quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

E para nós, onde Jesus nasceu?

Perguntemos a Maria de Magdala, onde e quando nasceu Jesus. E ela nos responderá:
- Jesus nasceu em Betânia. Foi certa vez, que a sua voz, tão cheia de pureza e santidade, despertou em mim a sensação de uma vida nova com a qual até então jamais sonhara.
Perguntemos a Francisco de Assis o que ele sabe sobre o nascimento de Jesus. Ele nos responderá:
- Ele nasceu no dia em que, na praça de Assis entreguei minha bolsa, minhas roupas e até meu nome para segui-lo incondicionalmente, pois sabia que somente ele é a fonte inesgotável de amor.
Perguntemos a Pedro quando deu o nascimento de Jesus, Ele nos responderá:
- Jesus nasceu no pátio do palácio de Caifas, na noite em que o galo cantou pela terceira vez, no momento em que eu o havia negado. Foi nesse instante que acordou minha consciência para a verdadeira vida.
Perguntemos a Paulo de Tarso, quando se deu o nascimento de Jesus. Ele nos responderá:
- Jesus nasceu na Estrada de Damasco quando, envolvido por intensa luz que me deixou cego, pude ver a figura nobre e serena que me perguntava: Saulo, Saulo porque me persegue? E na cegueira passei a enxergar um mundo novo quando eu lhe disse:
- Senhor, o que queres que eu faça?!
Perguntemos a Joana de Cusa onde e quando nasceu Jesus. E ela nos responderá:
- Jesus nasceu no dia em que, amarrada ao poste do circo em Roma, eu ouvi o povo gritar:
- Negue! Negue!
E o soldado com a tocha acesa dizendo:
- Este teu Cristo ensinou-lhe apenas a morrer?
Foi neste instante que, sentindo o fogo subir pelo meu corpo, pude com toda certeza e sinceridade dizer:
- Não me ensinou só isso, Jesus ensinou-me também a amá-lo.
Perguntemos a Tomé onde e quando nasceu Jesus. Ele nos responderá:
- Jesus nasceu naquele dia inesquecível em que ele me pediu para tocar as suas chagas e me foi dado testemunhar que a morte não tinha poder sobre o filho de Deus. Só então compreendi o sentido de suas palavras:
- Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
Perguntemos à mulher da Samaria o que ela sabe sobre o nascimento de Jesus. E ela nos responderá:
- Jesus nasceu junto à fonte de Jacob na tarde em que me pediu de beber e me disse:
- Mulher eu posso te dar a água viva que sacia toda a sede, pois vem do amor de Deus e santifica as criaturas.
Naquela tarde soube que Jesus era realmente um profeta de Deus e lhe pedi: - Senhor, dá-me desta água.
Perguntemos a João Batista quando se deu o nascimento de Jesus. Ele nos responderá:
- Jesus nasceu no instante em que, chegando ao rio Jordão, pediu-me que o batizasse.
E ante a meiguice do seu olhar e a majestade da sua figura pude ouvir a mensagem do Alto:
- "Este é o meu Filho Amado, no qual pus a minha complacência!
- Compreendi que chegara o momento de ele crescer e eu diminuir, para a glória de Deus.
Perguntemos a Lázaro onde e quando nasceu Jesus? Ele nos responderá:
- Jesus nasceu em Betânia, na tarde em que visitou o meu túmulo e disse: - Lázaro! Levanta.
Neste momento compreendi finalmente quem Ele era... A Ressurreição e a Vida!
Perguntemos a Judas Iscariotes quando se deu o nascimento de Jesus. Ele nos responderá:
- Jesus nasceu no instante em que eu assistia ao seu julgamento e a sua condenação.
Compreendi que Jesus estava acima de todos os tesouros terrenos.
Perguntemos a Bezerra de Menezes o que ele sabe sobre o nascimento de Jesus e ele nos responderá:
- Jesus nasceu no dia em que desci as escadas da Federação Espírita Brasileira e um homem se aproximou dizendo:
- Vim devolver-lhe o abraço que me deste em nome de Maria, porque renovei minha fé e a confiança em Deus.
Foi naquele instante que percebi a Sua misericórdia e o Seu imenso amor pelas criaturas.
Perguntemos, finalmente, a Maria de Nazaré onde e quando nasceu Jesus. E ela nos responderá:
-Jesus nasceu em Belém, sob as estrelas, que eram focos de luzes guiando os pastores e suas ovelhas ao berço de palha. Foi quando o segurei em meus braços pela primeira vez e senti se cumprir a promessa de um novo tempo através daquele Menino que Deus enviara ao mundo, para ensinar aos homens a lei maior do amor.
Agora pensemos um pouquinho:
E para nós, quando Jesus nasceu?
Pensemos mais um pouquinho:
e se descobrirmos que ele não nasceu?
Então, procuremos urgentemente fazer com que ele nasça um dia destes, porque, quando isso acontecer, teremos finalmente entendido o Natal e verdadeiramente encontrado a luz.

Que Jesus nasça em nossos corações e que seja sempre Natal em nossas vidas, para que nunca nos falte a Esperança e a Alegria Cristã.
FELIZ ANO NOVO!!!!!!


