quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A dor de um escravo

Trago em meu peito a dor

Da minha terra o calor

Do meu povo os gemidos

Tenho a mente estraçalhada

Tenho a face enrugada

Dos anos aqui sofridos

As lembranças de menino

Dos cavalos dos beduínos

A percorrer o deserto

A dor da revolta

O fechar de minhas portas

Sem perguntarem se era certo

Tenho as imagens ainda

Tão longe que não finda

A dor de todos os meus

Dos negros que choravam

Das lágrimas que rolavam

Dos olhos negros como breu

Os velhos na labuta

As crianças na permuta

Faziam parte desse horror

Do circo que se formava

Vendendo as belas escravas

Que causavam grande furor

Coitadas dessas mães lindas

Que vendo seus negrinhos

Tirados do próprio ninho

Cercavam-se de tristeza

Coitadas dessas moças

No leito, nas matas

Que faziam para jogá-las

Porque não para abatê-las

Como aves que iriam

Para o fim de seus dias

Ter seus sonhos castrados

Ter nos dias vindouros

Lembranças do abatedouro

Filhos não negros, mas mulatos

Coitado desse povo

Que vive sofrendo aqui

Chamada nação zumbi

Como se não fossem filhos dessa terra

Coitado dos desgraçados

Com seus sonhos estilhaçados

Com o furor das grandes guerras

Se no seu país se sonhava

Com liberdade e consolo

Aqui eram seres sem miolos

Seres sem coração

Paravam em qualquer parte

Deitava-lhes o branco a sorte

E ali seguiam em multidão

Marchavam pela floresta

Fugiam pela mata à fora

Faziam as vezes festa

Cantavam as aves canoras

Seu canto era como o gemido

De um povo muito sofrido

Abatido pelo mal

Ninguém nunca dantes

Sofrera como meliante

Vivia como animal

Ah! Recordações escravas

Por que escravo fui também

Ah! Recordações amargas

Que não desejo a ninguém

Sofri na casa de minha mãe

Vendo tantos meus partindo

Que ainda iam sorrindo

Deixando a pátria para trás

Não importava se fosse da Angola

Não ligavam se eram da Nigéria

Seguiam a mesma miséria

Junto o grito de dor que assola

Mãe África por que o abandono?

Por que Deus esqueceu-se de nós?

Dizei-me você do desengano

Por que o sofrimento atroz?

Hoje tenho aqui renascido

Acalmado meus gemidos

Pelos quilombos da vida

Tenho meus olhos marejados

Dos dias sacrificados

Tenho sanado as feridas

Venho-te negro imundo

Venho-te branco traidor

Venho-te no novo mundo

Revelar-lhe a minha dor

Tens me aqui amigo

Como um que já viveu

Na senzala como abrigo

E lá esse negro morreu.

JOÃO (Mensagem recebida em reunião mediúnica na FECX)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Poesia de João (Espírito) - Recebida em 12/03/2009 na Fraternidade Espírita Chico Xavier

Quero quedar-me aos seus pés, oh! Mestre Divino
Pedir-te perdão pelas injúrias
Quero dizer-te que agora eu acredito em ti
Apesar de tantas incúrias

Senhor quero te ver em minha frente
Como Saulo o viu uma vez
Quero te sentir presente
Em meu ser, aplacando toda a sordidez

Oh! Querido amigo
Sentir-me-ei honrado com o seu amor
Desde há muito que eu o procuro
Sentir-me-ei feliz com minha dor

Desde já, sei que o procuro, amigo meu
Desde já, não sou mais um ser delirante
Não me entrego mais, aos braços de Morfeu
Quero viver, não sonhar como dantes

Seja Senhor de minha alma
Seja para mim como o sol nascente
Seja como remédio, que me acalma
Seja também o meu sol poente

Seja para mim, a luz a adentrar a sala
Seja o iluminar de meus dias
Seja o sol de minha casa
Seja o meu ser, seja o meu dia

Ah! Senhor, há quanto te procuro
Há quanto tento ver-te
Sei que para isso precisarei quebrar os muros
De minhas imperfeições, e depois erguer-me

Senhor eis me aqui!
Sedento de amor, de luz e de paz
Senhor eis me aqui!
Sofrer, nunca mais,nunca mais...

João
(Mensagem recebida na noite do dia 12/03/2009 às 20h na Fraternidade Espírita Chico Xavier)

sábado, 16 de outubro de 2010

Mensagem psicografada na FECX em 27/08/2010

Ah, quem dera poder sentir o vento
Sentir o céu, olhar para o firmamento
E agradecer a Deus à vida

Ah, quem me dera poder olhar a lua
E tendo a alma nua
Sentir de novo a alma revivida

Ah, quem me dera olhar o sol
E depois do arrebol
Agradecer a Deus as lágrimas

Quem me dera sentir a chuva
A gota caindo na rua
E ter minha face orvalhada

Quem me dera ter a felicidade
De ter de novo a mocidade
A me sorrir com seus encantos

Onde a velhice implora
Pelo ser que a ignora
Para vir secar seu pranto

Quem me dera poder de novo
Lutar contra a maldade
Tendo a felicidade
De ter pertencido a um povo

Não ter nascido abandonada
Pelas ruas não ser largada
Ou não ter sido indigente

Quem me dera não mais errar
Pois é duro ter que recomeçar
Aquilo que ficou interrompido

Poder desfrutar de alegrias
Poder rir à revelia
Poder não ter tanto sofrido

Meu Deus, quem me dera
Fazer parte de uma nova era
De pessoas que trabalham pro bem

Poder amar e guardar
Sorrir e amparar
E não querer mal a ninguém

Muito grata sou eu agora
Pois mesmo com a demora
Aprendi a não sofrer

Aprendi com a dor alheia
Daquele que não tem nem a ceia
Quem dirá o pão para comer

Tive que viver muitas dores
Tive que perder muitos amores
Para poder aqui estar

Foi chorando que aprendi
Que voltei novamente a sorrir
E aprendi realmente a orar

Obrigada por tudo enfim
Por tudo que fizeste por mim
Por ter me feito alma boa e amiga

Hoje eu sofro e confesso
Mas sou ser ainda em progresso
Sou a sua Margarida

Margarida
(Mensagem psicografada na Fraternidades Espírita Chico Xavier, na reunião mediúnica do dia 27/08/2010.)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

03/09/2010 - Estreia Nosso Lar - O Filme





Na próxima sexta-feira, dia 03 de setembro, acontecerá a estréia do filme Nosso Lar em todas as salas de cinema do país. Façamos parte dessa importante ocasião, na qual a Doutrina Espírita tem a maravilhosa oportunidade de ser divulgada. Estejamos presentes nos cinemas para prestigiarmos e apoiarmos essa iniciativa. Com certeza nos emocionaremos com tão belo filme, além de aprendermos um pouco mais sobre as belezas dessa nova realidade que o Espiritismo oferece ao mundo.


A famosa obra do espírito André Luiz, que por intermédio do médium Chico Xavier descreveu sua vida no plano espiritual, narra os pormenores de uma vida ainda desconhecida pela maioria dos seres humanos. O filme traz, de maneira formidável, uma riqueza de detalhes fiéis à obra literal, preenchendo a alma humana com a certeza da vida após à morte e, principalmente, com a certeza da existência do divino Pai, que provê o seu amor e suas maravilhas a todos os espíritos, filhos de sua vontade.


NOS ENONTRAMOS NOS CINEMAS!