúvida sobre a independência de uma e outro.

7. A alma do homem sobrevive ao corpo e conserva a sua individualidade após a morte deste.

Se a alma não sobrevivesse ao corpo, o homem só teria por perspectiva o nada, do mesmo modo que se a faculdade de pensar fosse produto da matéria. Se não conservasse a sua individualidade, isto é, se se dissolvesse no reservatório comum chamado o grande todo, como as gotas d’água no Oceano, seria igualmente, para o homem, o nada do pensamento e as conseqüências seriam absolutamente as mesmas que se não houvesse alma.

A sobrevivência desta à morte do corpo está provada de maneira irrecusável e até certo ponto palpável, pelas comunicações espíritas. Sua individualidade é demonstrada pelo caráter e pelas qualidades peculiares a cada um. Essas qualidades, que distinguem umas das outras as almas, lhes constituem a personalidade. Se as almas se confundissem num todo comum, uniformes seriam as suas qualidades.

Além dessas provas inteligentes, há também a prova material das manifestações visuais, ou aparições, tão freqüentes e autênticas, que não é lícito pô-las em dúvida.

8. A alma do homem é ditosa ou desgraçada depois damorte, conforme haja feito o bem ou o mal durante a vida.

Em se admitindo um Deus soberanamente justo, não se pode admitir que as almas tenham todas a mesma sorte. Se a posição futura do criminoso houvesse de ser a mesma que a do homem virtuoso, excluída estaria toda a utilidade da prática do bem. Ora, supor que Deus não faz diferença entre o que pratica o bem e o que pratica o mal fora negar-lhe a justiça. Nem sempre recebendo punição o mal e recompensa o bem, durante a vida terrenal, deve-se concluir daí que a justiça será feita depois, sem o que Deus não seria justo.

As penas e os gozos futuros estão, ao demais, provados pelas comunicações que os homens podem estabelecer com as almas dos que aqui viveram e que vêm descrever o estado em que se encontram, ditoso ou infeliz, a natureza de suas alegrias ou de seus sofrimentos e enumerar-lhes as causas.

9. Deus, alma, sobrevivência e individualidade da alma após a morte do corpo, penas e recompensas futuras constituem os princípios fundamentais de todas as religiões.

O Espiritismo junta às provas morais desses princípios as provas materiais dos fatos e da experimentação e corta cerce os sofismas do materialismo. Em presença dos fatos, cessa toda razão de ser da incredulidade. É assim que o Espiritismo restitui a fé aos que a tenham perdido e
dissipa as dúvidas dos incrédulos.

Fonte: Primeira parte - Obras Póstumas / Allan Kardec

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A DOUTRINA ESPÍRITA E O CONTROLE UNIVERSAL DOS ENSINOS ESPÍIRTAS



A DOUTRINA ESPÍRITA E O CONTROLE UNIVERSAL DOS ENSINAMENTOS ESPÍRITAS.
O progresso intelectual e moral são molas mestras que nos impulsionam em roteiros evolutivos, quer sejamos encarnados ou desencarnados. A inteligência, a sede do desconhecido e a busca do saber são inegáveis fatores, ao longo dos milênios, que nos elevaram espiritualmente, do princípio vital nos primórdios da criação terrena, aos píncaros da civilização que hoje desfrutamos. Sabemos que longe estamos do que imaginamos de perfeição, que nossa jornada é longa, contudo em nós reside a chama eterna que nos impulsiona a caminho da luz. Nosso estofo é progredir sempre, almejando o infinito em roteiros à parcial perfeição.
Assim é com as ciências e com as religiões. Consolidadas, graças às pesquisas visando o equilíbrio material das criaturas ou a garantia de estreitar os laços espirituais com o Criador, são paralelas coplanares, mas nem sempre simétricas que após indefinido tempo e percursos, se unirão ante a lógica e razão comum, tornando-se unos no Todo.
A nossa Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, sob inequívocas orientações de inúmeros desencarnados, os quais, no momento propício, se propuseram a trazer-nos renovadas notícias do Evangelho de Jesus, ao fecho final das obras básicas, a nós, encarnados, foi entregue como legado. A partir deste momento, cuidaríamos, sob a supervisão das mentes esclarecidas daqueles mesmos desencarnados que dela foram arautos, dos objetivos traçados e que dela fizéssemos o correto uso, preservando suas bases e promovendo indispensáveis progressos, inerentes por sua condição de filosofia científica e religiosa, já que do Codificador ou de seus orientadores espirituais não foi dita como final e definitivo todo o seu contexto.
Devido a esta natural condição progressiva, indispensável que novas opiniões surjam a cada momento. Algumas, somando e fortalecendo suas bases; outras, por afoiteza ou desaviso, procuram tumultuar, na vã tentativa de levar cismas ao seio da Doutrina.
Kardec, na visão ampla do futuro da obra em que ele humildemente colaborou assim se manifesta em "Obras Póstumas" pág. 314, sobre Os Cismas:

