segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Perdão

Rodolfo Calligaris

"Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai Celestial vos perdoará os pecados, mas se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, tampouco vosso Pai Celestial vos perdoará os pecados."(Mateus, 6:14-15.)

Na época em que o Mestre andou pela Terra espargindo as luzes do Evangelho, essa lição deve ter causado estranheza a muitos, habituados que estavam à prática do "olho por olho e dente por dente". Não admira, pois ainda hoje há os que preferem nortear suas ações pelos velhos códigos de Moisés, achando que os preceitos de brandura e mansuetude, recomendados pelo Cristo, servem apenas para fazer covardes e vencidos.

Em verdade, porém, enquanto não aprendermos a perdoar reciprocamente as faltas que cometemos uns contra os outros, a dor e o sofrimento não serão banidos deste planeta.

Por não sermos capazes de perdoar, as prisões regurgitam de infelizes, os hospitais mantêm-se repletos, inúmeras famílias desarmonizam-se e dividem-se, e os tribunais permanecem pejados de processos e querelas de todas as naturezas.

Ódios, rancores e desejos de represália lançam ondas mentais inferiores, maléficas, à atmosfera que nos envolve, tornando-a escura, pesada, tensa, e, mergulhados em tal ambiente, homens e nações vivem nervosos, agitados e irritadiços, em constantes atritos ou conflitos domésticos, sociais e internacionais.

No texto em epígrafe, o Mestre faz-nos sentir que, de um modo geral, todos temos dívidas para com Deus, o qual, em Sua misericórdia, está sem predisposto a no-las perdoar, desde que procedamos da mesma forma para com nossos irmãos.

Tal qual o mau servo da parábola do credor incompassivo (Mateus, 18:21-35), porém, queremos que Deus perdoe a multidão de nossos pecados, mas negamo-nos a desculpar a menor falta que outrem cometa contra nós.

Assim agindo, lavramos nossa própria condenação, pois nossa intolerância, nossa incapacidade de suportar as fraquezas e os erros alheios, quando nos sentimos prejudicados, têm como efeito a invalidação de nossas súplicas de perdão ao Criador, porquanto é da Lei que, para RECEBER, é preciso primeiramente DAR.

Portanto, se não cobrimos com o manto do perdão as faltas cometidas contra nós, nossas infrações às Leis Divinas também permanecerão descobertas na presença de Deus.

Esse perdão, todavia, tem de ser sincero, e não apenas de lábios; deve compreender o esquecimento completo e absoluto das ofensas. Deus não se satisfaz com aparências nem com simulacros, sabe o que vai no íntimo de cada coração, e só levará em conta o indulto verdadeiro.

Há os que dizem, em se referindo a seus ofensores: "Perdôo-lhes, mas não esqueço o mal que me fizeram." Ou então: "Perdôo-lhes, mas não me reconciliarei com eles." Ou ainda: "Perdôo-lhes, mas nunca mais quero tornar a vê-los em minha vida."

Outros afirmam, também, haver perdoado a seus desafetos, mas, se acontece serem eles atingidos por alguma infelicidade, alegram-se intimamente com isso, e comentam ou pensam: "Bem-feito! Receberam o que mereciam."

Esses tais terão perdoado, realmente? Não, e Deus tampouco lhes perdoará as culpas.

Toda e qualquer manifestação de mágoa ou ressentimento indica que subsiste no espírito do ofendido a lembrança daquilo que ele diz ou imagina haver perdoado; prova que a brasa da aversão não está totalmente extinta, mas apenas recoberta por uma camada de cinza, podendo ser reavivada ao sopro de um novo incidente qualquer.

Aprendamos, pois, com o Cristo, a ser mansos e ternos de coração.

Aconteça-nos o que acontecer, não cedamos, nunca, a pensamentos de ódio e de vingança; isto poria em ação forças destrutivas que, mais cedo ou mais tarde, reagiriam contra nós mesmos.

Certamente, os agravos que nos façam não ficarão impunes, mas deixemos a cargo da Providência Divina a justa retribuição.

Eis, para finalizar, mais uma recomendação do Novo Testamento:

"Não vos vingueis a vós mesmos... eu recompensarei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o vosso inimigo tiver fome, dai-lhe de comer; se tiver sede, dai-lhe de beber... Não vos deixeis vencer do mal, mas vencei o mal com o bem." (Romanos, 12:19-21).


(De “O Sermão da Montanha”, de Rodolfo Calligaris) - Fonte: www.espirito.org.br

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Problemas do mundo

O mundo está repleto de ouro.

Ouro no solo. Ouro no mar. Ouro nos cofres.

Mas o ouro não resolve o problema da miséria.

O mundo está repleto de espaço.

Espaço nos continentes. Espaço nas cidades. Espaço nos campos.

Mas o espaço não resolve o problema da cobiça.

O mundo está repleto de cultura.

Cultura no ensino. Cultura na técnica. Cultura na opinião.

Mas a cultura da inteligência não resolve o problema do egoísmo.

O mundo está repleto de teorias.