Chico Xavier

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

JAMAIS O ABORTO



Jamais o Aborto

A liberdade que prezas
Por galardão de tua vida,
Quantas vezes a arrevesas,
Fazendo-a mais reduzida?
Se te proclamas, ufano,
Defensor dos inocentes,
Não te apresentes insano
Entre os mais indiferentes.
Aborto! Jamais o faças
Resolução de problemas,
Pois, pelo ser que rechaças,
Terás a dor como algemas.
Aborto! Nunca cogites
Dessa trama inferior.
Por mais na agrura te agites,
Confia mais no Senhor.
Quem ama jamais se estende
Justificando o que é mal.
A vida é bênção que esplende.
Aborto é o que, afinal?
Não tisnes tua consciência
Com alusões sem sentido,
P´ra não sofreres a ardência
Pelo filho não nascido.
Goza, então, tua liberdade
Com inteireza no bem,
Sem remorsos, com verdade,
Desde a Terra até o além.


José Raul Teixeira. Ditado pelo Espírito Belmiro Braga. Mensagem psicografada na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói, RJ.
Tem início o Congresso Espírita d

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Com Você Mesmo

Meu amigo, você clama contra as dificuldades do mundo, mas será que você já pensou nas facilidades em suas mãos?
Observemos.
Você concorre, em tempo determinado, para exonerar-se da multa legal, com expressiva taxa pelo consumo de luz e força elétricas; todavia, a usina solar que lhes fornece claridade, calor e vida, nem é assinalada comumente pela sua memória...
Você salda, periodicamente, largas contas relativas ao gasto de água encanada; no entanto, nem se lembra da gratuidade da água das chuvas e das fontes a enriquecer-lhe os dias...
Você adquire na feira, com apreciáveis somas, todo gênero alimentício que lhe atenda ao paladar; contudo, o oxigênio - elemento mais importante a sustentar-lhe o organismo - é utilizado em seu sangue sem pesar-lhe no orçamento com qualquer preocupação...
Você resgata com a loja novos débitos, cada vez que renova o guarda-roupa, e, apesar disso, nunca inventariou os bens que deve ao corpo de carne a resguardar-lhe o espírito...
Você remunera o profissional especializado pela adaptação de um só dente artificial; entretanto, nada despendeu você para obter a dentadura natural completa...
Você compra a drágea medicamentosa para leve dor de cabeça; todavia, recebe de graça a faculdade de articular, instante a instante, os mais complicados pensamentos...
Você gasta quantias estimáveis para assistir a esse ou àquele espetáculo esportivo ou à exibição de um filme; contudo, guarda sem sacrifício algum a possibilidade de contemplar o solo cheio de flores e o céu faiscante de estrelas...
Você paga para ouvir simples melodia de um conjunto orquestral; no entanto, ouve diariamente a divina música da natureza, sem consumir vintém...
Você desembolsa importâncias enormes para adquirir passagens e indenizar hotéis, sempre que se desloca de casa; não obstante, passa-lhe desapercebido o prêmio vultoso que recebeu com o próprio ingresso na romagem terrestre...
Não desespere e nem se lastime...
Atendamos à realidade, compreendendo que a alegria e a esperança, expressando créditos infinitos de Deus, são os motivos básicos da vida a erguer-se, cada momento, por sinfonia maravilhosa.

André Luiz
(O Espírito da Verdade, 66, FEB)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Eles vivem

Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração. Eles não morreram. Estão vivos.Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo. Inquietam-se com sua rendição aos desafios da angústia quando te afastas da confiança em Deus. Eles sabem igualmente quanto dói a separação. Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiram responder as interpelações que articulaste no auge da amargura. Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor. Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateais a lousa ou lhes enfeitas a memória perguntando porque. Pensa neles com a saudade convertida em oração. As tua preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas na vida. Quando puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-ás contigo por infatigáveis zeladores de teus dias. Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária. Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material... Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de Novo Despertar.

Emmanuel / Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

KARDEC, OBRIGADO

Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar o nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exalçam a obra gigantesca nos domínios da libertação espiritual.
Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.
Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.
Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior. E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.
O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!...
Diante de ti enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinqüentes, e os filhos agoniados que se encontram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros de Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumentos de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas...
Todos nós, os que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!... E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e como os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: Kardec, obrigado!... Muito obrigado!...

Irmão X
(Texto psicografado por F. C. Xavier e publicado em Reformador de outubro de 1985, p. 298.)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Outubro - Mês de Kardec

"Se me amardes, guardareis os meus mandamentos e eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador para que fique convosco para sempre, o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber porque não o vê e nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos! Voltarei para vós! Mas aquele Consolador, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito". (João, 14:15-18 e 26)
A marcha evolutiva da Humanidade prosseguiu lenta, ininterrupta... Séculos dobraram sobre séculos; lutas intermináveis, perseguições constantes contra os seguidores do Cristo; testemunhos e mortes dolorosas, guerras, violências marcaram o carreiro evolutivo do homem sobre a Terra. Todavia, dos Planos Maiores o Divino Nazareno permanece velando pelas ovelhas que o Pai lhe destinara.

Finalmente soam os clarins, desponta a alvorada do século XIX. Século em que a Filosofia, após atingir, no século anterior, o apogeu do Iluminismo, expande-se em todas as direções. A Ciência, rompidos os grilhões que a atavam ao Clero, desprende-se da Filosofia e parte para a comprovação dos fatos através das múltiplas experimentações. Prenuncia-se a liberdade de pensamento em prol da evolução intelectual.

