A abolição da escravatura
Mesmo que ainda perdura
O negro a ignora
O negro pobre coitado
Vive ainda a reclamar
Um bocado de trabalho
Um solo para o abrigar
Ele ainda sofre a timidez
De ser tingido de cor
Porque toda a sordidez
Lhe causou falta de amor
Ninguém hoje se lembra
De quando se aboliu a escravidão
Pois lhes digo é uma pena
Pois muitos deles precisam de oração
Há muitos negros revoltados
Com os patrões ainda aqui
Não é porque morreram e deixaram de ser escravos
Ou por pertencerem ainda a falange Zumbi
Eles ainda sofrem as dores
Dos chicotes a lhes cortar o lombo
Das perdas de seus amores
Ou das fugas para os quilombos
Ele precisa se doar
Para poder evoluir
Para parar de chorar
Para negro voltar a sorrir
Ser negro não é opção
Pois se fosse ninguém o seria
Somente a reencarnação
Lhe pode dar essa alforria
Sofreram com o chicote
Ou com um baque de um corpo ao mar
Todos fugindo pela noite
Ou na senzala cantar
Amanhã se comemora
A luz da redentora
Que nos trouxe nova aurora
Princesa Isabel nossa salvadora
Por isso digo amém
Pois negro fui um dia
Seja aqui ou no além
Já tenho minha alforria
Muito se aprende como escravo
Muito se aprende, quando se é ou não é patrão
Mas apesar de tudo estão perdoados
Todos os que me trataram com ingratidão
Abençoe Deus suas Leis
Por se tornarem Leis humanas
Porque delas ninguém foge eu sei
Pois são da alma libertadoras
Fui negro
Fui fujão
Fui negro cativo
Hoje eu busco redenção
Na casa de Chico, junto aos amigos.
Abraços JOÃO.
Mensagem recebida na Fraternidade Chico Xavier em 12/05/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário