quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Bezerra de Menezes - Médico dos Pobres - 29/08/2008 nos Cinemas

O projeto cinematográfico Bezerra de Menezes-Médico dos Pobres utiliza reconstituições e depoimentos para transitar por uma história repleta de exemplos edificantes de amor e moral. A vida de nosso personagem começa em 1831 na localidade de Riacho do Sangue, Ceará. No universo sertanejo forjou seu caráter e aos dezoito anos inicia no Rio de Janeiro seus estudos de medicina. Na Capital da República foi um grande abolicionista e elegeu-se vereador e deputado em várias legislaturas. Porém, o trabalho anônimo em favor dos mais humildes foi que lhe trouxe o maior reconhecimento de seu povo, que o chamava Médico dos Pobres. Sua trajetória foi marcada pelo amor e pela caridade. Seja como o político devotado às causas humanitárias ou como o médico conhecido por jamais negar socorro a quem batesse à sua porta. Um exemplo de homem que fez da sua vida um meio de servir ao próximo e à sua pátria. Contar a vida desse ilustre Cearense é um projeto que ambiciona, mais do que prestar tributo à um grande homem, possibilitar, através do audiovisual, o contato do grande público com as minúcias do seu pensamento e conhecer passagens relevantes de sua vida para melhor compreender a magnitude da sua obra.Fonte: http://www.bezerrademenezesofilme.com.br/

Trailer:


segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A PAZ É A RESPOSTA À ORAÇÃO

J. Herculano Pires


Quando falamos de oração e de paz, ligamos imediatamente dois elementos fundamentais que constituem o anseio principal da alma humana. A oração representa a nossa transcendência, o momento em que nós superamos a nossa condição simplesmente humana para nos aproximarmos da condição divina; é o momento em que falamos com Deus, estabelecemos aquele diálogo que Kierkgard fundamentava todo o processo da sublimação do homem através da existência. Nesse diálogo não está apenas a nossa ligação com o Poder Supremo, porque podemos também dirigir as nossas orações às entidades espirituais que considerarmos, por motivos muitas vezes puramente pessoais, mas próxima do nosso coração, mais acessível à nossa compreensão e ao nosso atendimento. Mas, de qualquer maneira, a oração é sempre o esforço do homem para transcender a sua condição precária na terra, a fragilidade da sua condição humana e elevar-se à condição divina.

A Paz é a resposta à oração. E a oração é o pedido do homem ao céu; é o grito da criatura em direção ao Criador, pedindo amparo e orientação na terra. A Paz, aquela Paz de que fala Jesus no Evangelho; não a paz do mundo; mas a Paz do Evangelho. É a resposta do Criador à Criatura.

É a resposta do céu à terra, o momento em que desce do céu a centelha divina para iluminar o coração humano, para esclarecer a consciência do homem. Há muitas tentativas de estudar o problema da oração e há muitas críticas a respeito da oração. Se temos fé e oramos, devemos esperar uma resposta. Muitas vezes, porém, dizem os críticos, não há resposta nenhuma. A oração parece bater contra uma muralha e desfaz-se, sem produzir sequer um eco. É o momento da angústia que envolve o homem no seu desespero, na sua procura muitas vezes, desesperada, de solução para os seus problemas, para suas inquietações e ansiedades. Entretanto, apesar de toda essa afirmação crítica, alguns dizem que, pelo contrário, a oração tem sempre a sua resposta, de uma forma ou de outra. Na era científica em que vivemos, a crítica à oração se estende também ao problema da impossibilidade de nos comunicarmos, à distância, com as criaturas divinas em quem confiamos, nas quais depositamos nossa fé e nossas esperanças. Dizem, então, como pode uma criatura da terra, esse “bicho da terra”, tão pequeno, como dizia Camões, nos “Lusíadas”, como pode essa ínfima criatura terrena dirigir-se a Deus ou dirigir-se a uma entidade espiritual, muito superior a ela, muito superior a essa criatura ? Como pode-se estabelecer o diálogo entre o finito e o infinito, entre o divino e o humano ? Que força terá o pensamento terreno, o pensamento do homem, na Terra, para atravessar as distâncias do infinito, e atingir, no incomensurável, os corações terrenos aos quais ele se dirige ?