“Uma questão que se apresenta em primeiro lugar no pensamento é a dos Cismas que poderão nascer no seio da Doutrina; o Espiritismo deles será preservado?
Não, seguramente, porque terá, no começo, sobretudo, que lutar contra as idéias pessoais, sempre absolutas, tenazes, lentas em se harmonizarem com as idéias de outrem, e contra a ambição daqueles que querem ligar, mesmo assim, o seu nome a uma inovação qualquer; que criam novidades unicamente para poderem dizer que não pensam e não fazem como os outros; ou porque o seu amor-próprio sofre por não ocupar senão uma posição secundária.
Se o Espiritismo não pode escapar das fraquezas humanas, com as quais é preciso sempre contar, pode paralisar-lhes as conseqüências, e é o essencial.
Há a se notar que os numerosos sistemas divergentes, eclodidos na origem do Espiritismo, sobre a maneira de explicar os atos, desapareceram à medida que a Doutrina foi completada pela observação e por uma teoria racional; é com dificuldade, hoje, se esses primeiros sistemas encontram alguns raros.
partidários.
Aí está um fato notório de onde se pode concluir que as últimas divergências se apagarão com a completa elucidação de todas as partes da Doutrina; mas haverá sempre dissidentes de caso pensado, interessados, por uma causa ou por outra, em constituir bando à parte: é contra essa pretensão que é preciso se premunir.
Para se assegurar da unidade no futuro, uma condição é indispensável, é que todas as partes do conjunto da Doutrina sejam determinadas com precisão e clareza, sem nada deixar no vago; para isso fizemos de modo que os nossos escritos não possam dar lugar a nenhuma interpretação contraditória, e trataremos que isso seja sempre assim.
Quando se tiver dito, com firmeza e sem ambigüidade, que dois e dois são quatro, ninguém poderá pretender que se quis dizer que dois e dois fazem cinco. Poderão, pois, se formar, ao lado da Doutrina, seitas que não lhe adotem os princípios, ou todos os princípios, mas não na Doutrina pela interpretação do texto, como se formaram tão numerosas sobre o sentido das próprias palavras do Evangelho. Aí está um primeiro ponto de uma importância capital.
O segundo ponto é o de não sair do círculo das idéias práticas.
Se é verdade que a utopia da véspera, freqüentemente, seja a verdade do ia seguinte, deixemos ao dia seguinte o cuidado de realizar a utopia da véspera, mas não embaracemos a Doutrina com princípios que seriam considerados quimeras e a fariam rejeitar pelos homens positivos.
O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente progressivo da Doutrina. Do fato de que ela não embala sonhos irrealizáveis para o presente, não se segue que se imobiliza no presente.
Exclusivamente apoiada sobre as leis da natureza, não pode mais variar do que essas leis, mas se uma nova lei é descoberta, deve a ela ligar-se; não deve fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar: assimilando todas as idéias reconhecidas justas, de qualquer ordem que sejam físicas ou metafísicas, não será jamais ultrapassada, e aí está uma das principais garantias de sua perpetuidade.
Se, pois, uma seita se forma ao seu lado, fundada ou não sobre os princípios do Espiritismo, ocorrerá de duas coisas uma: ou essa seita estará na verdade ou ela não o estará; se não estiver, cairá por si mesma sob o ascendente da razão e o senso comum, como já tantas outras caíram há séculos; se as suas idéias forem justas, não fosse senão sobre um ponto, a Doutrina, que procura o bem e a verdade por toda parte onde se encontrem, as assimilará, de sorte que, em lugar de ser absorvida, é ela que absorve.
Se alguns de seus membros venham a dela se separar, é porque crêem poder fazer coisa melhor; se fazem realmente algo melhor, ela os imitará; se fazem melhor ainda, ela se esforçará para fazê-lo igualmente, e mais se isso se pode; se fazem mais mal, ela os deixará fazer, certa de que, cedo ou tarde, o bem dominará sobre o mal, e o verdadeiro sobre o falso. Eis a única luta que ela estabelecerá.
