terça-feira, 14 de maio de 2013

Vício



Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias.
Tradição é ato de transmissão oral ou escrita de costumes, lendas ou fatos levados de geração a geração através dos tempos. Quanto mais antigos, mais notáveis e fora do comum eles se tornam. Uma vez atingida tal dimensão, transformam-se em crenças inquestionáveis.
As criaturas assimilam conceitos simplesmente porque outras, que elas julgam importantes e entendidas, lhes disseram que são verdadeiros. As crenças de toda espécie começaram geralmente através das histórias e dos costumes criados por alguém. Com o passar dos séculos, entretanto, tornaram-se regras éticas. Crença é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade . Evidentemente, algumas são verdadeiras; outras não.
Precisamos revisar nossas concepções sobre os vícios. Não podemos entendê-los como uma problemática que abrange, exclusivamente, delinqüentes e vadios. Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias.
Pelas crenças tradicionalistas, são tachados de criminosos e vagabundos; para nós, no entanto, representam, acima de tudo, companheiros do caminho evolutivo, merecedores de atenção e entendimento. Por serem carentes e sofridos, entregaram sua força de vontade ao poder dos tóxicos, procurando se esquecer de algo que, talvez, nem mesmo saibam: "eles próprios", pois não agüentaram suportar seu mundo mental em desalinho.
A ociosidade pode ser considerada, ao mesmo tempo, "causa e efeito " de todos os vícios. Reportando-se à ociosidade, assim se manifestaram as Entidades Superiores: "Haverá Espíritos que se conservam ociosos (...) mas esse estado é temporário e dependendo do desenvolvimento de suas inteligências (...) em sua origem, todos são quais crianças que acabam de nascer e que obram mais por instinto que por vontade expressa."

Sob o prisma do "efeito", tais considerações podem ser analisadas conforme o que segue abaixo:

Os dependentes são julgados por muitos como criaturas intencionalmente indolentes; por outros, de forma precipitada, como "parasitas sociais" , desocupados, improdutivos e preguiçosos. Mas sem qualquer conotação ou justificativa de tirar-lhes a responsabilidade por seus feitos e decisões, não podemos nos esquecer de que o "peso do fardo" que carregam lhes dá tamanha lassidão energética que passam a viver em constante "embriaguez na alma", entre fluidos de abatimento, fadiga e tédio.

Não são inúteis deliberadamente, mas se utilizam, sem perceber, do desânimo que sentem como "estratégia psicológica" para fugirem à decisão de "arregaçar as mangas" e enfrentar a parte que lhes cabe realizar na vida. Adiam sistematicamente seus compromissos, vivem de uma maneira no presente e dizem que vão viver de outra no futuro.

Aqui está um possível raciocínio de que se utilizam: "Sei que devo trabalhar para me realizar, mas, como desconfio de minha capacidade, temo não fazer direito", Ou mesmo, "O que gosto de fazer não será aprovado pelos outros; por isso, digo a mim mesmo e aos outros que o farei no futuro. Agindo assim, não terei que admitir que não vou fazê-lo". Os toxicômanos são criaturas de caráter oscilante, não desenvolveram o senso de autonomia, vivem envolvidos numa aura fluídica de indecisão e imobilização por conseqüência da própria reação emocional em desajuste.

Protelam as coisas para um dia, talvez, nunca chegará. Fixam-se ao consumo cada vez maior de produtos narcóticos, enquanto desenvolvem atitudes emocionais que os levam à subjugação a pessoas e situações.

A ociosidade como "causa" das viciações pode ser estudada da seguinte maneira:

As velhas crenças religiosas continuam afirmando que a felicidade dos bem-aventurados consiste na vida contemplativa, no repouso absoluto nos céus, em contrapartida, que os infernos são destinados aos espíritos culpados. Conduzidos forçosamente a um mundo de expiações eternas, sem meios de reparação, ficariam condenados a viver eternamente as dores do fogo e o sofrimento não menos cruel da eterna ociosidade.

As crenças no poder dos "melhores" , ou seja, dos aristocratas, fortificaram-se ainda mais no tempo dos patriarcas, das sociedades greco-romanas. Expandindo-se, essas idéias fizeram com que os homens formassem unidades produtivas com base no escravismo. As vilas romanas e gregas possuíam dezenas de criados/cativos para satisfazer a todas as necessidades dos patrícios, para que vivessem no fastio e na inutilidade.

Durante séculos, a escravidão no Brasil foi aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade dos cativeiros. Os senhores de engenho se justificavam dizendo que resgatavam os negros do paganismo em que viviam para a conversão cristã, o que lhes facultava a redenção dos pecados e lhes abria as portas da salvação. Na realidade ocultavam suas verdadeiras intenções: a mão-de-obra lucrativa, que lhes permitia a vida fácil de esbanjamento com seus familiares, para manter a aparência social.

Aprendemos com as sociedades absolutistas do passado que a ociosidade era uma peça importante na vida. Na corte, as etiquetas, jogos, bailes e saraus eram as atividades mais comuns da nobreza. Assim pensavam os nobres na época de Luiz XV da França: "Somos uma classe que não ganha dinheiro pelo trabalho, mas o temos pela nossa genealogia; não queremos ser confundidos com os poupadores vulgares, que são a gentinha da burguesia." Pode-se afirmar que, até poucas décadas atrás, a grande maioria também assim raciocinava.

As regras e costumes do passado pesam sobre nós. Somos espíritos milenares, encarnando sucessivas vezes, adquirindo experiências e assimilando crenças, algumas verdadeiras, outras não, repetindo o que escrevemos inicialmente. Essa a razão da necessidade de revisar nossos conceitos. Disse certa feita Sócrates: "Não é ocioso apenas o que nada faz, mas também o que poderia empregar melhor o seu tempo". A ociosidade é uma porta que se abre os vícios, é uma casa sem paredes; as "serpentes" podem entrar nela por todos os lados.

(De “As dores da alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Mensagem Psicografada na Fecx em 01/05/2013



Como apascentar a alma
Se a mente não encontra calma
E vive em constante contradição?

Como tornar a vida melhor
Se o coração está só
E estamos sempre na contra-mão?

Como não dar de cara com as dores
Como não sofrer dissabores
Nem tão pouco ter desilusão?

Como querer  tranquilidade
Se o que praticamos, são as nossas verdades
Se o que vivemos, não conduz com o coração?

Como amansar a dor da revolta
Fazer na vida uma reviravolta
Se viver por viver não é o caminho?

Saber como escolher o certo
Fazer na vida algo concreto
É o que nos deixa com a mente em desalinho

Por que nós queremos sempre mais
Por que nunca estamos em paz
Por que sempre precisamos buscar algo diferente?

Fazer da vida algo Divino
Fazer algo que não seja desatino
Talvez nos encaminharia para frente

Por que sempre procuramos um ideal
Sempre achamos em tudo um mal
E não conseguimos sequer ver o lado bom da vida?

Sabemos quer trabalhar é necessário
Sem que isso nos torne perdulários
Sem que isso nos prive da ação Divina

Procuremos então nos acertar com a vida
Procuremos não encontrar só dor
A vossa irmã Margarida
Lhes oferta uma linda flor.

                                           MARGARIDA