Mas, a evolução científica do nosso tempo se acelera, e de tal maneira se acelerou nas últimas fases, que podemos dizer, sem medo de errar, que o problema da oração deixou de ser puramente teológico, religioso, ou mesmo um problema filosófico, para se esclarecer em termos de ciência. O desenvolvimento das ciências psicológicas em nosso tempo – tempo que podemos classificar muito além de simples era atômica, em era psicológica, pois a psicologia domina em todos os campos do conhecimento atual, neste tempo o problema da oração esclarece-se através do desenvolvimento das próprias ciências psicológicas. Sabemos que, depois das duas últimas correntes da psicologia moderna – podemos considerar como as duas últimas correntes no sentido de constantes decisivas do desenvolvimento psicológico – que são a psicologia profunda, de um lado, tendo sua base na teoria do inconsciente e, de outro lado, a teoria da percepção que tem como fundamento a “gestalt”, ou teoria da forma – o desenvolvimento dessas duas correntes no campo das ciências psicológicas resultou em nossa época no aparecimento da parapsicologia, resultado dialético do encontro e da fusão destas duas correntes da psicologia em profundidade e da psicologia da percepção, que é periférica, a parapsicologia resume, aparece, portanto, da síntese daquelas concepções, oferecendo-nos uma possibilidade de maior compreensão da natureza humana.
O Prof. Rhine, que é o fundador da parapsicologia moderna, chegou a afirmar que a finalidade da parapsicologia é mostrar ao homem a sua verdadeira natureza, é descobrir na profundeza do homem a sua verdadeira essência.

Pois bem, uma das conquistas mais velhas, mais positivas da parapsicologia em nosso tempo está precisamente no campo do pensamento. A parapsicologia provou cientificamente – e isto já na década de 30, e é, portanto uma prova científica que já tem quase quarenta anos de validade – que o pensamento não é físico. O Prof. Rhine chegou mesmo a criar uma expressão científica para evitar a expressão religiosa- espiritual. Criou uma expressão científica para designar a natureza dessa prevenção não física, não material, que existe no homem.

Ele diz, então, o pensamento é extra-físico. Se o pensamento é extra-físico, ele não provém do cérebro. Não é como queriam os materialistas dos Séculos XVIII e XIX, uma secreção do cérebro, à semelhança da bílis que é secretada pelo fígado. Não, o pensamento não tem sua origem na matéria, e o Prof. Rhine sustenta a tese de que o pensamento é extra-físico e , consequentemente, provém da mente, que também é extra-física.

A mente extra-física possui um instrumento de manifestação material, que é o cérebro. O cérebro não segrega o pensamento. O cérebro apenas recebe o pensamento. As pesquisas realizadas a respeito da natureza do pensamento no campo parapsicológico, demonstraram o seguinte: o pensamento é a energia mais poderosa que conhecemos no campo da comunicação.

Nenhuma das energias utilizadas nas comunicações técnicas na Terra – nenhuma – alcança as distâncias infinitas que o pensamento atinge. E nenhuma é capaz de vencer todas as barreiras que o pensamento vence. Para o pensamento não há barreiras físicas, barreiras materiais. Não há nem mesmo a distância no espaço e nem a distância no tempo. O pensamento não se sujeita ao condicionamento físico espaço-temporal. Ele supera todos os condicionamentos físicos, ele está além do físico; é precisamente extrafísico.