Acrescentamos que a tolerância, conseqüência da caridade, que é à base da moral espírita, lhe faz um dever respeitar todas as crenças. Querendo ser aceita livremente, por convicção e não por constrangimento, proclamando a liberdade de consciência como um direito natural imprescritível, diz: Se tenho razão, os outros acabarão por pensar como eu; se estou errado, acabarei por pensar como os outros. Em virtude desses princípios, não lançando a pedra em ninguém, não dará nenhum pretexto para represálias, e deixará aos dissidentes toda a responsabilidade de suas palavras e de seus atos.
O programa da Doutrina não será, pois, invariável senão sobre os princípios passados ao estado de verdades constatadas; ara os outros, não os admitirá como sempre fez, senão a título de hipóteses, até a sua confirmação. Se lhe for demonstrado que está em erro sobre um ponto, modificar-se-á nesse ponto.
A verdade absoluta é eterna, e, por isso mesmo, invariável; mas quem pode se gabar de possuí-la inteiramente? No estado de imperfeição de nossos conhecimentos, o que nos parece falso hoje, pode ser reconhecido verdadeiro amanhã, em conseqüência da descoberta de novas leis; assim o é na ordem moral como na ordem física. É contra essa eventualidade que a Doutrina não deve jamais se encontrar desguarnecida. O princípio progressivo, que ela inscreveu em seu código, será a salvaguarda de sua perpetuidade, e sua unidade será mantida precisamente porque ela não repousa sobre o princípio da imobilidade.
A imobilidade, em lugar de ser uma força, se torna uma causa de fraqueza e de ruína, para quem não segue o movimento geral; rompe a unidade porque aqueles que querem ir adiante se separam daqueles que se obstinam em permanecer atrasados. Mas, seguindo em tudo o movimento progressivo, é necessário fazê-lo com prudência e se guardar de dar-se, temerariamente, aos sonhos das utopias e dos sistemas; é preciso fazê-lo a tempo, nem muito cedo e nem muito tarde, e com conhecimento de causa.
Compreende-se que uma doutrina, assentada sobre tais bases, deva ser realmente forte; desconfia de toda concorrência e neutraliza a pretensão de seus competidores. A experiência, aliás, já justificou essa previsão. Tendo a Doutrina caminhado sem cessar nesse caminho, desde a sua origem, constantemente avançou, mas sem precipitação, olhando sempre se o terreno, onde ela põe o pé, está sólido, e medindo seus passos sobre o estado da opinião. Ela faz como o navegador que não segue senão com a sonda na mão e consultando os ventos.
Em “O Livro dos Médiuns”, capitão XXXI, item XXVIII, nota de rodapé, Kardec faz a seguinte recomendação
:
“A melhor garantia de que um princípio é a expressar da verdade se encontra em ser ensinado e revelado por diferentes espíritos, com o concurso de médiuns diversos, desconhecidos uns dos outros e em lugares vários, e em ser, ao demais, confirmado peta razão e sancionado pela adesão do maior número. Só a verdade pode fornecer raízes a uma doutrina. Um Sistema errôneo pode, sem dúvida, reunir alguns aderentes; mas, como lhe falta a primeira condição de vitalidade, efêmera será a sua existência. Não há, pois, motivo para que com ele nos inquietemos. Seus próprios erros o matam e a sua queda será inevitável aos golpes da poderosa arma que é a lógica.”
No “Evangelho Segundo o Espiritismo”, Introdução, item II, parágrafo 9º, a recomendação de Kardec sobre o controle universal dos ensinos espíritas se repete:
"Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares."