Campo preparado! Semeadores a postos! Em pontos estratégicos, renascem os cultivadores. A sementeira do bem, fecundada lentamente durante a noite prolongada dos tempos, eclode no silêncio dos corações.

Nenhum outro país, senão a França apresenta condições tão favoráveis para a implantação do Consolador que Jesus prenunciara. E, Paris, a capital francesa, mais do que nunca, se encontra em condições de oferecer campo fértil para as conquistas culturais e expandir o desenvolvimento intelectual, não somente para a Europa, como também para uma grande parte do Planeta. Preparado o local, a Terra se engalana para acolher o Mensageiro de Jesus. É o momento de apresentar ao mundo o Consolador, descortinando a Era do Espírito Imortal.

A escolha recaíra sobre um Espírito que, em remota encarnação, fora um sacerdote druida, com o nome de Allan Kardec, ali mesmo nas Gálias de outros tempos. Por amor ao Cristo tornou-se mártir por mais de uma encarnação; cresceu em experiências relevantes e em sabedoria.

Espírito de escol, sabia que a missão exigia enfrentar os mais árduos obstáculos, as mais dolorosas vicissitudes, mas também sabia que Jesus velaria incansável: " Não vos deixarei órfãos! Eu estarei convosco!".

Assim, reencarna um plêiade de Espíritos que deveria colaborar com o Mensageiro do Cristo na divulgação dos conhecimentos não só morais e doutrinários, mas também científicos, filosóficos e artísticos em diferentes países, a fim de preparar o alicerce para a grande edificação moral que haveria de alcançar a Humanidade cansada e aflita: O Consolador.

Completa-se nos Planos Luminares a estrutura de toda a programação e, no dia 3 de outubro de 1804, na cidade francesa de Lyon, Jeanne Louise Duhamel e o esposo, Jean Baptiste Antoine Rivail, acolhem nos braços o filhinho que recebe o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, aquele que seria o Codificador do Espiritismo: a "Religião do Amor que viria empreender a batalha da transformação moral (...) religando em perfeita união o Criador e a criatura".

Desde a primeira infância Rivail já revela desenvoltura e inteligência ímpares. Aos dez anos inicia os seus estudos no instituto de Yverdon, na Suíça, dirigido pelo famoso pedagogo Johann Heinrich Pestalozzi, que fora influenciado pelas idéias de Jean-Jacques Rousseau. O objetivo do grande educador suíço é assimilado desde cedo pelo pequeno Rivail: " Melhorar a educação e a instrução das crianças pobres". Esse Instituto abrigou e preparou uma grande parte dos maiores vultos da intelectualidade européia.

Após os longos estudos, instala-se, o jovem Rivail, em Paris, "a capital cultural do mundo", iniciando suas atividades de professor. Sua primeira grande preocupação é pôr em prática os ideais sedimentados na moderna educação que recebera: "(...) auxiliar os pequeninos nas difíceis (...) e aborrecidas questões de cálculos aritméticos (...)". Entregou-se ao estudo e à pesquisa dos melhores e mais avançados métodos para solucionar o problema. De sua dedicação surge seu primeiro livro: Cours d’Arithmétique. Apenas 20 anos tem o jovem escritor!

Esse livro é o marco inicial de uma série de obras educacionais e pedagógicas que vão surgindo ao longo de sua brilhante e árdua carreira de educador. Aos 28 anos casa-se com a jovem Amélie Boudet, que haveria de tornar os seus dias mais suaves.

Pesquisador por excelência, o jovem Rivail entra em contato com a nova ciência do Magnetismo que se introduz na França pelas mãos do médico e cientista alemão, formado por Viena, Franz Anton Mesmer.

Descobrira Mesmer, através de múltiplas experimentações, que o magnetismo é uma energia produzida pelo próprio homem e que se exterioriza pelo poder da vontade. E que, direcionada para o bem, produz efeitos curativos. Constataram os adeptos da nova ciência que extraordinárias curas se efetuam através da imposição das mãos dos magnetizadores.

Essa ciência nada mais faz do que revelar a lei, embora desconhecida dos homens, utilizada por Jesus na cura de doentes e obsidiados, durante sua peregrinação terrena. Rivail, com grande interesse, acompanha o desenvolvimento desse fenômeno ao lado de inúmeros magnetizadores que compõem o rol de seus amigos.

Mais tarde, Allan Kardec associa o fluido magnético à Doutrina Espírita, como elemento indispensável ao tratamento do corpo e da alma, bem como dos processos obsessivos, destacando sua importância na comunicabilidade dos Espíritos. Hoje, popularizado com o nome de Passe ou Bioenergia.

Atinge, o emérito professor, a madureza dos 50 anos, forjados no trabalho digno. Ouve falar, pela primeira vez, sobre um estranho fenômeno que começa a intensificar-se nos salões elegantes da época: o fenômeno das mesas girantes. No início, o experiente educador não demonstra interesse; acredita tratar-se de frivolidades passageiras, quando então, seu amigo, o Senhor Fortier, antigo magnetizador, o informa: - "Já sabe da singular propriedade que se acaba de descobrir no magnetismo? Parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar, mas também as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade".