Por isso estabelece-se, ao lado da corrida pela conquista do espaço, entre as duas grandes potências mundiais, Estados Unidos e Rússia, também uma corrida bastante significativa para o nosso tempo, que é a corrida telepática. As pesquisas nesse sentido se desenvolvem nesse campo, nas duas grandes potências. E por quê ? Porque ambas, querendo conquistar o cosmos, descobriram, afinal, que não possuem nenhum tipo de energia capaz de estabelecer comunicações cósmicas, a não ser a energia misteriosa do pensamento humano. Ora, se isso no campo das ciências, na aplicação prática das conquistas materiais tem uma grande significação, quanto maior é o significado quando colocamos essa tese no campo da religião! E, com referência a oração, a criatura que ora em silêncio, no seu casebre, no seu tugúrio, ou no seu palácio, que ora na rua, que ora em casa, que ora no campo, em um avião ou dentro de uma nave espacial, está emitindo ondas indestrutíveis de pensamento, ondas que superam as limitações de espaço e de tempo e que podem ser captadas em qualquer tempo, em qualquer momento, em qualquer lado da Terra ou fora da Terra.

Isso nos dá então, a confiança plena, atestada agora pelas novas conquistas científicas mais recentes, a confiança plena no poder da oração.

O pensamento atravessando as distâncias incomensuráveis do Cosmos, nos dá a segurança de que a oração pode ligar-nos apesar da nossa pequenez e da nossa humildade à grandeza e sublimidade do Criador!



(Discurso pronunciado pelo jornalista J. Herculano Pires, em nome da comunidade espírita, no decurso da sessão solene realizada no dia 12 de novembro de 1971 na Câmara Municipal, para comemorar o Dia da Oração).





Fonte: Editora Paidéia


http://www.editorapaideia.com.br/default.asp?id=10&acao=1&id_artigo=30

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A Mente em Ação

Mais graves que as viroses habituais são aquelas que têm procedência no psiquismo desvairado.

Por ser agente da vida organizada, a mente sadia propicia o desenvolvimento das micropartículas que sustentam com equilíbrio a organização somática, assim como, através de descargas vigorosas, bombardeia os seus centros de atividade, dando curso a desarmonias inumeráveis.
Mentes viciosas e pessimistas geram vírus que se alojam no núcleo das células, e as destruindo se espalham pela corrente sanguínea, dando surgimento a enfermidades soezes.

Além desta funesta realização, interferem na organização imunológica e, afetando-a, facultam a agressão de outros agentes destruidores, que desenvolvem síndromes cruéis e degenerativas.

Além dos vícios que entorpecem os sentimentos relevantes do homem, perturbando-lhe a existência, o tédio e o ciúme, a violência e a queixa, entre outros hábitos perniciosos, são responsáveis pela desestruturação física e emocional da criatura.

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O tédio é resultado da ociosidade costumeira da mente acomodada e preguiçosa.

Matriz de muitos infortúnios, responde por neuroses estranhas e depressivas, culminando com o suicídio injustificável e covarde.

Entregue ao tédio, o paciente transfere responsabilidades e ações para os outros, deixam dose sucumbir na amargura, quando não se envenena pela revolta contra todos e tudo.

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A mente, entregue ao ciúme, fomenta acontecimentos que gostaria se realizassem, afim de atormentar-se e atormentar, aprisionando ou perseguindo a sua vítima.

Por sua vez, desconecta os centros de equilíbrio, passando à condição de vapor dissolvente da confiança e do amor.

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A violência é distúrbio emocional, que remanesce do primitivismo das origens, facultando o combustível do ódio, que se inflama em incêndio infeliz, a devorar o ser que o proporciona.

Quando isto não ocorre, dispara dardos certeiros nas usinas da emoção, que se destrambelha, gerando vírus perigosos que se instalam no organismo desarticulado e o vencem.

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A queixa ressuma como desrespeito ao trabalho e aos valores alheios, sempre pronta a censurar e a fiscalizar os outros, lamentando-se, enquanto vapores tóxicos inutilizam os núcleos da ação, que se enferrujam e perdem a finalidade.

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Há todo um complexo de hábitos mentais e vícios morais, prejudiciais, que agridem a vida e a desnaturam.

É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade.

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Vives consoante pensas e almejas. consciente ou inconscientemente.

Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.

Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.

Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.

Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas.

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Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Felicidade.Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.Salvador, BA: LEAL, 1990.