O método do controle universal dos ensinos espíritas, que Kardec utilizava para compilar os livros da codificação, era um critério dele para que não fosse enganado por espíritos mistificadores. Algumas pessoas trouxeram esta prática à tona, querendo reimplantar tal "Controle", caindo no engano de promoverem uma "inquisição" às obras de tantos espíritos respeitáveis, além de pensarem estar em condições equiparadas às do Codificador, quanto à capacidade metódica, seletiva e intelectual do mesmo. Hoje esse método não se faz necessário, pois tudo o que Emmanuel, Joana de Ângelis, Manoel Philomeno de Miranda e André Luiz trazem, diz respeito à Codificação Espírita de Allan Kardec, ou seja, nada de novo. O que Kardec fez no passado foi evitar que a Doutrina nascente se fundasse em falsos postulados. Depois que ela passou a existir como doutrina sólida e perfeita, não se tornou mais necessária a utilização desse método, já que as novas mensagens de Espíritos poderiam ser passadas pelo crivo da própria codificação.
Jorge Hessen, em artigo na página da Sociedade Espírita Nova Era acerca do O CONTROLE UNIVERSAL DOS ENSINOS DOS ESPÍRITOS, em parte do artigo, comenta:
(...)
De fato, CUEE foi um método científico empregado pelo Codificador na consolidação da estrutura da doutrina nascente e na implementação de seus pilotis. O mestre Lionês, sabendo que a morte não tornava mais sábio ou mais ignorante o espírito desencarnado, precisava de um critério seguro para poder compilar as diversas informações trazidas pela espiritualidade.
Sabendo que havia espíritos mistificadores, brincalhões e pseudo-sábios, Kardec fez com que todo o conteúdo doutrinário passasse pela filtragem do CUEE, ou seja, toda mensagem ditada pelos espíritos tinha que ser confirmada por diversos médiuns, preferencialmente, sem que tivessem qualquer contato entre si, e que ocorressem quase que simultaneamente. Kardec explica na Revista Espírita, em abril de 1864, que um homem pode ser enganado, ou mesmo enganar-se. Contudo, tal fato não se dá, quando milhões de homens vêem e ouvem a mesma coisa: é uma garantia para cada um e para todos. Sabemos que essa universalidade do ensino dos Espíritos constitui o baluarte do Espiritismo.
O primeiro controle das mensagens é o da razão, à qual é preciso submeter, sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos. Segue-se, ao supremo controle da razão, a opinião da maioria. Compreende-se que, aqui, não se trata de comunicações relativas a interesses secundários.
O controle universal é uma garantia para a futura unidade do Espiritismo e tende a anular todas as teorias contraditórias. Destarte, o que torna o Espírito André Luiz crido é que, por toda parte, observamos a confirmação das suas mensagens, através do testemunho de líderes consagrados no mundo inteiro.
Que influências poderiam exercer André Luiz ou Emmanuel, com suas mensagens, se elas fossem desmentidas, tanto pelos Espíritos, quanto pela liderança espírita mundial? Se um Espírito afirma uma coisa de um lado, enquanto milhões de pessoas dizem o contrário alhures, a presunção da verdade não pode estar com aquele, cuja opinião é única, contrariando as demais.
Ora, pretender ser o único a ter razão, contra todos, seria tão ilógico da parte de um Espírito, quanto da parte de um homem, o que não é o caso em discussão. Todas as pretensões isoladas cairão pela força das coisas, ante o grande e poderoso criterium de controle universal. Porém, as mensagens de André Luiz não caíram e jamais cairão. (...)
Pelo exposto, não nos parecem consolidadas as sombras das dúvidas que ora se lançam sobre a mediunidade de Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Yvone do Amaral Pereira e tantos outros companheiros que foram médiuns humildes e dedicados a inúmeras obras por eles psicografadas.
Cismas essas que surgiram porque espíritos, irmãos nossos, imbuídos de exacerbada prudência doutrinária, levantam precipitadas restrições aos trabalhos desenvolvidos, simplesmente por que essas obras mediúnicas e literárias não foram passíveis de exame pelo CUEE.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Frases de Chico Xavier