Para o grande pensador aquilo não parecia tão estranho, pois, pela lógica, o magnetismo é energia e como tal pode ser capaz de movimentar objetos. Algum tempo depois o mesmo amigo retorna: - "Temos uma coisa muito mais extraordinária; não só se consegue que uma mesa se mova, magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde".

"Isto agora - replica o Prof. Rivail - é outra questão. Só acreditarei quando o vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto para fazer-nos dormir em pé".

Os fenômenos se multiplicavam por toda parte, os amigos não se cansavam de falar-lhe sobre o fato; finalmente Rivail aceita o convite de um outro amigo, o Sr. Pâtier, para assistir às experiências que se realizavam em casa da Sra. de Plainemaison. " Foi aí - diz o Prof. Rivail - que, pela primeira vez, presenciei o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida."

Em todas as épocas, em todos os lugares sempre ocorreram os mais diferentes gêneros de comunicações dos Espíritos; contudo, o fenômeno das mesas girantes é considerado o ponto de partida do Espiritismo, termo, esse, criado por Allan Kardec.

Assim, o ilustre educador passou a observar atentamente os fatos, chegando à conclusão de que os movimentos e as comunicações eram provocados por seres inteligentes. Percebeu que a inteligência que atuava sobre a mesa era obediente às ordens dadas. Todavia, para que o fenômeno se realizasse era necessária a presença de pessoas portadoras de mediunidade. Notou-se também que o material ou o tipo de mesa não influenciava a comunicação.

A partir de então, através dos movimentos da mesa o Espírito passa a responder por um sim ou um não, segundo o número de pancadas convencionadas. "Aperfeiçoou-se essa arte de comunicação pelo sistema alfabético de pancadas." Todavia, a lentidão levou a outros métodos. Após vários estudos concluiu-se que os diferentes meios adotados (cestas, pranchetas, mesas, etc.) poderiam ser substituídos pelas mãos dos médiuns. A esse novo método o eminente Codificador denominou psicografia direta ou manual.

Em casa da família Baudin, através da mediunidade das duas senhoritas Baudin, Hippolyte Léon Denizard Rivail entra em contato com o Espírito Zéfiro que se tornou grande auxiliar de seus trabalhos.

Diria então:

"(...) percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da Humanidade, a solução que eu procurara em toda a minha vida. Era, em suma, toda uma revolução nas idéias e nas crenças (...)".
A partir de então Rivail passou a levar "para cada sessão uma série de questões preparadas e metodicamente dispostas. Eram sempre respondidas com precisão, profundeza e lógica (...) Eu, a princípio, cuidara apenas de instruir-me; mais tarde, quando vi que aquilo constituía um todo e ganhava as proporções de uma doutrina, tive a idéia de publicar os ensinos recebidos, para instrução de toda a gente. Foram aquelas mesmas questões que, sucessivamente desenvolvidas e completadas, constituíram a base de O Livro dos Espíritos".

Estava pronto o alicerce da Doutrina que Rivail denominou Espiritismo, a Doutrina revelada pelos Espíritos. O Codificador era educador emérito, com vários livros publicados, e a doutrina dos Espíritos não poderia permanecer sob a sua sombra, haveria de crescer por si só e transformar-se numa árvore frondosa. Em sua humildade de Embaixador do Cristo apagou-se o grande professor Rivail e surgiu o desconhecido Allan Kardec, nome que tivera, havia muitos séculos, como sacerdote druida.

Assim "O Livro dos Espíritos", compêndio de Filosofia Espiritualista, foi publicado em 18 de abril de 1857. A obra alcançou êxito extraordinário, despertou a atenção de muitos. Os pedidos se sucediam e a primeira edição esgotou-se rapidamente. Em 18 de março de 1869 vem a lume a 2ª edição, inteiramente refundida e consideravelmente ampliada, com 1.019 questões elaboradas por Allan Kardec e respondidas pelos Espíritos. O alicerce da grande construção está concluído.
Logo após a publicação da primeira edição de "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec se entrega à elaboração da Revista Espírita.

As dificuldades foram enormes, o trabalho incansável, mas o grande batalhador não se deixa esmorecer e a 1º de janeiro de 1858 vem a público o primeiro número da Revista Espírita. A partir de então "(...) os números se sucediam mensalmente, sem interrupção". A Revista foi o porta-voz, o grande auxiliar na divulgação e expansão da Doutrina Espírita. Tornou-se a mensageira, o elo de ligação entre Paris e as diversas partes do Mundo. No mesmo ano, 1858, em 1º de abril, Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Instituição que, sob a sua presidência, passa a abrigar todas as reuniões do grupo espírita.

Muitas vezes, tentou afastar-se da direção, não o conseguindo por insistência dos seus colaboradores e dos Espíritos Reveladores. Consultas e orientações são solicitadas de todos os continentes para a instalação de novos núcleos. O trabalho é árduo. Entre os colaboradores fiéis se infiltram os detratores, mas o Mensageiro do Cristo não desanima, luta e prossegue na sua tarefa de reerguimento moral. Ele sabe que o tempo urge, não se detém, a obra não pode ser prejudicada.

