segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mensagem psicografada na FECX em 12/04/2011

Muitos acham maldição
O padecimento da vida
Viver na escravidão
E ter uma vida sofrida

Sei dizer que não é brincadeira
Nem mesmo alegria
Viver sem eira nem beira
Viver à revelia

Os escravos para uns
Eram como bichos nojentos
Não faziam mal algum
Mas os achavam agourentos

No meio de tanta peleja
Havia alguns corações amigos
Nos espinhos que a flor viceja
Não havia só os escarninhos

Nossa labuta era intensa
Fosse de noite ou de dia
E não havia recompensa
Nem sorrisos de alegria

Éramos como cães  maltratados
Maltrapilhos e nojentos
Éramos por todos escorraçados
Fosse qual fosse nosso intento

Em Angola era diferente
Havia dança e muita festa
Vivíamos alegremente
Dançávamos e riamos à beça

Tínhamos a fome para matar
Também a doença nos contagiava
A peste era o jaguar
A nos espreitar pela estrada

O Ebola, a Sífilis e o Tétano
De tudo se tinha um pouco
Os médicos tentavam sem sucesso
Eram santos no meio de loucos

Fomos felizes, fomos tristes
Na vida de liberto e escravo
Mas caminhávamos com o pensamento em cristo
Não nos entregávamos ao marasmo

Os escravos estão voltando
A habitar nosso planeta
Muitos estão se renovando
Saudando dívidas ou vidas incompletas
Não reclamo de minha vida
Vivida como escravo em Muqui
Passei por várias lidas
Mas foi lá que como espírito eu evoluí


Abraços João     

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