“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”

“Nenhuma atividade no bem é insignificante... As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes. A repercussão da prática do bem é inimaginável... Para servir a Deus, ninguém necessita sair do seu próprio lugar ou reivindicar condições diferentes daquelas que possui.”

“Os Espíritos Amigos sempre mostram disposição de nos auxiliar, mas é preciso que, pelo menos, lhes ofereçamos uma base... Muitos ficam na expectativa do socorro do Alto, mas não querem nada com o esforço de renovação; querem que os espíritos se intrometam na sua vida e resolvam seus problemas... Ora, nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém... Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos.”

"Nunca quis mudar a religião de ninguém, porque, positivamente, não acredito que a religião a seja melhor que a religião b... Nas origens de toda religião cristã está o Pensamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem seguir o Evangelho... Se Allan Kardec tivesse escrito que “fora do Espiritismo não há salvação”, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu “Fora da Caridade”, ou seja, fora do Amor não há salvação...”

"Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omissão de quem pode e não auxilia o povo, é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual...”

“O desespero é uma doença. E um povo desesperado, lesado por dificuldades enormes, pode enlouquecer, como qualquer indivíduo. Ele pode perder o seu próprio discernimento. Isso é lamentável, mas pode-se dizer que tudo decorre da ausência de educação, principalmente de formação religiosa.”

“Sem Deus no coração, as futuras gerações colocarão em risco a Vida no planeta. Por maior seja o avanço tecnológico da Humanidade, impossível que o homem viva em paz sem que a idéia de Deus o inspire em suas decisões.”

"Devemos fazer tudo para evitar uma guerra, que viria sem dúvida, ser um atraso na marcha progressiva da Humanidade. Quando surge uma guerra de proporções maiores, quase tudo se desmantela e, praticamente, tem que ser reiniciado....”

“Gente há que desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão se lhes escancarar... Ledo engano! Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo...”

"Sem a idéia da reencarnação, sinceramente, com todo respeito às demais religiões, eu não vejo uma explicação sensata, inclusive, para a existência de Deus.”

"Uma das coisas que sempre aprendi com os Benfeitores Espirituais é não tolher o livre arbítrio de ninguém; os que viveram na minha companhia sempre tiveram a liberdade para fazer o que quiseram...”

"Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: à mais leve contrariedade, se sentem humilhadas... Ora, nós não viemos a este mundo para nos banhar em águas de rosas... Somos espíritos altamente endividados - dentro de nós o passado ainda fala mais alto... ... Não podemos ser tão suscetíveis assim..."

“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar... As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”

"Emmanuel sempre me ensinou assim: -“Chico, se as críticas dirigidas a você são verdadeiras, não reclame; se não são, não ligue para elas...”

“Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa das inúmeras que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado, e não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse...”

“Emmanuel sempre me disse: - Chico, quando você não tiver uma palavra que auxilie, procure não abrir a boca...”

“Sabemos que precisamos de certos recursos, mas o Senhor não nos ensinou a pedir o pão, mais dois carros, mais um avião... Não precisamos de tanta coisa para colocar tanta carga em cima de nós. Podemos ser chamados hoje à Vida Espiritual...”

“Tudo que criamos para nós, de que não temos necessidade, se transforma em angústia, em depressão...”

“A doença é uma espécie de escoadouro de nossas imperfeições; inconscientemente, o espírito quer jogar para fora o que lhe seja estranho ao próprio psiquismo...”

“Abençoemos aqueles que se preocupam conosco, que nos amam, que nos atendem as necessidades... Valorizemos o amigo que nos socorre, que se interessa por nós, que nos escreve, que nos telefona para saber como estamos indo... A amizade é uma dádiva de Deus ... Mais tarde, haveremos de sentir falta daqueles que não nos deixam experimentar solidão!”

“A caridade é um exercício espiritual... Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma. Quando os espíritos nos recomendam, com insistência a prática da caridade, eles estão nos orientando no sentido de nossa própria evolução; não se trata apenas de uma indicação ética, mas de profundo significado filosófico...”

“Tudo o que pudermos fazer no bem, não devemos adiar... Carecemos somar esforços, criando, digamos, uma energia dinâmica que se anteponha às forças do mal... ... Ninguém tem o direito de se omitir”

“Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento: Não julgar, definitivamente não julgar a quem quer que seja.”

“O exemplo é uma força que repercute, de maneira imediata, longe ou perto de nós... Não podemos nos responsabilizar pelo que os outros fazem de suas vidas; cada qual é livre para fazer o que quer de si mesmo, mas não podemos negar que nossas atitudes inspiram atitudes, seja no bem quanto no mal.”

"Sempre recebi os elogios como incentivos dos amigos para que eu venha a ser o que tenho consciência de que ainda não sou...”

"Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!...”

“A gente deve lutar contra o comodismo e a ociosidade; caso contrário, vamos retornar ao Mundo Espiritual com enorme sensação de vazio... Dizem que eu tenho feito muito, mas, para mim, não fiz um décimo do que deveria ter feito...”

“A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido.”

“Confesso a vocês que não vi o tempo correr... Por mais longa nos pareça, a existência na Terra é uma experiência muito curta. A única coisa que espero depois da minha desencarnação é a possibilidade de poder continuar trabalhando.”

“Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a chegada da noite - tendo confiança que, em breve, de novo há de raiar o sol...”

“Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural que seja assim; todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela!... Novas folhas, novas flores, na indefinida bênção do recomeço!...”

Fonte: “O Evangelho de Chico Xavier” de Carlos A. Baccelli