A 15 de janeiro de 1861 publica mais uma obra da Codificação - "O Livro dos Médiuns"- que contém as bases científicas e experimentais da Doutrina. As paredes do grande edifício educacional da Humanidade começam a erguer-se. O combate dos inimigos recrudesce. Em setembro desse mesmo ano o Sr. Lachâtre, amigo de Allan Kardec, residente, então, em Barcelona, na Espanha, encomenda-lhe 300 volumes, entre os quais "O Livros dos Espíritos", "O Livros dos Médiuns", coleções da Revista Espírita, obras e brochuras diversas sobre o assunto. Aportando no seu destina, as obras são apreendidas sob as ordens do Bispo, que ordena a queima delas em praça pública pelas mãos do carrasco, através do Auto-de-Fé.

Um abuso de poder, a mercadoria tinha dono e entrara legalmente no país. "A execução da sentença foi marcada para 9 de outubro de 1861. (...) no local onde são executados os criminosos condenados ao derradeiro suplício (...)". Resquícios de Inquisição! Os jornais de maior circulação da Espanha noticiam o fato. Um pintor, ali mesmo no local da execução, desenhou uma aquarela representando o ato abominável e apressa-se em enviá-la ao Codificador. Outros lhe enviam porções das cinzas com fragmentos legíveis das folhas queimadas, que o Codificador teve o cuidado de conservar em uma urna de cristal.

Este foi um fato histórico de grande relevância para os anais do Espiritismo, conforme previra o Espírito de Verdade, em comunicação de 21 de setembro de 1861, quando Kardec lhe indaga se conviria prosseguir na reclamação para restituição das obras apreendidas:

"Mas, ao meu parecer, desse auto-de-fé resultará maior bem do que o que adviria da leitura de alguns volumes. A perda material nada é, a par da repercussão que semelhante fato produzirá em favor da Doutrina (...) A queima dos livros determinará uma grande expansão das idéias espíritas e uma procura febricitante das obras dessa doutrina".

Uma nova obra está em vias de se completar. Silenciosamente ele vai estruturando-a. Ele sabe que sua publicação provocará a reação do clero, pois seu conteúdo ataca "as penas eternas e outros pontos nos quais ele baseia sua influência e seu crédito".

Recorre aos Espíritos; o reconforto vem do mais Alto: "Aproxima-se a hora em que te será necessário apresentar o Espiritismo qual ele é, mostrando a todos onde se encontra a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo. (...) Ao te escolherem, os Espíritos conheciam a solidez das tuas convicções e sabiam que a tua fé, qual muro de aço, resistiria a todos os ataques".
"Com esta obra, o edifício começa a libertar-se dos andaimes e já se lhe pode ver a cúpula a desenhar-se no horizonte. Continua, pois, sem impaciência e sem fadiga; o monumento estará pronto na hora determinada".

O mês de abril é pródigo em realizações. Assim, mais uma vez, em abril de 1864 surge a primeira edição da obra monumental: "Imitação de O Evangelho segundo o Espiritismo". Nas edições subseqüentes o seu título é substituído por "O Evangelho segundo o Espiritismo", atendendo à insistência de seus amigos e em especial de seu editor, o Sr. Didier.

A ira do Clero explode violenta e, a 1º de maio do mesmo ano, Roma inclui as obras espíritas no Index (Catálogo de obras perigosas, portanto, proibidas pela Igreja).

Mais uma vez a atitude do Clero favoreceu a expansão da Doutrina Espírita.

A partir de então "a maioria das livrarias apressaram-se a pôr essas obras em evidência". E como normalmente acontece com as coisas proibidas, a curiosidade humana facilitou a sua divulgação. As emoções se sucedem, o trabalho é árduo, o discípulo do Cristo prossegue sem descanso, chega a pôr-lhe em risco a própria saúde.

O Espírito amigo Dr. Demeure alerta-o: " Precisas de repouso; as forcas humanas têm limites que o desejo de que o ensino progrida te leva muitas vezes a ultrapassar. Estás errado, porquanto, procedendo assim não apressarás a marcha da Doutrina, mas arruinarás a tua saúde e te colocarás na impossibilidade material de acabar a tarefa que vieste desempenhar neste mundo (...)".

Mais ponderado, o Codificador prossegue. Não importam as injustiças, a ingratidão, os ataques constantes, ele não pode parar: palestras, viagens de orientações, auxílio aos necessitados. Por toda parte florescem os seus princípios de Amor e Caridade para com os desvalidos da sorte.
Ressalta como máxima da Doutrina nascente: "Fora da Caridade não há salvação".

No ano seguinte, em 1º de agosto de 1865, segundo Henri Sausse, vem a público "O Céu e o Inferno". Em 6 de janeiro de 1868 era editado o quinto livro da Codificação: "A Gênese".

A Doutrina Espírita está Codificada: Ciência, Filosofia e Religião, os três pilares da monumental edificação - produto da aliança estabelecida entre os dois planos da vida.

O Espiritismo se expande por toda parte, levando a todos os corações O Consolador prometido por Jesus. O Mensageiro do Cristo já não tem a saúde dos primeiros tempos; o coração cansado, pelo excesso de trabalho e por fortes emoções, resolve retirar-se para local onde já tinha casa de sua propriedade. Os colaboradores estão em condições de prosseguir na tarefa de divulgação.

Último dia de março, 1869, nos escritórios da Revista Espírita Allan Kardec ultima os preparativos, ordenando tudo a fim de poder transferir-se para a Avenida e Vila Ségur, 39.