Teorias nas escolas filosóficas. Teoria nas religiões.

Mas as teorias não resolvem o problema do desespero.

O mundo está repleto de organizações.

Organizações administrativas. Organizações econômicas. Organizações sociais.

Mas as organizações não resolvem o problema do crime.

Para extinguir a chaga da ignorância, que acalenta a miséria; para dissipar a sombra da cobiça, que gera a ilusão; para extinguir o monstro do egoísmo que promove a guerra; para anular o verme do desespero, que promove a loucura, e para remover o charco do crime, que carreia o infortúnio, o único remédio eficiente é o Evangelho de Jesus no coração humano.

Sejamos, assim, valorosos, estendendo a Doutrina Espírita que desentranha da letra, na construção da Humanidade nova, irradiando a influência e a inspiração do Divino Mestre, pela emoção e pela idéia, pela diretriz e pela conduta, pela palavra e pelo exemplo e parafraseando o conceito inolvidável de Allan Kardec, em torno da caridade, proclamemos aos problemas do mundo: "Fora do Cristo não há solução."


Autor: Bezerra de Menezes - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

sábado, 14 de junho de 2008

O adolescente e o problemas das drogas


Joanna de Ângelis - Espírito
Entre os impedimentos para a auto-identificação, no período da adolescência, destaca-se a rejeição.
Caracterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar, esse estigma o acompanha na escola, no grupo social, em toda parte, tornando-o tão amargurado quão infeliz.
Sentindo-se impossibilitado de auto-realizar-se, o adolescente, que vem de uma infância de desprezo, foge para dentro de si, rebelando-se contra a vida, que é a projeção inconsciente da família desestruturada, contra todos, o que é uma verdadeira desdita. Daí ao desequilíbrio, na desarmonia psicológica em que se encontra, é um passo.
Os exemplos domésticos, decorrentes de pais que se habituaram a usar medicamentos sob qualquer pretexto, especialmente Valium e Librium, como buscas de equilíbrio, de repouso, oferecem aos filhos estímulos negativos de resistência para enfrentar desafios e dificuldades de toda a natureza. Demonstrando incapacidade para suportar esses problemas sem a ajuda de químicos ingeridos os, abrem espaço na mente da prole, para que, ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece em voga.
Por outro lado, a exuberante propaganda, a respeito dos indivíduos que vivem buscando remédios para quaisquer pequenos achaques, sem o menor esforço para vencê-los através dos recursos mentais e atividades diferenciadas, produz estímulos nas mentes jovens para que façam o mesmo, e se utilizem de outro tipo de drogas, aquelas que se transformaram em epidemia que avassala a sociedade e a ameaça de violência e loucura.
O alcoolismo desenfreado, sob disfarce de bebidas sociais, levando os indivíduos a estados degenerativos, a perturbações de vária ordem, torna-se fator predisponente para as famílias seguirem o mesmo exemplo, particularmente os filhos, sem estrutura de comportamento saudável.
O tabagismo destruidor, inveterado, responde pelas enfermidades graves do aparelho respiratório, criando dependência irrefreável, transformando-se em estímulo nas mentes juvenis para a usança de tais bengalas psicológicas, que são porta de acesso a outras substâncias químicas mais perturbadoras.
A utilização da maconha, sob a justificativa de não ser aditiva, apresentada como de conseqüências suaves e sem perigo de maiores prejuízos, com muita propriedade também denominada erva do diabo, cria, no organismo, estados de dependência, que facultarão a utilização de outras substâncias mais pesadas, que dão acesso à loucura, ao crime, em desesperadas deserções da realidade, na busca de alívio para a pressão angustiante e devoradora da paz.
Todas essas drogas tornam-se convites-soluções para os jovens desequipados de discernimento, que se Ihes entregam inermes, tombando, quase irremissivelmente, nos seus vapores venenosos e destruidores, que só a muito custo conseguem superar, após exaustivos tratamentos e esforço hercúleo.
Os conflitos, de qualquer natureza, constituem os motivos de apresentação falsa para que o indivíduo se atire ao uso e abuso de substâncias perturbadoras, hoje ampliadas com os barbitúricos, a heroína, a cocaína, o crack e outros opiáceos.
E não faltam conflitos na criatura humana, principalmente no jovem que, além dos fatores de perturbação referidos, sofre a pressão dos companheiros e dos traficantes -que se encontram nos seus grupos sociais com o fim de os aliciar; a rebelião contra os pais, como forma de vingança e de liberdade; a fuga das pressões da vida, que lhe parece insuportável; o distúrbio emocional, entre os quais se destacam os de natureza sexual...
A educação no lar e na escola constitui o valioso recurso psicoterapêutico preventivo em relação a todos os tipos de drogas e substâncias aditivas, desvios comportamentais e sociais, bengalas psicológicas e outros derivativos.
A estruturação psicológica do ser é-lhe o recurso de segurança para o enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena, realizando-se em plenitude, na busca dos objetivos essenciais da vida e aqueloutros que são conseqüências dos primeiros.
Quando se está desperto para as finalidades existenciais que conduzem à auto-realização, à auto-identificação, todos os problemas são enfrentados com naturalidade e paz, porquanto ninguém amadurece psicologicamente sem as lutas que fortalecem os valores aceitos e propõem novas metas a conquistar.
Os mecanismos de fuga pelas drogas, normalmente produzem esquecimento, fugas temporárias ou sentimento de maior apreciação da simples beleza do mundo, o que é de duração efêmera, deixando pesadas marcas na emoção e na conduta, no psiquismo e no soma, fazendo desmoronar todas as construções da fantasia e do desequilíbrio.
É indispensável oferecer ao jovem valores que resistam aos desafios do cotidiano, preparando-o para os saudáveis relacionamentos sociais, evitando que permaneça em isolamento que o empurrará para as fugas, quase sem volta, do uso das drogas de todo tipo, pois que essas fugas são viagens para lugar nenhum.
Sempre se desperta desse pesadelo com mais cansaço, mais tédio, mais amargura e saudade do que se haja experimentado, buscando-se retomar a qualquer preço, destruindo a vida sob os aspectos mais variados
Por fim, deve-se considerar que a facilidade com que o jovem adquire a droga que lhe aprouver, tal a abundância que se lhe encontra ao alcance, constitui-lhe provocação e estímulo, com o objetivo de fazer a própria avaliação de resultados pela experiência pessoal. Como se, para conhecer-se a gravidade, o perigo de qualquer enfermidade, fosse necessário sofrê-la, buscando-lhe a contaminação e deixando-se infectar.
A curiosidade que elege determinados comportamentos desequilibradores já é sintoma de surgimento da distonia psicológica, que deve ser corrigida no começo, a fim de que se seja poupado de maiores conflitos ou de viagens assinaladas por perturbações de vária ordem.
Em todo esse conflito e fuga pelas drogas, o amor desempenha papel fundamental, seja no lar, na escola, no grupo social, no trabalho, em toda parte, para evitar ou corrigir o seu uso e o comprometimento negativo.
O amor possui o miraculoso condão de dar segurança e resistência a todos os indivíduos, particularmente os jovens, que mais necessitam de atenção, de orientação e de assistência emocional com naturalidade e ternura.
Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado das demais especializadas, constitui recurso de urgência, que não deve ser postergado a pretexto algum, sob pena de agravar-se o problema, tornando-se irreversível e de efeitos destruidores.