Não há tempo, "o bom-senso encarnado" ali mesmo tomba em conseqüência da ruptura de um aneurisma. E o Codificador, aos 65 anos, retorna à Pátria Espiritual com a consciência tranqüila pelo dever bem cumprido.

"Todos os jornais consagram um artigo especial à memória daquele homem" que, com saber, dignidade e renúncia erigiu, com as revelações dos Espíritos, um monumental corpo de doutrina.
Assim, o Espiritismo, nos seus aspectos filosófico, científico e religioso, vem demonstrar ao homem, de forma lógica e racional, que a dor é produto de seus próprios erros e o progresso depende do esforço encetado nas diferentes reencarnações, instrumento da justiça suprema do Eterno Pai.

Algumas citações de Kardec

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade."

"Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei."

"Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência de uma causa está na razão da grandeza do efeito."

"Sejam quais forem os prodigios realizados pela inteligência humana, esta inteligência tem também uma causa primária. É a inteligência superior a causa primária de todas as coisas, qualquer que seja o nome pelo qual o homem a designe."

"Reconhece-se a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; respira a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a moral mais pura; é concisa e sem palavras inúteis. Nos Espíritos inferiores, ignorantes, ou orgulhosos, o vazio das idéias é quase sempre compensado pela abundância de palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presunção ou de arrogância, são sinais incontestáveis de inferioridade num Espírito."

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações"

"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ela a aceitará."

"Melhorados os homens, não fornecerão ao mundo invisível senão bons espíritos; estes, encarnando-se, por sua vez só fornecerão à Humanidade corporal elementos aperfeiçoados. A Terra deixará, então, de ser um mundo expiatório e os homens não sofrerão mais as misérias decorrentes das suas imperfeições."
"Onde quer que as minhas obras penetraram e servem de guia, o Espiritismo é visto sob o seu verdadeiro aspecto, isto é, sob um caráter exclusivamente moral"

"Pelo espiritismo a humanidade deve entrar em uma nova fase, a do progresso moral, que é a sua consequência inevitável".

"Antes de fazer a coisa para os homens, é preciso formar os homens para a coisa, como se formam obreiros, antes de lhes confiar um trabalho. Antes de construir, é preciso que nos certifiquemos da solidez dos materiais. Aqui os materiais sólidos são os homens de coração, de devotamento e abnegação".
Fonte: Portal do Espírito

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

IMPERATIVOS CRISTÃOS

Aprende — humildemente.
Ensina — praticando.
Administra — educando.
Obedece — prestativo.
Ama — edificando.
Teme — a ti mesmo.
Sofre — aproveitando.
Fala — construindo.
Ouve — sem malícia.
Ajuda — elevando.
Ampara — levantando.
Passa — servindo.
Ora — serenamente.
Pede — com juízo.
Espera — trabalhando.
Crê — agindo.
Confia — vigiando.
Recebe — distribuindo.
Atende — com gentileza.
Coopera — sem apego.
Socorre — melhorando.
Examina — salvando.
Esclarece — respeitoso.
Semeia — sem aflição.
Estuda — aperfeiçoando.
Caminha — com todos.
Avança — auxiliando.
Age — no bem geral.
Corrige — com bondade.Perdoa — sempre

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

CONCEITO DE MEDIUNIDADE

FRATERNIDADE ESPÍRITA CHICO XAVIER
DEPARTAMENTO MEDIÚNICO


Médium quer dizer medianeiro, intermediário. Mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. Não é um poder oculto que se possa desenvolver através de práticas rituais ou pelo poder misterioso de um iniciado ou de um guru. A Mediunidade pertence ao campo da comunicação. Desenvolve-se naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca e nos afeta com as suas vibrações psíquicas e afetivas. Da mesma forma que a inteligência e as demais faculdades humanas, a Mediunidade se desenvolve no processo de relação. Geralmente o seu desenvolvimento é cíclico, ou seja, processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral. As crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardada pela influência benéfica e controladora dos espíritos protetores, que as religiões chamam de anjos da guarda. Nessa fase infantil as manifestações mediúnicas são mais de caráter anímico; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos seres que a rodeiam, recebem intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes vêem e denunciam a presença de espíritos e não raro transmitem avisos e recados dos espíritos aos familiares de maneira positiva e direta ou de maneira direta ou simbólica e indireta. Quando passam dos sete ou oito anos, integram-se ao condicionamento da vida terrena, desligando-se progressivamente das relações espirituais e dando maior importância às relações humanas. O espírito se ajusta melhor ao seu escafandro para enfrentar os problemas do mundo. Fecha-se o primeiro ciclo mediúnico, para segui-la abrir-se o segundo. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta de imaginação e de fabulação infantil.
É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo. No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre carregadas de reminiscências estranhas do passado carnal ou espiritual,
(Miranda, Hermiio C. - Diversidades dos Carsimas)
Continua...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Alma ao Socialismo

Em todos os tempos, as almas sensíveis, emocionadas pelo espetáculo das prolongadas tribulações e das negras misérias da Humanidade, assim como as que por si mesmas conheceram o infortúnio dos dias maus, hão ideado sistemas mais ou menos práticos, capazes de pôr termo aos sofrimentos dos homens.

Desde que, porém, se pretendeu aplicá-los, os que o tentaram em decepções esbarraram, bem amargas. É que se não havia levado muito em conta o papel, da Terra na grande harmonia universal, nem sabido adaptar ao grau de sua evolução as reformas, necessárias, mas, amiúde, prematuras.

As revoluções só têm feito, as mais das vezes, deslocar os abusos. Num progresso lento, contínuo e, sobretudo, na educação do povo, é que, principalmente, se encontra o "processus" mais eficiente para que neste mundo se realizem os aperfeiçoamentos entrevistos.
O Socialismo atual, também, quer estabelecer uma ordem de coisas que seja um composto de justiça e progresso. Mas, para isso, terá, antes de tudo, que se inspirar num ideal elevado, numa doutrina espiritualista, que constitua como que o cimento que ligue os seus elementos diversos, a fim de com eles formar um sistema homogêneo, uma força viva e benfazeja. Isso, entretanto, o de que sempre careceram as teorias socialistas, por demais impregnadas de materialismo.

Ora, esse ideal a Doutrina, a Revelação dos Espíritos lhes vem oferecer, mediante as provas experimentais demonstrativas da existência e da sobrevivência da alma.

O moderno espiritualismo traz ao Socialismo a revelação da vida universal e de suas leis, leis cujo conhecimento é indispensável a todos os que trabalham pelo progresso social. Não sendo mais que um dos aspectos, uma das formas da vida universal, a vida humana tem que se adaptar a esta, tomando-a no seu sentido profundo e no seu objetivo, sob pena de ver todas as obras sociais atacadas de impotência e de esterilidade, porquanto nada de durável se pode edificar fora da lei geral de evolução e de harmonia.

Para o materialista, a vida terrena, sem precedentes e sem conseqüentes, curtíssima duração empresta aos sentimentos e aos liames que unem os homens. Porém, graças aos testemunhos dos defuntos, ampliam-se ao infinito as perspectivas. O nosso destino se desdobra, através dos tempos, numa sucessão de existências inumeráveis, cada uma das quais é um meio de educação, de ascensão gradativa, de evolução do ser, no sentido do bom, do perfeito.

Desde logo, pois, a vida adquire maior valor e o destino toma uma amplitude que escapa a toda e qualquer mensuração. A solidariedade e a fraternidade, que constituem os princípios essenciais do Socialismo, já não ligam somente os homens no presente, mas em todas as fases de sua imensa evolução. A fraternidade se torna uma das leis da vida universal, resultando daí ficarem as instituições, as obras humanas, fecundadas e como que iluminadas.

Vem depois o conhecimento do que somos, da nossa dupla natureza, perecível uma, a outra imortal, e, conseguintemente, a solução dos problemas até aqui insolúveis, da vida, do livre arbítrio e da responsabilidade, a conseqüência dos atos a recair sobre seus autores, a demonstração da justiça e o aperfeiçoamento de todos, pelo trabalho, pelo estudo, pela utilização das forças morais inatas no homem. Tais são os dados capitais desse ensino, dessa revelação, ao mesmo tempo científica, experimental e filosófica, que não pode ser abafada, desnaturada, falsificada, porque tem por intérpretes os milhões de vozes que se elevam em todos os pontos do Globo e que, fazendo umas a contraprova do que dizem as outras, nos informam das condições da vida futura e das suas leis.

Esse ensino penetra em todos os domínios do pensamento, toma pouco a pouco o lugar do dogmatismo dos séculos passados, das formas materiais, apoiado exclusivamente na consciência e na razão. E, unicamente a partir do dia em que o houver adotado, é que o Socialismo se achará em condições de trabalhar eficazmente na educação do povo, na reforma do ser humano, a fim de reprimir as paixões e o egoísmo, os ódios de classes, até hoje o maior obstáculo à realização de seus objetivos.

Adotando esta dilatada doutrina espiritualista é que o Socialismo alcançará o seu máximo de irradiação, toda a sua potencialidade regeneradora e logrará implantar na Terra um estado de coisas conforme a suprema lei de progresso e de justiça. Conservar-se-á estéril, enquanto ao programa das reformas materiais não juntar as forças do Espírito.

É preciso dar uma alma ao Socialismo!

Cada vez mais acerba e ardorosa se faz à luta pela vida, por motivo de que, em vez de restringirem as necessidades materiais, o que seria o remédio melhor, os homens as multiplicam à porfia. Todos os dias se criam necessidades fictícias, imaginárias, que mais pesado tornam o jugo da matéria, do mesmo passo que são desprezadas as necessidades espirituais, os tesouros da inteligência e do coração, para cuja aquisição viemos especialmente a este mundo. Daí resulta que, para a maioria dos homens, perdido ficou o objetivo da existência, cumprindo-lhes recomeçá-la em condições mais penosas, mais dolorosas.

Ignorante da conseqüência de seus atos, que sobre ela recaem, e das leis do destino, a Humanidade prepara dias sombrios para o seu amanhã, dias que perdurarão até que a luz do Alto e a Revelação dos Espíritos lhe venham, enfim, clarear o caminho.

O papel do Espiritismo na educação social tem que se patentear, porque constitui uma inovação, necessária do ponto de vista filosófico, e se torna assim correlativo com os trabalhos dos sábios, orientados para o estudo das ondas que formam parte integrante dos feixes da vida universal.

Filosofia e Ciência têm que chegar, paralelamente, num sentido abstrato e concreto, aos mesmos resultados: dilatação do pensamento humano e extra-humano, do ponto de vista filosófico, por efeito de uma visão científica, precisa, clara e racional.