Extraído de "Adolescência e Vida", do espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Ed. LEAL, cap. 23, págs. 122 a 126

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Bezerra de Menezes - Médico dos Pobres - 29/08/2008 nos Cinemas

























O projeto cinematográfico Bezerra de Menezes-Médico dos Pobres utiliza reconstituições e depoimentos para transitar por uma história repleta de exemplos edificantes de amor e moral. A vida de nosso personagem começa em 1831 na localidade de Riacho do Sangue, Ceará. No universo sertanejo forjou seu caráter e aos dezoito anos inicia no Rio de Janeiro seus estudos de medicina. Na Capital da República foi um grande abolicionista e elegeu-se vereador e deputado em várias legislaturas. Porém, o trabalho anônimo em favor dos mais humildes foi que lhe trouxe o maior reconhecimento de seu povo, que o chamava Médico dos Pobres. Sua trajetória foi marcada pelo amor e pela caridade. Seja como o político devotado às causas humanitárias ou como o médico conhecido por jamais negar socorro a quem batesse à sua porta. Um exemplo de homem que fez da sua vida um meio de servir ao próximo e à sua pátria. Contar a vida desse ilustre Cearense é um projeto que ambiciona, mais do que prestar tributo à um grande homem, possibilitar, através do audiovisual, o contato do grande público com as minúcias do seu pensamento e conhecer passagens relevantes de sua vida para melhor compreender a magnitude da sua obra.

Fonte: http://www.bezerrademenezesofilme.com.br/

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Anote Hoje

Anote quanto auxílio poderá você prestar ainda hoje. Em casa, pense no valor desse ou daquele gesto de cooperação e carinho. No relacionamento comum, faça a gentileza que alguém esteja aguardando conforme a sua palavra. No grupo de trabalho, ouça com bondade a frase menos feliz sem passá-la adiante. Ofereça apoio e compreensão ao colega em dificuldade. Estimule o serviço com expressões de louvor. Quanto puder, procure resolver problemas sem alardear seu esforço.

Em qualquer lugar, pratique a boa influência. Desculpe faltas alheias, consciente de que você também pode errar. Observe quanto auxílio poderá você desenvolver no trânsito, respeitando sinais. Acrescente paz e reconforto à dadiva que fizer. Evite gritar para não chocar a quem ouve. Pague a sua pequena prestação de serviço à comunidade, conservando a limpeza, por onde passe. Sobretudo, mostre simpatia e reconhecerá que o seu sorriso, em favor dos outros, é sempre uma chave de luz para que você encontre novas bênçãos de Deus.

* * *Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Amanhece.Ditado pelo Espírito André Luiz.GEEM.