Diante desses vastos domínios da vida universal, em face da meta sublime que a alma colima através de suas peregrinações, que significação têm as vãs distinções de castas e os preconceitos da riqueza?
A noção das responsabilidades pode preservar de muitas quedas e atenuar muitos ódios. Uma vaga de igualdade aproxima todas as situações. Compreender-se-á que a injustiça da sorte é apenas aparente, que as provações têm sua razão de ser para a reparação das faltas do passado e a conquista de melhor futuro.
Então, a malevolência, a inveja e o egoísmo poderão ceder lugar ao altruísmo, e a fraternidade deixará de ser uma palavra carente de sentido, por isso que perceberemos quão intimamente estamos ligados uns aos outros, em a nossa eterna ascensão.

E o mal? perguntarão.

O mal não é senão o estado de inferioridade dos seres e dos mundos. Enfraquece com a evolução geral e acaba por desaparecer. Na sua fadigosa subida para o bem, para a luz, o próprio ser constrói sua consciência, sua personalidade, e na sua mesma elevação encontra a alegria e a recompensa.








Léon Denis
(de "Reformador" de 1/4/1925)

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Queridos Companheiros,

É com muita alegria que convidamos a todos os companheiros para as atividades comemorativas dos 05 anos de fundação da Fraternidade Espírita Chico Xavier, que acontecerá durante o mês de julho. Abaixo consta a programação com todas as atividades que serão realizadas. Esperamos ansiosos pela sua visita neste momento tão significativo e rogamos que Jesus abençoe a todos nós.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

sexta-feira, 1 de junho de 2007

MENSAGEM DA CRIANÇA.


Dizes que sou o futuro.
Não me desampares o presente.
Dizes que sou a esperança de paz.
Não me induzas à guerra.
Dizes que sou a promessa do bem.
Não me confies ao mal.
Dizes que sou a luz dos teus olhos.
Não me abandones às trevas.
Não espero somente o teu pão.
Dá-me luz e entendimento.
Não desejo tão só a festa de teu carinho.
Suplico-te amor com que me eduques.
Não te rogo apenas brinquedos.
Peço-te bons exemplos e boas palavras.
Não sou simples ornamento de teu carinho.
Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus.
Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento
e o perdão.
Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja
bom e justo.
Corrige-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra...
Ajuda-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar.
Meimei

quarta-feira, 30 de maio de 2007

sexta-feira, 25 de maio de 2007

BOM DIA!

VOCÊ CHEGOU AO SEU TRABALHO.
ORE E PEÇA ILUMINAÇÃO.
FAÇA SUA AGENDA E
PROGRAME SEU DIA.
ISSO CHAMA-SE REFLEXÃO.
DEPOIS DE TUDO PLANEJADO
COMECE A TRABALHAR.
ISSO CHAMA-SE AÇÃO.
ACREDITE QUE TUDO VAI DAR CERTO.
ISSO CHAMA-SE .
FAÇA TUDO COM ALEGRIA.
ISSO CHAMA-SE ENTUSIASMO.
DÊ O MELHOR DE SI.
ISSO CHAMA-SE PERFEIÇÃO.
DEUS ESTÁ COM VOCÊ.
ISSO CHAMA-SE AMOR.


terça-feira, 22 de maio de 2007

NOITE DE PINTURAS MEDIÚNICAS

O Médium Lívio Rocha fará uma Palestra a partir das 18h deste Sábado, dia 26/05, na União Espírita Cristã, localizada no centro de Vila Velha. Logo após a palestra, será realizado a sessão de psicopictografia, onde os Espíritos que foram grandes nomes das Belas Artes quando encarnados, servem-se do médium para produzirem obras de arte.
As obras poderão ser adquiridas pelas pessoas presentes. Parte dos recursos será destinada à manutenção dos trabalhos realizados pelas Casas Espíritas idealizadoras do evento. A outra parte será destinada à obra social mantida pelo grupo do qual faz parte o médium.
A promoção do evento é feita pela Fraternidade Espírita Chico Xavier, juntamente com a União espírita Cristã.

O QUE É PSICOPICTOGRAFIA?

A psicopictografia é a manifestação mediúnica através da qual são feitos desenho e pinturas.

Algumas obras psicopictografadas:

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Casos de Chico

Qual o Homem mais Rico?


Certa vez, um amigo abordou o intérprete de “Parnaso de Além Túmulo” e perguntou-lhe:
-Chico, na sua opinião, qual é o homem mais rico?
Como se estivesse a ouvir a voz de Emmanuel nos escaninhos da alma, o médium respondeu:
-Para mim, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades...
Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
-E o homem mais justo e sábio?...
Com a mesma espontaneidade, ele esclareceu:
-O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever...
-Mas – insistiu o confrade, certamente, interessado em alguma revelação que lhe facilitasse a vida – o que você está me dizendo é o óbvio...
Com o fraterno sorriso de sempre, sem se deter na tarefa de atendimento aos que lhe procuravam a palavra, Chico redargüiu:
-Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio...
Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a Verdade!
O nosso problema é justamente este: queremos alcançar Céu, vivendo fora do óbvio na Terra!...


Aprendendo Com Chico Xavier - Carlos A. Baccelli